O Departamento de Operações de Fronteira (DOF) apreendeu R$ 1,1 milhão em cigarros contrabandeados no município de Mundo Novo, a 463 km de Campo Grande.
Os policiais militares patrulhavam a Estrada do Lixão, próximo à MS-299, quando dois caminhões cruzavam a fronteira do Paraguai para o Brasil. Então, ao irem atrás dos veículos para abordagem, a fuga se iniciou.
Depois de percorrerem alguns quilômetros, os motoristas abandonaram os caminhões e entraram a pé em uma área de plantação. Mesmo continuando a perseguição, nenhum suspeito foi localizado.
Na vistoria das carretas, um M. Benz 1113 e um Iveco Daily Baú, foram encontrados 19,8 mil cigarros contrabandeados, juntos avaliados em aproximadamente R$ 1,1 milhão. O material apreendido foi encaminhado à Receita Federal do município.
Cigarros, contrabando & MS
Em Mato Grosso do Sul, a comercialização de cigarros contrabandeados do Paraguai é muito mais comum que no restante do Brasil, por conta da fronteira com o país vizinho.
Esse cenário faz com que, de 10 maços vendidos no Estado, 7 sejam de marcas ilegais, o que resulta em uma perda bilionária aos cofres do governo do Estado, que não recolhe o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) desses produtos.
Estimativa feita pelo Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FN), com base nos dados do Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec), mostra que, nos últimos seis anos, R$ 2,7 bilhões deixaram de ser arrecadados em Mato Grosso do Sul em razão da venda ilegal de cigarros contrabandeados.
Só no ano ado, ainda de acordo com o FN, foram R$ 150 milhões perdidos em imposto que poderia ter sido cobrado.
Esse valor é alto porque o ICMS cobrado em Mato Grosso do Sul sobre o cigarro legal é de 30%. Essa política de impostos altos incidentes sobre esse tipo de produto é uma prática comum no País inteiro, como uma forma de desestimular que a população faça uso de um produto que comprovadamente faz mal à saúde.
Pelos dados do Ipec, no ano ado, 72% dos cigarros comercializados em todo o Estado tinham origem ilegal, porcentual que representa mais que o dobro do valor nacional, que foi de 32% em 2024.
Apesar de o valor ser alto, ele representa uma pequena queda em relação a 2023, quando esse mercado representava 74% das vendas de cigarro no Estado. E esse porcentual já chegou a ser de 85%, em 2019.
Matéria publicada em fevereiro deste ano pelo Correio do Estado mostrou que, de acordo com números da Polícia Federal, no ano ado, a corporação apreendeu R$ 87.771.190 em cigarros contrabandeados em Mato Grosso do Sul. As apreensões ocorreram nas cidades de Mundo Novo (6), Ponta Porã (5), Campo Grande (4) e Corumbá (1).
O maior volume foi apreendido no município de Mundo Novo, cidade que faz fronteira com Salto del Guairá, no Paraguai, onde a quantidade de pacotes de cigarros ilegais apreendida foi avaliada em R$ 37.125.882,00.
*Colaborou Daiany Albuquerque