Cidades

Feminicídio

MS é um dos estados que mais concede medidas protetivas a mulheres no Brasil

Em 2024, foram 14.558 medidas registradas no estado

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Uma pesquisa divulgada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) mostrou que, em 2024, a média de dias para a análise entre o início do processo e a primeira medida protetiva solicitada por mulheres era de 4 dias, uma média acima do limite legal de 48 horas. 

Mato Grosso do Sul atende o limite, com uma média de 2 dias para a concessão. 

A Lei Maria da Penha determina que haja urgência em conceder as medidas protetivas a mulheres em situações de risco ou sob ameaça iminente de violência doméstica e familiar, seja física, psicológica, moral, sexual ou patrimonial. 

No Brasil, 13 estados não cumprem o prazo de 48 horas para a concessão da medida que, segundo especialistas, é um “instrumento eficaz e deve ter sua aplicação incentivada”. São eles: Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Ceará, Minas Gerais, Espírito Santo, Santa Catarina, Paraíba, Alagoas, Piauí, São Paulo, Pernambuco, Sergipe e Bahia. O último tem a maior média do Brasil, de 16 dias para a concessão de medida provisória. 

Em 2024, foram concedidas 598.457 medidas protetivas a mulheres em todo o país. Somente em Mato Grosso do Sul, 14.558 foram registradas, sendo o 12º estado com menor número de medidas concedidas. A pesquisa também mostrou que, no estado, 95% dos pedidos foram atendidos, sendo o 8º estado que mais concede as medidas no Brasil. A média do país é de 92%. 

A Lei Maria da Penha prevê diferentes medidas protetivas, que podem ser aplicadas de forma isolada ou cumulativa, dependendo da gravidade do caso. A penalidade para o descumprimento da lei foi ampliada em 2024. Antes, a pena era de 3 meses a 2 anos de detenção. Hoje, é de 2 a 5 anos de reclusão. 

Medidas reforçadas

Depois da morte da jornalista Vanessa Ricarte, assassinada pelo ex-noivo, Caio Nascimento, que repercutiu por todo o país, uma série de medidas têm sido adotadas para fiscalizar e melhorar o atendimento às mulheres no estado. 

Em fevereiro, a Ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, anunciou que a Organização das Nações Unidas (ONU) iria avaliar as regras e procedimentos em todas as dez Casas da Mulher Brasileira existentes no país, inclusive a de Campo Grande, inaugurada em 2015. 

Desde a inauguração, a Capital tem sido apontada como uma referência em relação a essa política pública, mas foi revista após o feminicídio de Vanessa e o tratamento que foi dado à jornalista ao procurar a Casa para atendimento.

A situação trouxe à tona desabafos de outras vítimas de violência doméstica, que denunciaram terem recebido o mesmo tratamento de Vanessa no local, alegando, inclusive, terem sido desencorajadas a denunciar. 

A repercussão do caso e as falhas no atendimento à jornalista  motivou o Poder Público a anunciar mudanças nos procedimentos de proteção às mulheres vítimas de violência. Em nota, na época, o governo estadual também itiu falhas na rede de proteção às mulheres vítimas de violência e no atendimento prestado a Vanessa.

“Mais uma morte prova que não estamos conseguindo garantir proteção às vítimas de violência […] Falhamos enquanto estado, falharam as instituições, falhamos enquanto sociedade. Precisamos identificar onde erramos, planejar mudanças e agir eficazmente para termos uma solução que resulte de forma efetiva no fim da morte de mulheres em nosso estado simplesmente por serem mulheres”, manifestou o governo estadual ao informar que a Corregedoria da Polícia Civil está apurando se houve falhas no atendimento prestado à jornalista.

Também foi anunciado pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS) a instalação de uma nova vara judicial dentro da Casa da Mulher Brasileira de Campo Grande, com o objetivo de dobrar a capacidade do Poder Judiciário para processar e conceder medidas protetivas.

Além disso, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems) propôs a implementação de um programa de capacitação e treinamento humanizado para policiais e funcionários da Casa da Mulher Brasileira. 

Por fim, o governo estadual e o Ministério das Mulheres anunciaram a de um Acordo de Cooperação Técnica do Ligue 180, para aprimorar e agilizar o fluxo de denúncias.

14 feminicídios em MS desde janeiro

O primeiro caso de 2025 foi a morte de Karina Corin, de 29 anos, nos primeiros dias de fevereiro, baleada na cabeça pelo ex-companheiro, Renan Dantas Valenzuela, de 31 anos. 

Já o segundo feminicídio deste ano no Estado foi a morte de Vanessa Ricarte, esfaqueada aos 42 anos, por Caio Nascimento, criminoso com agens por roubo, tentativa de suicídio, ameaça, além de outros casos de violência doméstica contra a mãe, irmã e outras namoradas.

Após denúncia do Ministério Público de  Mato Grosso do Sul em quatro crimes, em caso de condenação e penas máximas aplicadas, o assassino de Vanessa pode pegar mais de 86 anos de cadeia, como abordado pelo Correio do Estado.

