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PANTANAL

Bolívia e Brasil alinham ações conjuntas de combate a incêndios

Há previsão de que mais de 60 bombeiros e um helicóptero sejam empenhados para atuações fronteiriças no país vizinho; a oficialização deve ocorrer em breve

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Uma comitiva de autoridades bolivianas discutiu em Mato Grosso do Sul um acordo para atuação binacional de combate a incêndios florestais que atingem o Pantanal em ambos os países.

A reunião ocorreu na sala de situação instalada na Marinha, em Ladário, nesta segunda-feira, e contou com a presença do vice-ministro de Defesa Civil da Bolívia, Juan Carlos Calvimontes, bem como a do coordenador do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), Márcio Yule. 

Os dois países, até então, ainda não tinham discutido ações conjuntas para combate ao fogo. Depois do encontro, falta ainda o governo boliviano oficializar os apoios por meio da Chancelaria, o que deve ocorrer nos próximos dias.

Nesse primeiro momento, as parcerias envolveriam o combate direto.A investigação para identificar autoria da ignição ainda será uma outra etapa de debates. 

O problema fronteiriço do fogo é antigo, e ainda não havia recebido tanta atenção. No Brasil, 2,29 milhões de hectares queimaram no Pantanal (15,2%) neste ano. Na Bolívia, o Departamento de Santa Cruz, que faz fronteira com o Estado, registrou 62% dos focos de calor na Bolívia em 2024 (1.771). 

Já foram registradas ocorrências de incêndios em ambos os países, que acabaram cruzando a fronteira e causando danos ambientais e prejuízos financeiros. O caso mais recente ocorreu neste mês, quando o fogo em território boliviano atingiu a região da Serra do Amolar. 

A falta de acordos binacionais ainda representa um retrocesso na política de combate aos incêndios florestais. Brigadistas brasileiros e bolivianos ou bombeiros não têm autorização para entrar em área do país vizinho, mesmo que o fogo esteja próximo.

O mesmo acontece na Bolívia. Com isso, os combates só podem acontecer depois que as chamas cruzam a fronteira.

No caso mais recente, por exemplo, o incêndio que estava no território boliviano ganhou grandes proporções em área de morraria no Brasil, e o controle só foi possível depois de cerca de 15 dias de ações do Prevfogo/Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e de brigadistas da Brigada Alto Pantanal, mantida pelo Instituto Homem Pantaneiro (IHP).

Autorizações para nacionais atuarem em território estrangeiro ainda não foram encaminhadas por ambos os países, mas a reunião realizada em Ladário permitiu a definição de envio de reforço brasileiro para atuação na região de San Ignácio de Velasco, município que fica no Departamento de Santa Cruz e distante cerca de 300 km da fronteira com o Brasil, a partir de Mato Grosso. 

Esse território boliviano vem enfrentando sérios registros de incêndios florestais e tem uma base para abrigar as equipes brasileiras. Além disso, foi avaliado que é o município com maior estrutura na região de fronteira que poderia abrigar as equipes brasileiras.

Em Puerto Quijarro e Puerto Suárez, cidades próximas a Corumbá, a situação dos incêndios está sob controle.

Além disso, a estrada que liga os dois países está na região de Puerto Quijarro ou em San Ignácio de Velasco. Ao longo desse território de fronteira, apesar de haver várias comunidades, não existem vias de fácil o. 

Os incêndios na fronteira entre Bolívia e Brasil têm ameaçado o Parque Nacional y Area Natural de Manejo Integrado Otuquis e a Area Natural de Manejo Integrado San Matías. Nesses locais, há o registro de mais de 600 espécies de animais selvagens.

Por parte do governo brasileiro, houve a definição que 64 bombeiros da Força Nacional e do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal ficarão disponíveis para atuarem na região fronteiriça.

Os custos de pessoal para a operação devem ser arcados pelo Brasil, enquanto a Bolívia auxiliará com um helicóptero para permitir o transporte das equipes para as áreas mais críticas.

A solicitação para ocorrer as tratativas de apoio técnico binacional foram feitas a partir do governo boliviano, por meio do consulado do país vizinho instalado em Corumbá.

“O Ministério de Relações Exteriores da Bolívia solicitou a viabilidade dessa reunião, e houve apoio dos bombeiros de Mato Grosso do Sul. O Pantanal está na Bolívia, no Brasil e no Paraguai. Um incêndio no Pantanal no Brasil atenta ao meio ambiente brasileiro, dos países vizinhos e do mundo, por ser um Patrimônio Natural da Humanidade. É preciso unir forças para defender a vida selvagem e as comunidades desse território”, explicou o cônsul da Bolívia, Simons William Durán Blacutt.

Durante a reunião entre as autoridades de ambos os países, o Prevfogo/Ibama e os bombeiros de Mato Grosso do Sul mostraram os sistemas que vêm sendo utilizados para monitoramento do risco de incêndio e a detecção de fogo no Brasil. 

Saiba

Além dos apoios operacionais do lado brasileiro, agora existe uma discussão que envolve a Embaixada do Brasil, em La Paz, para que ocorra um acordo binacional que permita uma faixa de fronteira ível para que seja feito um combate internacional, tanto por terra quanto por ar.

