Com 10 mortes registradas este mês, sendo 6 dentro das vias urbanas, a Capital vive um aumento de acidentes graves. Por causa disso, a Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) avalia que deve intensificar as medidas de fiscalização. Ontem, duas pessoas morreram em um acidente na rodovia BR-262, ainda dentro dos limites de Campo Grande.
De acordo com dados da Agetran, seis pessoas foram a óbito só nos primeiros 20 dias de maio no trânsito de Campo Grande, justamente no mês reservado à conscientização sobre os cuidados na direção de veículos.
Nas vias municipais foram contabilizadas seis mortes, contra quatro no mesmo período do ano ado, e mais quatro óbitos ocorreram ainda dentro do perímetro urbano da Capital, no Anel Viário.
E o aumento não é apenas do número de mortes, mas da quantidade de acidentes com vítimas também, já que, apenas neste mês, segundo dados da Agetran, 187 pessoas se feriram em colisões, número superior ao do ano ado, quando 169 se feriram em acidentes de trânsito no mesmo período.
Para o diretor de Trânsito da Agetran, Ciro Vieira, esse aumento é motivo de “grande preocupação” para o setor, que deve ampliar as medidas para evitar a escalada do número de acidentes.
“Vemos [esses dados] com grande preocupação, o que nos move a aumentar as medidas de fiscalização, educação para o trânsito e estudos e melhorias na engenharia de tráfego, além da integração com os demais órgãos do SNT [Sistema Nacional de Trânsito], para a atuação conjunta”, declarou Ciro Vieira.
De acordo com o diretor, as principais causas desses acidentes graves na Capital são o excesso de velocidade, o uso de celular, o avanço de sinal vermelho, o desrespeito à sinalização e os motoristas que conduzem veículos sem ter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
“Motoristas que adotam uma condução defensiva, respeitam os limites de velocidade e mantêm a atenção constante no trânsito contribuem diretamente para a redução de acidentes e tornam o tráfego mais seguro para todos”, declarou Vieira.
Como mostrou matéria do Correio do Estado, de janeiro a abril deste ano, foram registrados 4.016 acidentes de trânsito, e 35% deles envolveram motociclistas (1.436). Do total de acidentes no período, 1.404 tiveram vítimas, com 17 mortes, e quase todas eram motociclistas.
Em comparação a 2024, houve um aumento de 3% nos acidentes, já que no mesmo período ocorreram 3.881 acidentes. Desse total, 1.391 tiveram vítimas e ocorreram 23 óbitos.
Somando estes primeiros dias de maio, até ontem foram contabilizados 4.511 sinistros, que resultaram em 23 mortos no trânsito neste ano.
Segundo o diretor da Trânsito da Agetran, algumas medidas tomadas pelos condutores podem colaborar para a redução desses números.
“Respeitar os limites de velocidade, não usar o celular enquanto dirige ou caminha, usar cinto de segurança, inclusive no banco traseiro, atravessar sempre na faixa de pedestres, não dirigir sob efeito de álcool ou drogas, manter distância segura do veículo à frente e não conduzir veículos se não for habilitado”, disse.

ÚLTIMAS MORTES
Ontem, um casal ainda não identificado morreu em acidente entre uma caminhonete Toro e um caminhão, na BR-262, região do Indubrasil, em Campo Grande.
De acordo com informações apuradas pelo Correio do Estado, uma carreta e a Toro seguiam pelo mesmo sentido da pista, com o carreta na frente.
Em determinado momento, a carreta ou para a pista contrária para uma ultraagem proibida, e a Toro seguiu o veículo, também trocando de faixa para a ultraagem.
No entanto, como estava atrás, o motorista não tinha visão da pista à frente e, quando a carreta retornou para a faixa da esquerda, um caminhão vinha na pista contrária e o motorista da caminhonete não teve tempo de retornar e acabou batendo de frente.
Com o impacto, a frente da Toro ficou totalmente destruída e o casal morreu na hora. Os corpos ficaram presos nas ferragens.
No caminhão estavam o motorista e um auxiliar, que tiveram ferimentos inicialmente considerados leves. Ambos foram atendidos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), sendo o motorista levado para uma unidade de saúde, enquanto o auxiliar recusou transporte.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o casal era morador de Terenos e estava retornando de Campo Grande para o município quando houve o acidente.
A caminhonete estava carregada com várias bebidas alcoólicas de diversas marcas e, segundo a PRF, tudo leva a crer que o casal tinha um comércio em Terenos e teria vindo à Capital para buscar mercadorias.
O trânsito no local ficou interditado e um congestionamento se formou no local. Os veículos só foram retirados após o trabalho da perícia. O caso é investigado pela Polícia Civil.
*Colaboraram Glaucea Vaccari e Tamires Santana