Leucena, planta exótica, está proibida de ser plantada, comercializada ou transportada em Campo Grande.
Plano de Erradicação e Substituição da Leucena, por meio da Lei nº 7.418, foi publicado nesta quarta-feira (4) no Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande).
Quem desrespeitar a lei está sujeito a multa de R$ 1.000,00, que deverá ser aplicada em dobro em casos de reincidência.
De acordo com o mestre em biologia vegetal e doutorando em ecologia e conservação, Pedro Isaac Vanderlei de Souza, a plantação não é indicada pois a espécie exótica forma um vasto banco de sementes, o que ocupa espaço na flora nativa.
“Não é muito indicado se plantar porque ela forma banco de sementes, então quando os indivíduos adultos são removidos já começa um recrutamento em massa de indivíduos novos e ela ocupa espaço da flora nativa. Sempre é preferível utilizar espécies nativas como forrageiras, fixadoras de nitrogênio ou em áreas que se precisa de um reflorestamento rápido, porque espécies exóticas muitas vezes tendem a se espalhar bastante por não ter concorrência”, explicou.
De acordo com o Diogrande, o Plano de Erradicação considera os seguintes princípios:
- o mapeamento das áreas onde a espécie invasora está presente e o planejamento estratégico para sua substituição
- a restauração dos ecossistemas nativos do município;
- a minimização dos impactos sobre a biodiversidade local, incluindo a proteção de espécies da fauna e flora
- a sensibilização e o engajamento da comunidade para a preservação ambiental
- a promoção da educação ambiental voltada para a conservação das espécies nativas e os riscos das espécies exóticas invasoras
Confira o trecho redigido em Diário Oficial:

Segundo Pedro Isaac, feijão-de-porco (Canavalia) e a Crotalária são algumas espécies que podem substituir a Leucena.
LEUCENA
Leucena, cujo nome científico é Leucaena leucocephala, é uma leguminosa perene nativa e encontrada na América Central.
É utilizada na alimentação de suínos, bovinos e caprinos. Possui entre 8 e 15 metros de altura. Foi importante fonte nutricional de animais no Brasil por décadas.
Mantém-se verde na estação seca, perdendo somente os folíolos em secas muito prolongadas ou com geadas fortes.
Crescem nos trópicos e subtrópicos em regiões de até 500 metros de altitude, ando grandes diferenças de precipitação, luminosidade, salinidade do solo, inundações periódicas, fogo, geadas leves e seca.
Se desenvolve bem em áreas onde chove 600 a 1.700 mm/ano. Não cresce bem em solos ácidos, latossólicos com alto teor de alumínio e geralmente deficientes em cálcio, molibdênio e zinco.
Pedro Isaac explicou o porquê é tão comum ver uma planta nativa da América Central em Campo Grande (MS), localizada na América do Sul.
“Ela é nativa da América Central, foi trazida pro Brasil como opção de forrageira, só que é uma planta que se alastra com muita facilidade fora do ambiente nativo dela, por isso a gente vê alguns terrenos baldios e beiras de córregos lotadas de Leucena na cidade”, disse.
Veja fotos da Leucena:
* Fotos: Marcelo Victor