Cidades

concurso da fapec

Concurso do MP-MS reprova a totalidade dos candidatos a promotor

De olho nos salários que superam os R$ 100 mil, 1.950 advogados se inscreveram, mas só 186 chegaram à segunda fase. Ninguém ou para a 3ª etapa

Continue lendo...

Nenhum dos 186 candidatos a promotor do Ministério Público de Mato Grosso do Sul conseguiu nota suficiente para ser aprovado na segunda fase do trigésimo concurso da instituição, realizada entre os dias 26 de janeiro e primeiro de fevereiro deste ano e organizado pela Fapec (Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura), ligada à Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

As notas das provas foram anunciadas uma a uma durante audiência da comissão organizadora na tarde desta segunda-feira (2). E, embora a instituição não tenha divulgado informações detalhadas sobre o resultado final desta etapa, candidatos que estavam à espera das notas se manifestaram em redes sociais dizendo que ninguém conseguiu nota suficiente para chegar à terceira fase do certame, que seria a prova oral. 

A maratona de testes que se estendeu ao longo de sete dias teve provas sobre as diferentes áreas do Direito nas quais o MPE atua, como Direito Constitucional, Penal, Direitos Humanos e outras. 

A reportagem do Correio do Estado procurou o Ministério Público em busca de informações sobre o resultado oficial da segunda etapa, e a informação é de que o resultado oficial será publicado no diário oficial, depois de esgotado o prazo para possíveis recursos, que podem ser protocolados em até 72 horas.

A taxa de inscrição foi de R$ 323,50 e na primeira fase, realizada em novembro do ano ado, já haviam sido eliminados quase 90% dos candidatos, uma vez que somente 202 dos 1.950 inscritos foram aprovados na chamada prova preambular. Destes, porém, 16 não compareceram para a segunda etapa.

O concurso estava oferecendo dez vagas, sendo sete para ampla concorrência, uma para pessoa com deficiência (PcD) e duas para negros/indígenas. Dos quase dois mil inscritos, 48 declararam ser PcD, 228 declararam ser negros e outros seis,  indígenas. Para ampla concorrência, foram em torno de 245 candidatos por vaga.

No concurso anterior (29º), que também ofereceu dez vagas, oito candidatos foram aprovados e desde setembro do ano ado trabalham na instituição. Todos são procedentes de outros estados.

SALÁRIO ATRATIVO

Uma das explicações para o fato de muitos dos candidatos serem de outros estados é o salário, um dos maiores do país. O edital do concurso atual anunciava salário inicial de pouco mais de R$ 32 mil. Porém, a grande maioria dos promotores e procuradores de Mato Grosso do Sul recebe acima de R$ 100 mil ao final de cada mês

Além do salário-base, eles recebem auxílio-alimentação, transporte, saúde e educação para driblar o teto salarial estipulado pela Constituição, atualmente de R$ 46,3 mil. 

Além disso, o MPE adotou o que se pode chamar de super-penduricalhos e que consomem em torno de R$ 5 milhões por mês dos cofres públicos somente com promotores e procuradores da ativa.

Enquanto que o axílio-alimentação garante, em média, “apenas” R$ 3,5 mil no bolso de um  procurador de justiça de Mato Grosso do Sul, a “compensação de plantão” rende até R$ 38 mil. E, a chamada “cumulação”, outros R$ 12,5 para a mesma pessoa, escolhida aleatoriamente no site da instituição, que não divulga mais nominalmente o valor dos salários.

O site da transparência do MPE não cita mais os nomes dos servidores. Disponibiliza apenas o número da matrícula e o local de lotação. Além disso, os valores estão divididos em várias tabelas, o  que dificulta a descoberta do valor exato que cada servidor recebe, embora a legislação determine total transparência.

Vetado para a grande maioria dos servidores públicos desde a reforma previdenciária de 1997, a licença-prêmio, que garante três meses de “férias” a cada cinco anos de trabalho sem faltas injustificadas, é outro privilégio que engorda os salário dos membros do MPE.