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Cidades

Aparição de onça volta a causar temor na área urbana de Corumbá; veja vídeo

Essa é a segunda vez que o animal é flagrado no quintal da residência

09/06/2025 10h15

Aparição de onça volta a causar temor na área urbana de Corumbá

Aparição de onça volta a causar temor na área urbana de Corumbá Reprodução

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Pela segunda vez, uma onça-pintada foi flagrada por câmeras de segurança no quintal de uma residência em Corumbá. O animal apareceu por volta das 21h na última sexta-feira (6), próximo ao Mirante da Capivara. 

Segundo relato da moradora ao Diário Corumbaense, a família vive em alerta desde o primeiro registro do felino, quando ele tentou atacar uma cadela da raça poodle. Na ocasião, outros dois cachorros conseguiram espantar o animal. 

Após o episódio, a família instalou câmeras de monitoramento para reforçar a segurança no local. Agora, no novo registro, a onça caminha tranquilamente pelo quintal até ser espantada aos gritos pela dona da residência, Clara da Silva Pereira Duarte e seu filho. 

Assustada com a situação, ela conta que sequer conseguiu dormir na noite do ocorrido. “Eles [Polícia Militar Ambiental] vieram aqui e conversaram com a gente, é preciso uma providência”, declarou. 

Ainda conforme o Diário Corumbaense, o genro de Clara, Odney Edson de Souza Torres, também comentou sobre o medo que a presença do animal tem causado. 

“Ficamos reféns da situação, a nossa segurança fica vulnerável porque não se sabe a reação de um animal selvagem. Estamos nos precavendo, antes das 18h já entramos e recolhemos as cachorras, não dá pra correr o risco”, afirmou. 

Odney relatou ainda que, momentos antes da onça ser registrada pela câmera, a família ouviu barulhos vindos do galinheiro da casa de uma parente.

“Percebemos que as galinhas ficaram agitadas e resolvemos estourar bombinhas. Mas, minutos depois, voltaram a ficar agitadas, quando então minha cunhada ligou avisando que a onça havia aparecido e que a câmera tinha registrado”, descreveu. 

O animal foi visto deixando o quintal em direção ao Mirante da Capivara.

Outros registros do felino também foram feitos em áreas próximas ao Canal do Tamengo, um afluente do rio Paraguai. Em Ladário, cidade vizinha, o animal também foi avistado. Porém, não se sabe quantas são. 

“O fato de o rio Paraguai ter elevação em seu nível em 2025, se comparado a 2024, o aumento de áreas inundadas nos campos é um fator que pode fazer com que essa espécie procure áreas mais altas. A cidade está localizada em região mais alta. Além disso, a presença de animais domésticos e possível descarte incorreto de alimentos em regiões onde houve o avistamento de um animal são fatores de alerta, pois isso pode atrair tanto a onça, como outras espécies de animais para próximo de áreas urbanas. Ainda existe o fator dos incêndios de 2024, que podem também ter interferido nos deslocamentos da onça-pintada para locais mais pertos da cidade", explicou Sérgio Barreto, biólogo do IHP (Instituto Homem Pantaneiro).

Veja o vídeo do momento em que a onça invade o local: 

PESQUISA

Morte por álcool no trânsito é mais comum entre homens até 34 anos

Em Mato Grosso do Sul, dos óbitos em acidentes em que foi constatado o uso de bebidas alcoólicas, apenas 14,5% eram de mulheres, conforme levantamento

09/06/2025 09h30

Homens mais jovens são principal perfil de pessoas que perderam a vida no trânsito de Mato Grosso do Sul por estarem embriagadas

Homens mais jovens são principal perfil de pessoas que perderam a vida no trânsito de Mato Grosso do Sul por estarem embriagadas Foto: Gerson Oliveira/Correio do Estado

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Homens são a maioria envolvida em acidentes com morte por embriaguez em Mato Grosso do Sul.

De acordo com os dados do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa), que tem como base informações do Departamento de Informação e Informática do Sistema Único de Saúde (DataSUS), do Ministério da Saúde, 85,5% dos mortos registrados no Estado em sinistros ocasionados em função do uso de álcool eram homens.

Neste contexto, em Mato Grosso do Sul, pessoas com idade entre 18 anos e 34 anos (35,9%) são as que mais morreram em acidentes relacionados ao uso de álcool na direção, seguidas pela população entre 35 anos e 54 anos (32,5%). Os dados são de 2023.

A faixa etária acima de 55 anos corresponde a 26,1% das vítimas, e a de zero a 17 anos, a 5,5% dos que foram a óbito em acidentes que envolviam o uso do álcool. 

Homens mais jovens são principal perfil de pessoas que perderam a vida no trânsito de Mato Grosso do Sul por estarem embriagadas

Ao Correio do Estado, o comandante do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar (BPMTran), Carlos Augusto Regalo, informou que, conforme os parâmetros apresentados, a faixa etária das vítimas corresponde ao que é observado pela Polícia Militar com relação aos registros de acidentes em Campo Grande.

