Cidades

CAMPO GRANDE

Leilão para PPP do Hospital Regional está previsto para dezembro deste ano

Governador Eduardo Riedel apresentou o projeto aos deputados estaduais e esclareceu que, mesmo istrado por empresa privada, hospital continuará 100% SUS

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O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, apresentou aos deputados estaduais, nesta quarta-feira (4), informações sobre o projeto de Parceria Público Privada (PPP) a ser implementada no Hospital Regional Rosa Pedrossian, em Campo Grande. O leilão está previsto para dezembro deste ano e a empresa ganhadora será responsável pela istração do hospital por 30 anos.

A reunião foi a portas fechadas, mas o presidente da Casa de Leis, Gerson Claro (PP), afirmou que os deputados puderam sanar dúvidas e entender os impactos da nova contratação.

“Foi garantido que o Hospital Regional permanecerá como hospital público, com atendimento SUS [Sistema Único de Saúde], 100% gratuito e gestão assistencial estadual. O Estado ainda vai fazer o aporte, ou seja, você dobra a capacidade de atendimento e ainda melhora a eficiência”, explicou Gerson Claro.

Conforme reforçou o governador, a PPP será nas áreas do modelo “bata cinza”, ou seja, apenas para os serviços não assistenciais: recepção, portaria e vigilância, lavanderia, limpeza e jardinagem, nutrição, manutenção predial e engenharia clínica, Central de Material Esterilizado (CME), logística de almoxarifado e farmácia, transporte de pacientes e necrotério, tecnologia da informação, água, energia e gases medicinais e fornecimento de insumos hospitalares.

O projeto

Os aspectos da modelagem do projeto compreendem o conceito de bata branca e bata cinza. A bata branca inclui todos serviços médicos assistenciais. Já o modelo de bata cinza inclui os serviços de segurança, alimentação, lavanderia e equipamentos.

Na proposta de projeto para o HRMS foi adotado o modelo de bata cinza, ou seja, apenas os serviços não assistenciais ficam sob gestão istrativa da empresa concessionária.

Conforme apresentando anteriormente pelo secretário estadual de saúde, Maurício Simões Corrêa, o projeto prevê ampliar a estrutura do Regional, com mais leitos e estacionamento.

Atualmente, o Hospital Regional Rosa Pedrossian possui área de 37.000 m², com estrutura de 10 pavimentos, capacidade de 362 leitos e atendimento de 46 especialidades médicas.

Com a inciativa privada, serão atingigos 71.000 m² de construção, com dois novos blocos que devem ampliar a capacidade de atendimento de 362 para 577 leitos, totalizando 59% de aumento no número de leitos.

Já o estacionamento ará a oferecer 753 vagas.

O investimento inicial previsto é de R$ 951 milhões e custos operacionais de manutenção estimados em R$ 158 milhões ao ano. Ao todo serão R$ 5,6 bilhões em investimentos a serem realizados pelos próximos 30 anos.

Segundo o secretário, a adoção da PPP seria a melhor alternativa, pois irá gerar uma economia de 21% em comparação ao modelo tradicional de contratação, "pois permite reunir em um único contrato a construção, reforma e manutenção durante todo o período contratual, tornando-o mais efetivo e com melhor custo-benefício".

 “Dentro do nosso novo PRI [Plano de Regionalização Integrado] associado a Rede Estadual Hospitalar, a PPP [Parceria Público-Privada] do Hospital Regional será um marco de um novo tempo para a saúde do Estado do Mato Grosso do Sul. Trazendo eficiência em gestão dos recursos da saúde, planejamento e arrojo na ampliação da assistência de alta complexidade. Atendendo a demanda crescente das diversas regiões de saúde do estado e da capital, além de inovar o modelo de gestão, servindo de referência às demais unidades de saúde do estado”, disse o secretário.

área de risco

TJ condena locadora que bloqueou carro perto da fronteira em MS

Veículo foi bloqueado remotamente quando transitava no meio do Pantanal, durante a noite. Casal com criança ficou à beira da estrada

06/06/2025 09h19

Locadora havia perdido em primeira instância. Insatisfeita, recorreu ao TJ, que manteve a condenação e aumentou o valor da indenização

Locadora havia perdido em primeira instância. Insatisfeita, recorreu ao TJ, que manteve a condenação e aumentou o valor da indenização

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Os desembargadores da 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça condenaram uma locadora de veículos por bloquear remotamente um carro alugado enquanto trafegava em rodovia no Estado de Mato Grosso do Sul. O carro se aproximava da fronteira e a locadora entendeu que, possivelmente, seria trocado por drogas na Bolívia, o que ocorre com frequência.