AUXÍLIO DE PERMANÊNCIA

E por causa destes auxílios, cerca de 15% dos promotores e procuradores que já poderiam estar aposentados se recusam a ar para a lista dos inativos para não perderem dinheiro, uma média de R$ 20 mil mensais. Levantamento feito pelo Correio do Estado mostra que 34 dos cerca de 230 promotores ou procuradores já poderiam ter se aposentado. 

Pelo fato de permanecerem na ativa, recebem em torno de R$ 5,2 mil mensais como abono de permanência. O dinheiro que seria reado à previdência, é devolvido. 

Além do abono de permanência, os aposentados perdem direito a auxílio-alimentação (R$ 3,5 mil), auxílio-transporte (R$ 3,7 mil), acúmulo de função (R$ 12 mil), indenização e venda de parte das férias, licença-prêmio, compensação de plantão (de até R$ 37,5 mil) e licença compensatória (de até  R$ 7,1 mil). 

 

Cidades

Sanesul vai desembolsar R$ 86 milhões em 'super poço' no interior de MS

Subcontratação da Empresa Brasileira de Saneamento deve se estender até 2041

06/06/2025 10h34

EBS deve ficar encarregada de perfurar, ativar e operar um

EBS deve ficar encarregada de perfurar, ativar e operar um "poço tubular profundo especial, fornecimento de água bruta por metro cúbico, implantação de adutora de água e melhorias do sistema de tratamento para a localidade de Ponta Porã-MS" Reprodução/Arquivo/GovMS-E.R

Continue Lendo...

Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul, a Sanesul trouxe à público o extrato de contrato para executar a perfuração de um "super poço" longe cerca de 313 quilômetros da Capital, em uma subcontratação ao custo de R$ 86 milhões e que deve se estender até 2041. 

Conforme divulgado, a vencedora da licitação para serviços de implantação de sistema de captação de água subterrânea, com perfuração, ativação e operação do "super poço" foi a Empresa Brasileira de Saneamento Ltda. 

Dos detalhes dessa chamada subcontratação, uma vez que a própria Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul (Sanesul) deveria se encarregar dos serviços de água e esgoto, o contrato do EBS se deu na modalidade conhecida como B.O.T, ("Construir, Operar e Transferir" em tradução livre do inglês "Build, Operate and Transfer). 

Ou seja, a EBS deve ficar encarregada de perfurar, ativar e operar um "poço tubular profundo especial, fornecimento de água bruta por metro cúbico, implantação de adutora de água e melhorias do sistema de tratamento para a localidade de Ponta Porã-MS". 

Em valores absolutos, os recursos próprios desembolsados pela Sanesul somam 86.832.000,00, em uma subcontratação que deve se estender por 194 meses, ou seja, cerca de 16 anos, com possível encerramento somente em 2041. 

Velha conhecida

Conforme consta no portal da transparência apenas da Sanesul, a Empresa Brasileira de Saneamento já se mostra uma "velha conhecida" da istração, com contratos pelo menos desde 2014.

Esse primeiro registro junto à Sanesul anotado pela EBS em 2014, de contrato também para realizar perfuração ativação e operação de poço em Aparecida do Taboado, segue ativo já que possui prazo de quinze anos de vigência, semelhante a um segundo anotado naquele mesmo ano e finalidade, porém em Paranaíba. 

Além disso, desde 2017 a EBS está subcontratada pela Sanesul até 2032 para implantar um sistema semelhante com "super poço" para o município distante apenas 70 quilômetros de Campo Grande, pelo valor inicial de 32.104.800,00. 

 

Assine o Correio do Estado

Cidades

Juiz absolve piloto que saiu de MS com 400 kg de cocaína

De acordo com o documento, foi considerado que a abordagem do avião foi ilegal, e por essa razão, todas as provas do processo foram anuladas

06/06/2025 09h45

Juiz absolve piloto que saiu de MS com 400 kg de cocaína

Juiz absolve piloto que saiu de MS com 400 kg de cocaína Divulgação

Continue Lendo...

A Justiça Federal absolveu o ex-procurado pela Interpol e líder de uma quadrilha no Amazonas, Wesley Evangelista Lopes, o piloto foi preso por transportar mais de 400kg de pasta base de cocaína em um avião que saiu de Porto Murtinho (MS) e iria para Rio Claro (SP) em dezembro do ano ado.

