Em comunicado divulgado nesta segunda-feira (19), o Departamento de Estado dos Estados Unidos ofereceu recompensa de até US$ 10 milhões para alguém que tiver informações sobre atividades financeiras do grupo libanês Hesbolahh na América Latina, principalmente na região da tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina.
Entre as atividades que supostamente estariam financiando o grupo que os EUA classificam como terrorista está o tráfico de drogas e o contrabando de cigarros, atividades com forte presença na região de fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai.
Conforme nota divulgada pela embaixada dos EUA, na região da tríplice fronteira, “financiadores e facilitadores do Hezbollah arrecadam recursos para a organização terrorista por meio de lavagem de dinheiro; tráfico de entorpecentes; contrabando de carvão e petróleo; comércio ilegal de diamantes; contrabando de itens como dinheiro em espécie, cigarros e produtos de luxo”, ente outros.
A nota diz que mais informações “sobre essa oferta de recompensa estão disponíveis em www.rewardsforjustice.net. Qualquer pessoa que tenha informações sobre redes financeiras do Hezbollah na região da fronteira é incentivada a entrar em contato com o programa por meio do Signal, Telegram, WhatsApp no número +1-202-702-7843 ou por nosso canal de denúncias via Tor. Todas as informações serão mantidas em sigilo absoluto.”
Ainda de acordo com o governo dos EUA, “O Hezbollah é uma organização terrorista sediada no Líbano que recebe armas, treinamento e financiamento do Irã, país designado pelo secretário de Estado, em 1984, como Estado patrocinador do terrorismo”.
Estima-se que a organização gere aproximadamente um bilhão de dólares por ano, somando o apoio financeiro direto do Irã, negócios e investimentos internacionais, redes de doadores, corrupção e atividades de lavagem de dinheiro, conforme dados do governo dos EUA.
NEGÓCIO BILIONÁRIO
A produção de cigarros no Paraguai é sete vezes maior do que o consumo interno desses produtos e 6 vezes maior que as vendas oficiais registradas pelas empresas no país –número que incluiria as exportações.
Um dos controladores deste negócio bilionário, segundo as próprias autoridades paraguaias, é o ex-presidente Horácio Cartes, que comandou o país vizinho de 2013 a 2018 e está envolvido em uma série de processos por corrupção e lavagem de dinheiro.
Segundo levantamento do Instituto Ipec Inteligência, divulgado pelo Fórum Nacional Contra Pirataria e Ilegalidades (FN) relativo a 2023, cerca de 39 bilhões de unidades foram comercializadas por criminosos em apenas um ano. A pesquisa aponta que de cada 100 cigarros comercializados, 36 eram ilegais.