A decisão unânime reconheceu falha na prestação de serviço e majorou a indenização por danos morais para R$ 10 mil para cada um dos clientes prejudicados, totalizando R$ 30 mil.

O caso ocorreu em junho de 2024, quando uma família, após sofrer um acidente em Minas Gerais, alugou um carro da empresa em Uberlândia para continuar viagem até Corumbá (MS).

Durante o trajeto, já próximo do destino final, o veículo foi repentinamente bloqueado de forma remota pela locadora, sob a alegação de que estaria em “área de fronteira”.

Sem auxílio imediato da empresa, os ocupantes do veículo – incluindo uma criança – ficaram à beira da estrada durante a noite, em local sem acostamento, expostos a riscos. Eles ajuizaram ação pleiteando indenização.

Na sentença de primeira instância, a Justiça determinou o restabelecimento do contrato, devolução de valores pagos indevidamente e condenou a empresa a pagar R$ 5 mil para cada um dos três autores a título de danos morais.

Insatisfeita, a locadora de veículos recorreu, alegando que os clientes descumpriram cláusula contratual que proíbe circular em áreas de vigilância aduaneira.

No julgamento do recurso, o relator do processo, desembargador Amaury da Silva Kuklinski, destacou que a cláusula invocada pela empresa não foi apresentada de forma clara ao consumidor no momento da contratação.

Além disso, observou que a simples agem por áreas próximas à fronteira não configura uso indevido do veículo nem justifica o bloqueio remoto, especialmente sem qualquer alerta ostensivo.

Em seu voto, o relator destacou que o Código de Defesa do Consumidor é claro ao determinar que a informação é um direito básico do consumidor, servindo de instrumento para que este faça uma escolha consciente dos produtos que irá adquirir.

“No caso em análise, a requerida deixou de cumprir este dever de informação quando não advertiu a autora expressamente sobre a abrangência da zona de vigilância aduaneira, principalmente se considerado que a maioria das pessoas não detêm este tipo de conhecimento específico", escreveu o magistrado. 

Além disso, pontuou, "também é certo que a autora teria providenciado outra forma de transporte se tivesse ciência clara sobre referida cláusula e as consequências de sua inobservância. Assim, tem-se que a requerida se beneficiou da vulnerabilidade dos consumidores, tendo em vista sua falta de conhecimento sobre o tema, para firmar o contrato de locação, e posteriormente rescindiu o referido instrumento contratual, de forma unilateral, e sem sua total contraprestação, acarretando dano ao consumidor”, afirmou o desembargador. 

Ele ressaltou ainda que os autores não praticaram qualquer conduta no uso de veículo que pudesse evidenciar prática de ação ilícita de sua parte.

(Com informações da assessoria)
 

gaeco

Corrupção seguiu em Sidrolândia mesmo depois de três operações

Um dos 3 mandados de prisão da 4ª fase da investigação Tromper foi expedido para o ex-vereador Claudinho Serra, por seu suposto envolvimento no esquema

06/06/2025 09h00

Ex-vereador estava usando tornozeleira eletrônica desde o dia 26 de abril de 2024, quando foi solto

Ex-vereador estava usando tornozeleira eletrônica desde o dia 26 de abril de 2024, quando foi solto Arquivo

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Nova fase da Operação Tromper precisou ser deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), em função de o avanço das investigações terem apontado que o grupo criminoso que fraudava licitações em Sidrolândia ainda estava na ativa, mesmo após crimes contra o poder público serem descobertos.

De acordo com o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), três mandados de prisão e 29 mandados de busca e apreensão foram cumpridos ontem em Sidrolândia e Campo Grande. Um dos alvos foi o ex-vereador por Campo Grande Claudinho Serra, que já havia sido preso no ano ado.

A investigação, que apontou a existência de uma organização criminosa voltada a fraudes em licitações e contratos istrativos com a prefeitura de Sidrolândia, apurou que, mesmo após autuação e aplicação de medidas cautelares para os envolvidos no esquema, realizadas em operações anteriores, crimes como os investigados continuaram acontecidos.

Os contratos milionários fraudulentos, que, somados, chegavam ao montante aproximado de R$ 20 milhões, foram feitos com empresas atuantes no ramo de engenharia e pavimentação asfáltica.

No decorrer das investigações, foram reunidos pelo MPMS diversos elementos que comprovam o pagamento de grandes quantias como propina a agentes públicos, além dos crimes de ocultação e dissimulação da origem ilícita de valores provenientes dos crimes antecedentes.