De acordo com o jornal Estadão, no texto do documento, o juiz Luciano Silva considerou que a abordagem ao avião foi ilegal e anulou todas as provas do processo. Com isso, tanto o piloto, quanto o co-piloto Alexandre Roberto Borges, que estavam presos preventivamente, foram soltos.

“Não há dúvida do caráter criminoso das atividades perpetradas pelo réu, que merecem reprimenda. A dúvida que remanesce é sobre a integridade do processo investigativo”, diz a sentença.

Além disso, o juiz afirmou que se houvesse condenação, estaria se baseando apenas em um ato de fé, sem possibilidade de defesa efetiva. O texto ainda cita que a condenação não deve ser aplicada uma vez que há apenas depoimentos de testemunhas que presenciaram a apreensão da droga, mas que não sabiam a origem.

À época do depoimento, Evangelista confessou que em troca, receberia R$ 100 mil, segundo relato aos policiais. Durante a ação, um Fiat Strada aguardava a droga em Rio Claro, mas ao perceber a chegada da Polícia, o motorista abandonou o carro e fugiu.

Ao oferecer denúncia, o Ministério Público Federal (MPF) argumentou que “os indícios de autoria decorrem da própria situação flagrancial, tendo os denunciados confessado perante a equipe policial responsável pela abordagem que o transporte do entorpecente”.

“Ressalte-se que a natureza e a quantidade de cocaína apreendida revelam-se incompatíveis com o uso pessoal e demonstram finalidade comercial”, diz um trecho da denúncia.

Wesley também já esteve envolvido em outros crimes, em 2019, transportou drogas até a Bolívia e havia sido preso no Brasil em outro avião com mais de 400 quilos de cocaína, e esteve envolvido em um acidente aéreo no Acre, quando a aeronave caiu em um rio.

Traficantes liberados

Um homem foi preso inicialmente na madrugada de 10 para 11 de maio, após o caminhão Scania/R540 que conduzia ser parado por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) próximo à ponte sobre o Rio Paraguai, em Corumbá. No entanto, após a audiência de custódia teve liberdade provisória concedida em menos de 24 horas. 

Na ocasião, o juiz plantonista Maurício Cleber Miglioranzi Santos determinou a liberdade provisória, sob alegação de não haver "necessidade de segregação", dizendo que apesar do flagrante não há elementos que indiquem que o homem sem histórico criminal "reprisará tal conduta". 

Com requerimento da 6ª Promotoria de Justiça de Corumbá, agora, o TJMS deferiu liminar "atribuindo efeito suspensivo ao Recurso em Sentido Estrito", decretando por consequência a prisão preventiva do preso em flagrante com mais de meia tonelada de entorpecentes. 

Diante da liberdade provisória concedida, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul apresentou recurso, na figura da promotora de Justiça  Gabriela Rabelo Vasconcelos, em "Sentido Estrito e Medida Cautelar Inominada" com pedido liminar para que tal decisão fosse suspensa. 

Conforme a promotora, "a decisão de primeiro grau desconsiderou os requisitos legais da prisão preventiva, previstos no art. 312 do Código de Processo Penal". 

Tal dispositivo permite que seja decretada medida para garantia da ordem pública, conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, desde que estejam presentes as provas da materialidade e/ou indícios de autoria.

Tanto a "expressiva quantidade" quanto a variedade de substâncias - escondidas ainda de forma sofisticada, segundo o Ministério Público -, demonstram uma "periculosidade social" por parte do acusado. 

Ou seja, esses fatores justificariam a "segregação cautelar, a fim de resguardar a ordem pública e prevenir a reiteração delitiva", como destacado na decisão do juiz substituto em segundo grau, Alexandre Corrêa Leite, conforme liminar deferida ontem (02). 

Para o magistrado, os volumes e natureza das substâncias apreendidas, sendo três tipos de entorpecentes distintos, ultraam os parâmetros usuais de gravidade e evidenciam necessidade de segregação imediata, decisão essa que será levada à análise do colegiado do Tribunal de Justiça.

***Colaborou Leo Ribeiro***

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).