Cidades

EM 3 ANOS

CNH Social distribuiu apenas 20,7% das carteiras prometidas

Programa do Detran-MS entregou, até agora, 1.039 habilitações, das 5 mil prometidas em 2022; ação não tem previsão de abrir novos editais no Estado

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Em 2022, o Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran-MS) abriu edital com a promessa de conceder 5 mil carteiras nacionais de habilitação (CNHs) por meio do programa CNH Social.

Porém, três anos depois, apenas 1.039 documentos foram entregues, ou seja, só 20,7% do programa foi efetivamente cumprido.

Os dados foram reados ao Correio o Estado pelo Detran-MS, que confirmou que ainda não há previsão para que novos editais sejam publicados.

“Foram 1.039 CNHs entregues até o momento. Ainda não há data para um novo edital, que está na fase de estudos. Com a prorrogação dos processos de CNH pela Senatran [Secretaria Nacional de Trânsito] por conta da pandemia, não foi possível lançar um novo edital”, declara o Detran-MS, em nota.

“Agora que foram finalizados, como falado anteriormente, estudos estão sendo feitos para o lançamento, mas sem previsão de data ainda”, completa o Detran-MS, em nota.

Matéria do Correio do Estado publicada na semana ada mostrou que, três anos após o primeiro edital do programa CNH Social, que abriu 5 mil vagas para que pessoas em situação de vulnerabilidade social pudessem tirar a habilitação, a ação está com o “freio de mão puxado”.

O programa foi instituído por meio da Lei Estadual nº 5.806, de 16 de dezembro de 2021. A ação, segundo sua regulamentação publicada em março de 2022, seria feita por meio de editais que seriam lançados “periodicamente”. Acontece que, desde 2022, quando foi lançado, o programa não abriu novas seleções.

“O programa será executado de forma contínua pelo Detran-MS por meio de editais a serem publicados periodicamente. Parágrafo único. Deverá ser observada a disponibilidade financeira e orçamentária do Detran-MS”, traz o artigo 2º da regulamentação.

Quando a lei entrou em vigor, em dezembro de 2021, a diretora de Educação para o Trânsito do Detran-MS à época, Elijane Coelho, afirmou ao site do órgão que a estimativa do departamento era de “beneficiar cerca de 5 mil pessoas por ano”, o que não aconteceu, uma vez que não houve mais editais lançados desde então e nem as primeiras vagas foram efetivadas em documentos.

EDITAL

As inscrições para a obtenção gratuita da CNH em Mato Grosso do Sul começaram em março de 2022 e tiveram quase 70 mil adesões.

Na época, o governo do Estado destinou R$ 16 milhões para o programa, o que equivale a um custo médio de R$ 3,2 mil por documento, valor idêntico ao desembolsado por qualquer pretendente que for em busca da habilitação por conta própria.

Desse valor, até março do ano ado, segundo Priscilla Miyahira Borges, coordenadora do programa, quase R$ 5 milhões haviam sido efetivamente liberados para os centros de formação. De 2022 até março de 2024, conforme o Detran-MS, 480 CNHs foram emitidas.

Das 5 mil vagas, o programa oferecia 1.180 vagas para a categoria A, 1.000 vagas para a categoria B, 2.570 vagas para a AB e 250 vagas para pessoas com deficiência.

Essas vagas estavam distribuídas da seguinte forma por Mato Grosso do Sul: 1.650 para Campo Grande, 800 para Dourados e região, 300 para Naviraí e região, 300 para Três Lagoas e região, 300 para Ponta Porã e região, 250 para Paranaíba e região, 250 para os municípios da região da Capital, 250 para Corumbá e Ladário, 250 para Nova Andradina e região, 250 para Aquidauana e região, 200 para Jardim e região e 200 para Coxim e região.

Poderiam ter o ao benefício aqueles que preenchessem alguns requisitos, entre os quais, estar inscrito no Cadastro Único (CadÚnico) do governo federal desde período anterior a 19 de fevereiro de 2022 e ter renda per capita até meio salário mínimo ou renda total até dois salários mínimos, bem como saber ler e escrever. Também era necessário que o cidadão morasse em MS há pelo menos dois anos.