Conforme apurou o Correio do Estado, nesta quarta fase da operação, foram presos o ex-vereador por Campo Grande Cláudio Jordão de Almeida Serra Filho, o Claudinho Serra, Carmo Name Júnior, que é assessor do ex-vereador, e Cleiton Nonato Correia, que atua como empresário).

O ex-vereador havia sido preso durante o cumprimento da terceira fase da operação, no dia 3 de abril do ano ado, acusado de chefiar o esquema de corrupção na prefeitura de Sidrolândia, cidade onde foi titular da Secretaria Municipal de Finanças, Tributação e Gestão Estratégica (Sefate). Serra também é genro da ex-prefeita Vanda Camilo (PP).

Desde o dia 26 de abril de 2024, Claudinho Serra está sendo monitorado pela Justiça, fazendo uso de tornozeleira eletrônica. No mês ado, a Justiça havia pedido a renovação do uso de tornozeleira eletrônica pelo ex-vereador por mais 180 dias.

Em nota, a defesa do acusado se manifestou sobre a prisão do ex-vereador.

“Cláudio Serra Filho está afastado da vida pública, não ocupa mais cargo político, e está sob monitoramento eletrônico há 14 meses. Neste período, não foi comunicada a prática de crime e não houve violação das medidas cautelares. Não existem motivos para uma nova ordem de prisão”, declarou o advogado de defesa, Tiago Bunning.

Ainda segundo apurou a investigação, o esquema de corrupção funcionava, pelo menos, desde 2017 e era realizado por meio da abertura de empresas no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) para incrementar o objeto social sem que o estabelecimento comercial apresentasse experiência, estrutura ou capacidade técnica para a execução do serviço contratado.

DELAÇÕES

Em junho de 2024, a primeira delação premiada referente à Operação Tromper ouviu o ex-servidor municipal de Sidrolândia Tiago Basso da Silva, que revelou o suposto esquema de corrupção em que mais de uma empresa venceu processos de licitação, mas nunca entregou os materiais ou efetuou os serviços para os quais havia sido contratada em Sidrolândia.

O esquema de corrupção, segundo informou o ex-servidor, que exerceu função de chefe do setor de compras, seria comandado por Claudinho Serra, que foi titular da Sefate entre dezembro de 2021 e maio de 2023.

A função de Tiago Basso, em linhas finas, era trabalhar como facilitador do o a licitações, em esquema que chegou a movimentar aproximadamente R$ 100 mil.

Basso relatou aos promotores de Justiça do Grupo Especial de Combate à Corrupção (Gecoc) seu papel no esquema de facilitação do pagamento das notas fiscais.

Meses depois, em outubro, Milton Matheus Paiva Matos, advogado e proprietário da empresa 3M, expôs mais informações.

Em uma delação que durou mais de uma hora, Milton confirmou os casos de corrupção na época que Claudinho Serra era secretário municipal no município de Sidrolândia, além de revelar o envolvimento de outras secretarias nos desvios: de Educação; de Desenvolvimento Rural; e de Saúde.

Na época das fraudes, o secretário de Educação de Sidrolândia era Rafael Soares Rodrigues, que foi demitido após ter sido preso por possível envolvimento nos casos.

OPERAÇÕES ANTERIORES

Em maio de 2023, foi deflagrada a primeira fase da Operação Tromper, quando ocorreu busca e apreensão em casas de servidores municipais de Sidrolândia. Ao todo, 16 mandados foram cumpridos na ação, com apoio do Batalhão de Choque da Polícia Militar.

Em julho de 2023, no segundo desdobramento da operação, o MPMS cumpriu quatro mandados de prisão e cinco de busca e apreensão. Foram detidos dois empresários e dois servidores municipais. Um dos servidores era Tiago Basso da Silva, o outro era o funcionário comissionado César Bertoldo, que atuava na área de licitação da prefeitura.

Os empresários investigados foram Uevertom da Silva Macedo e Roberto da Conceição Valençuela.
Quase um ano depois da primeira fase, em abril de 2024, os agentes do Gecoc e do Gaeco cumpriram oito mandados de prisão, um deles tendo por alvo o então vereador Claudinho Serra.

Saiba

Preso ou por todos os trâmites ontem

Claudinho Serra, preso ontem, durante a quarta fase da operação, foi levado para exame de corpo delito e, posteriormente, a uma cela da Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac-Cepol), onde aguardava transferência para uma unidade do sistema prisional de Mato Grosso do Sul.

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