“No caso dos acidentes que envolvem motociclistas em Campo Grande, o perfil dos envolvidos é este [da pesquisa], a maioria são homens entre 18 anos e 34 anos”, declarou.

Regalo também disse à reportagem que os dados do BPMTtran mostram que a maioria das fatalidades no trânsito campo-grandense é de motociclistas, mas geralmente as colisões não envolvem motoristas embriagados.

“Nossos números mostram que hoje, no trânsito de Campo Grande, as principais vítimas são motociclistas. E as [principais] causas dos acidentes não têm relação com o consumo de álcool, decorrendo a maioria por excesso de velocidade e desrespeito á sinalização”, informou o comandante.

ÓBITOS E INTERNAÇÕES

Conforme já noticiado em reportagens do Correio do Estado, a pesquisa do Cisa apontou o estado de Mato Grosso do Sul como uma das unidades da Federação com o maior número de óbitos causados pela mistura de álcool e direção.

A taxa levantada pelo Cisa, que mostra o número de mortes em acidentes relacionados ao uso de álcool por 100 mil habitantes, coloca MS em quinto lugar entre os estados que mais registraram acidentes fatais no trânsito atribuíveis à embriaguez. O Estado só fica atrás na pesquisa do Tocantins (12,8), Mato Grosso (11,5), Piauí (10,8) e Rondônia (10,5).

No Estado houve, em 2023, uma taxa de 8,5 mortes em acidentes de trânsito relacionados ao uso de álcool para cada 100 mil habitantes.

A taxa de mortes no trânsito em Mato Grosso do Sul com envolvimento com a ingestão de álcool foi a maior em 10 anos, o que significa que algumas pessoas “se esqueceram” da Lei Seca e continuaram conduzindo sob o efeito de bebidas alcoólicas.

O aumento, como mostram os números do Cisa, ocorreram gradualmente a partir de 2019. Após um pico de 10,6 mortes por 100 mil habitantes em 2014, a taxa foi caindo e chegou a 7 em 2018, porém, no ano seguinte, houve aumento das mortes relacionados ao álcool no trânsito do Estado.

Em números absolutos, em 2023, foram registrados 234 mortes em acidentes de trânsito por uso de álcool em Mato Grosso do Sul. Em 2022, foram 221.

A pesquisa traz dados desde 2010, quando a taxa deste tipo de morte eram de 10,5 por 100 mil habitantes.

No ano seguinte, em 2011, ocorreu o recorde do período de 13 anos levantados, com taxa de 11,4. Isso mostra que, apesar da nova alta, o Estado ainda não chegou ao patamar da década ada.

Em comparação a 2010, os dados registrados em Mato Grosso do Sul em 2023 mostram uma queda de 19%.
Levando em consideração os 26 estados e o Distrito Federal (DF), apenas 9 estão abaixo da taxa nacional de 5,7. São eles: Minas Gerais (5,5), Rio Grande do Sul (5,4), Rio Grande do Norte (4,5), Amapá (4,2), Rio de Janeiro (4,2), São Paulo (3,9), Amazonas (3,9), DF (3,9) e Acre (3,8).

Pelo menos desde 2010, Mato Grosso do Sul sempre esteve acima da taxa nacional de mortes no trânsito com relação ao uso de bebida alcoólicas. 

INTERNAÇÕES

Dados de 2021 da pesquisa realizada pelo Cisa também trazem que MS é um dos estados com maior porcentual de internações por acidentes de trânsito relacionadas ao uso de álcool de motoristas ou ageiros envolvidos em sinistros.

O Estado é o terceiro nesse índice, com 62,5 internações para cada 100 mil habitantes, atrás apenas do Piauí (85,2) e do Espírito Santo (72,7).

No mesmo período levantado, os dados de MS referentes a óbitos por embriaguez no volante mostram que, em um período de três anos, os registros de acidentes envolvendo álcool aumentaram.

NO BRASIL

Nacionalmente, o que chamou atenção na pesquisa foi o aumento do número de mortes no trânsito atribuíveis ao uso de álcool – de 11.961, em 2022, para 12.310, em 2023, uma alta em torno de 3%.

Homens são a grande maioria das vítimas (87%). Com relação à faixa etária, pessoas de 35 anos a 54 anos e de 18 anos a 34 anos representam, respectivamente, 35% e 34,3% desses óbitos.

A análise do Cisa apontou que a taxa de mortes por acidentes de trânsito relacionados ao uso de álcool por 100 mil habitantes caiu 23,6% no Brasil, entre 2010 e 2023.

O levantamento também indicou que a taxa se mantém estável no Brasil desde 2018, alternando entre aumento e queda na ordem decimal.

Em 2023, o País registrou uma taxa de 5,79, mas 20 estados estão acima do índice nacional.

Conforme o Cisa, o álcool interfere na capacidade de direção e alterações cognitivas e motoras ocorrem mesmo que não sejam percebidas pelo condutor.

Diante disso, quando se trata de beber e dirigir, qualquer dose de álcool é perigosa, pois afeta o reflexo, a percepção de risco e a capacidade de reação, aumentando as chances de envolvimento em acidentes de trânsito e a sua gravidade.

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