GOLPE

No mês ado, o Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran-MS) emitiu uma nota sobre o programa CNH Social, porém, não era sobre a publicação de um novo edital, e sim sobre golpes que têm sido aplicados contra a população. 

De acordo com o texto, golpistas têm oferecido inscrições para o CNH Social em troca de pagamento. 

“Os golpistas oferecem inscrições para o programa CNH Social mediante pagamento de valores baixos, que variam de R$ 50 a R$ 60. O golpe é aplicado pelas redes sociais ou por e-mail”, diz trecho da publicação.

A nota deixa claro que o programa é gratuito.

SAIBA

Ao site do Detran-MS, a coordenadora do programa CNH Social, Priscilla Miyahira Borges, afirmou no mês ado que o estudo de um novo edital está em andamento, mas ainda não se sabe o número de vagas.

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CIDADES

Obra do novo terminal do Aeroporto de Dourados é homologada e custará R$ 39 milhões

Segundo a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Seilog), a ordem de serviço para o início da obra deve ser assinada ainda em junho

07/06/2025 08h40

Obra do novo terminal do Aeroporto de Dourados é homologada e começa a sair do papel

Obra do novo terminal do Aeroporto de Dourados é homologada e começa a sair do papel FOTO: Divulgação

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Na última quinta-feira (5), foi publicada no Diário Oficial de Mato Grosso do Sul, a homologação da empresa vencedora da licitação que executará a obra do novo terminal do Aeroporto Regional 'Francisco de Matos Pereira', em Dourados. A construção representa um importante avanço na infraestrutura de transportes de Mato Grosso do Sul.

Com investimento total de R$ 39 milhões, o novo terminal aeroportuário terá 3 mil m² de área construída, e incluirá espaços como lanchonetes, lojas comerciais, uma seção contra incêndio (SCI) e uma Estação Prestadora de Serviço de Tráfego Aéreo (EPTA), trazendo mais segurança e conforto para ageiros e operadores.

A obra é resultado de uma parceria entre o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul e o Governo Federal, por meio do Ministério de Portos e Aeroportos e da Secretaria de Aviação Civil (SAC). Além disso, parte dos recursos vem do orçamento federal, enquanto o restante será contrapartida estadual.

Segundo a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Seilog), a ordem de serviço para o início da obra deve ser assinada ainda em junho. A previsão é de que o terminal fique pronto em até 19 meses após o início das atividades.

IMPACTO NA ECONOMIA

A construção deve gerar aproximadamente 150 empregos diretos e indiretos, movimentando a economia local. “Iniciamos a concretização de um sonho da população douradense, que há muito tempo espera uma estrutura aeroportuária à altura do nosso potencial econômico e turístico”, destacou o secretário de Infraestrutura, Guilherme de Alcântara de Carvalho.

Paralelamente às obras, Dourados também deve ampliar sua conectividade aérea, que a partir de 8 de setembro, a contará com três voos semanais operados pela Latam na rota Dourados–São Paulo/Guarulhos. As operações serão realizadas com aeronaves Airbus A319 e A320, com capacidade para até 174 ageiros.

AEROPORTO

Inaugurado em 1982, o aeroporto de Dourados já havia ado por melhorias significativas antes do novo terminal. Foram investidos R$ 97 milhões em obras que reforçaram a capacidade operacional da pista e demais estruturas.

Com o novo terminal e a ampliação da malha aérea, Dourados se consolida como um dos principais polos logísticos do Centro-Oeste, favorecendo o desenvolvimento econômico e ampliando o o da região a outros pontos do Brasil.

