Preso com 1,6 quilo de “dry” droga de alto valor e concentração elevada de THC, o militar Leonardo André Gomes dos Santos, de 21 anos, foi colocado em liberdade provisória nesta segunda-feira (19). A decisão foi tomada durante audiência de custódia pelo juiz Pedro Henrique Freitas de Paula, da Vara de Garantias de Dourados.
O entorpecente, conhecido como “droga dos playboys”, pode custar até R$ 25 mil por quilo em grandes capitais como o Rio de Janeiro, embora na região de fronteira entre Mato Grosso do Sul e o Paraguai seja vendido por cerca de R$ 6 mil. Já um único cigarro feito com a substância chega a ser comercializado por até R$ 500.
De acordo com o portal Dourados Informa, o militar, que integra a Base Aérea de Brasília, foi preso pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) na BR-163, quando viajava em um ônibus leito que fazia a linha entre Ponta Porã (MS) e São Paulo (SP).
Durante fiscalização, os agentes identificaram algo suspeito no forro da mochila que Leonardo carregava. Ao verificarem no compartimento oculto, foram encontrados os tabletes de “dry”, derivado do haxixe produzido em laboratório.
Segundo a PRF, o jovem apresentou informações desencontradas sobre o motivo da viagem. Inicialmente alegou que teria vindo à região a convite de um amigo para conhecer instituições de ensino superior no Paraguai.
No entanto, após ser confrontado com a descoberta da droga, declarou que havia sido contratado para levá-la até Brasília. Ao chegar na Polícia Civil, preferiu exercer o direito constitucional de permanecer em silêncio.
Apesar da quantidade de droga indicar possível finalidade comercial, o juiz entendeu que a prisão em flagrante poderia ser substituída por medidas cautelares.
“Embora a quantidade de droga afaste a presunção de uso pessoal, não justifica, por si só, a custódia cautelar do flagranteado, notadamente porque não há registro de reincidência ou maus antecedentes”, destacou na decisão.
O magistrado também levou em conta o fato de Leonardo ser militar da ativa, com residência fixa em Brasília, o que, segundo ele, reduz o risco de fuga ou de comprometer a aplicação da lei penal.
Como contrapartida à liberdade provisória, o réu terá que comparecer a todos os atos do processo, justificar mensalmente suas atividades junto ao juízo da capital federal e comunicar previamente qualquer mudança de endereço. Ele declarou receber salário de R\$ 1.300 na Aeronáutica.