Em seu ano mais letal em relação à série histórica (2015 a 2025), a chikungunya matou mais que a dengue em Mato Grosso do Sul considerando os últimos 60 dias.
Em novo boletim epidemiológico, divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) nesta quinta-feira (05), foi confirmada a sétima morte causada pela doença neste ano. A vítima desta vez foi um homem de 78 anos, em Fátima do Sul, com nenhuma comorbidade relatada.
Inclusive, este foi o segundo óbito seguido de chikungunya no município, que tem menos de 21 mil habitantes. Em meados de maio, um homem de 82 anos com hipertensão arterial, veio a falecer em Fátima do Sul pela doença. As outras mortes foram em Dois Irmãos do Buriti, Vicentina (2x), Naviraí e Terenos.
A efeito de comparação, a dengue, outra doença causada pela picada do mosquito Aedes Aegypti, matou 12 pessoas neste ano em Mato Grosso do Sul. Porém, diminuindo o recorte para os últimos dois meses, a dengue vitimou cinco sul-mato-grossenses, enquanto a chikungunya, seis.
Quanto ao número de casos, 3.528 já foram confirmados este ano e outros 11.857 seguem como prováveis, um salto de quase 330% de um ano para outro, quando foram 2.766. Maracaju, Sonora e Glória de Dourados lideram entre os municípios com maior número de casos confirmados, com 1.135, 481 e 426, respectivamente.
Campo Grande, mesmo sendo a cidade mais populosa do estado, não vive um “caos” de chikungunya, já que tem apenas 38 casos confirmados no ano. Com isso, a taxa de incidência da doença (o número de casos pela população absoluta) na capital é de 4,2 por 100 mil habitantes, sendo uma das menores em todo o Mato Grosso do Sul.
Fique atento
A SES indica que a Chikungunya tem sido mais incidente em alguns municípios do interior do Estado, como:
- Jateí;
- Glória de Dourados;
- Sonora;
- Terenos;
- Vicentina;
- Maracaju;
Bianca Modafari é enfermeira na gerência de Doenças Endêmicas da SES, ela rea orientações que precisam ser seguidas diante do cenário de aumento da Chikungunya, mesmo que a dengue esteja em baixa.
"É fundamental manter as ações de prevenção como eliminar recipientes que acumulam água, tampar caixas d'água e usar repelente para evitar novas infecções. São cuidados simples que protegem contra as duas doenças", explica.
Certos sintomas levantam alertas na população por estarem ligados à doença, apesar de parecerem comuns, como febre alta; manchas vermelhas na pele; dores pelo corpo e/ou articulações.
- Febre alta: presente em ambas, mas na Chikungunya surge de forma súbita.
- Dor nas articulações: intensa na Chikungunya e pode persistir por meses. Na dengue, é mais muscular.
- Manchas vermelhas: aparecem nos dois casos, mas na dengue podem vir acompanhadas de sangramentos.
- Complicações: Chikungunya raramente causa casos graves, mas pode deixar sequelas e evoluir para forma crônica, embora possa levar ao óbito em casos de uso de medicações anti-inflamatórios na fase aguda (até 14 dias de início de sintomas). Já a dengue pode evoluir para formas hemorrágicas;
É importante lembrar que os diagnósticos só são feitos por equipes especializadas, portanto é necessário procurar uma unidade de saúde para tratamento adequado.
*Colaborou Leo Ribeiro