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IBGE

Em MS, católicos perdem menos fiéis e evangélicos crescem em ritmo mais lento

Enquanto, de 2000 a 2010, o catolicismo caiu 10% no Estado, de 2010 a 2022, baixa foi de 8,3%, segundo dados do Censo

07/06/2025 08h00

Católicos ainda são maioria em Mato Grosso do Sul; queda neste Censo foi menor que no anterior

Católicos ainda são maioria em Mato Grosso do Sul; queda neste Censo foi menor que no anterior Foto: Gerson Oliveira/Correio do Estado

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O comportamento religioso de Mato Grosso do Sul, assim como o de todo o Brasil, pode estar caminhando para a estabilidade. Segundo dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Censo Demográfico de 2022 mostrou que, em 12 anos, entre 2010 e 2022, tanto a queda no número de católicos como o aumento de evangélicos tiveram uma alteração inferior à da pesquisa anterior.

De acordo com os dados, de 2010 a 2022, houve uma queda de 8,3% de católicos em Mato Grosso do Sul, ando de 60,2% para 51,9% da população, saindo de 1.240.489 habitantes, em 2010, para 1.219.677, em 2022.

Já no caso dos evangélicos o aumento foi menor que no Censo ado no Estado, apesar de ter saltado de 25,9% da população, em 2010, para 32,5%, em 2022 – uma alta de 6,6% –, entre 2000 e 2010, o crescimento foi superior, de 8%. Em números totais, o grupo saiu de 533.402 pessoas, em 2010, para 763.096, 12 anos depois.

Católicos ainda são maioria em Mato Grosso do Sul; queda neste Censo foi menor que no anterior

Para o mestre em Teologia Dogmática pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma e coordenador do curso de Teologia da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), padre José Adriano Stevaneli, esses números podem ser um indício de que as religiões estejam começando a se acomodar e de uma tendência de estabilidade para as próximas pesquisas.

“Tenho observado, nos últimos três ou quatro anos – não sei se vai marcar uma tendência para o próximo Censo –, que essa queda de católicos talvez pare ou talvez haja uma retomada do número. Porque nós estamos vendo uma tendência nas nossas comunidades que é a procura por catequese de adultos. Um tempo atrás, 99% das nossas catequeses eram dadas para crianças, hoje, há um número cada vez maior de catequese de adultos, cresce a cada ano o número de adultos que se batizam, recebem a primeira comunhão e fazem a crisma. Então, eu penso que a diminuição desse impacto de queda do número de católicos possa parecer, em certo sentido, uma estagnação no número de católicos”, afirmou o padre.

“No Brasil, nós amos por um processo de politização religiosa, com impacto sobre a vida das comunidades, e uma questão que podemos nos preocupar, e não sei se isso teve impacto no caso de crescimento menor dos evangélicos, é o caso do fundamentalismo cristão. É um fenômeno perigoso, a mistura da política com a religião, de uma leitura fundamentalista da sagrada escritura, e aí a gente percebe que, dentro do próprio meio evangélico, há já uma reação a esse movimento”, completou o professor.

Sobre a nova queda do número de católicos, Stevaneli faz uma autocrítica e afirma que a Igreja Católica, em certo ponto, deixou de ir às comunidades mais carentes, espaço que foi tomado pelas igrejas evangélicas.

“Parece que a Igreja Católica, o clero de modo geral, deixou de cobrir de maneira capilar as periferias, então, é um mundo onde os evangélicos fazem inclusive um trabalho muito bonito, a presença do evangélico nas periferias como um elemento identitário de acolhida, de senso de dignidade para as pessoas, são aspectos que envolvem o religioso e o sociológico. Não podemos entender o Censo como um mercado de disputa religiosa, mas eu penso que uma autocrítica sempre cai bem”, avaliou.

SEM RELIGIÃO

Apesar de ainda poucos em números totais, o padre e professor universitário afirmou que o fato de 8,96% da população de Mato Grosso do Sul se dizer sem religião em 2022 pode ser uma tendência para as próximas pesquisas, já que, em âmbito nacional, esse porcentual chegou a quase 10% – um aumento de quase 2 pontos porcentuais.

“Nós podemos dizer que o povo brasileiro é profundamente religioso, mas o que nos chama a atenção é o crescente número de pessoas que já se declaram sem religião. Podemos já falar de um desencantamento com o mundo cristão, católico ou evangélico? Acho que é muito apressado dizer isso, mas, chegando a quase 10% da população e olhando o índice de crescimento, eu temo que isso seja uma tendência”, acredita.

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