Os outros feminicídios de 2025 vitimaram: 

O sétimo caso de feminicídio registrado em 2025 foi o de Giseli Cristina Oliskowiski, morta aos 40 anos, encontrada carbonizada em um poço no bairro Aero Rancho, em Campo Grande.

Já o oitavo feminicídio foi o de Ivone Barbosa da Costa Nantes, morta a golpes de faca na região da nuca pelas mãos do então namorado no assentamento da zona rural de Sidrolândia batizado de Nazareth, em 17 de abril. 

O nono caso foi registrado com o achado do corpo de Thácia Paula Ramos de Souza, de 39 anos, encontrado na tarde de quarta-feira (14), no Rio Aporé, em Cassilândia-MS, segundo divulgado pela Polícia Civil. 

Vale lembrar que o marido de Thácia, um homem de 43 anos, estava preso desde segunda-feira (13) como suspeito de envolvimento no desaparecimento e possível feminicídio da companheira, em Cassilândia.

Já o décimo caso, foi o de Simone da Silva, de 35 anos, na noite do dia 14 de maio, morta a tiros na frente dos próprios filhos por William Megaioli da Silva, de 22 anos, que se entregou à polícia ainda com a arma em mãos, longe cerca de 405 quilômetros da Capital. 

Esse caso aconteceu no município de Itaquiraí, dentro da própria residência da vítima, com o filho adolescente de 14 anos de Simone usando o celular da mãe para pedir socorro a uma tia após o crime.

No 11º feminicídio de Mato Grosso do Sul, a vítima foi Olizandra Vera Cano, de 26 anos, que foi assassinada com golpes de faca no pescoço pelo marido de 32 anos, no dia 23 de maio. O autor acabou preso em flagrante, na cidade de Coronel Sapucaia, a 395 quilômetros de Campo Grande.

O crime ocorreu após uma discussão por causa do jantar. Conforme informações, os policiais foram acionados para o local depois da meia-noite. Olizandra  foi encontrada caída no quintal da residência já sem sinais vitais. O autor, Celso Ireneu, foi preso em flagrante.

Graciane de Sousa Silva, morta no início da manhã do dia 24 é a 12ª vítima em Mato Grosso do Sul, em 2025.

As outras duas vítimas foram Vanessa Eugênio Medeiros, de 23 anos, e a filha de 10 meses, Sophie Eugenia Borges, que foram esganadas e queimadas por João Augusto Borges de Almeida, de 21 anos. Ele confessou o crime e disse que a motivação foi a de "conter os gastos" e o desejo de se separar de Vanessa mas não querer pagar pensão. Segundo a polícia, o homem não demonstrava arrependimento pela ação. 

Oportunidade

TJMS abre inscrições para processo seletivo de estágio remunerado

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul vai selecionar estudantes universitários em diversas áreas; saiba como se inscrever

06/06/2025 18h23

Crédito: Freepik

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O Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul (TJMS) está com inscrições abertas, de 9 a 29 de junho, para estudantes de nível superior com a matrícula em dia.
São diversas áreas de atuação, e o selecionado irá receber R$ 1.073,30, valor dividido entre bolsa-auxílio mensal de R$ 855,50 e auxílio-transporte de R$ 217,80.

A jornada semanal é de 25 horas, distribuídas em cinco horas diárias. O processo seletivo é voltado para os seguintes cursos:

  • istração
  • Ciências Contábeis
  • Comunicação Social (Jornalismo e Publicidade e Propaganda)
  • Direito
  • Engenharia Civil
  • Serviço Social

Estão aptos a concorrer no processo seletivo estudantes que estiverem com a matrícula em dia até o penúltimo semestre de cada curso. Cabe ressaltar que as vagas são para atuação em Campo Grande.

Processo seletivo


Os candidatos farão uma prova objetiva on-line com 30 questões de múltipla escolha sobre os seguintes conteúdos:

  • Língua Portuguesa
  • Legislação Específica
  • Conhecimentos da área de formação
  • Inscrições


Os interessados devem ar o site da Universidade Patativa (UPA), por meio do link:
https://universidadepatativa.com.br/site/processos-seletivos-estagio/, e selecionar o processo seletivo correspondente.

Após clicar, o candidato será direcionado a uma página com instruções. No item 6, é possível ar o site https://prova.universidadepatativa.com.br/ para realizar o cadastro e visualizar o edital.

A prova estará disponível no dia 6 de julho, das 00h às 23h59 (horário de Brasília), no ambiente virtual da UPA.

Vagas para cotistas

  • As vagas serão distribuídas conforme determina a legislação:
  • Candidatos negros e pardos: 30%
  • Indígenas: 3%

O candidato que desejar concorrer às vagas reservadas deve preencher e anexar o formulário de autodeclaração ou laudo médico no sistema de inscrição, conforme as orientações do edital.

Quem pode participar?


Podem participar estudantes que:

Tenham disponibilidade para cumprir o horário do estágio e não tenham cumprido mais de 18 meses de estágio no TJMS (exceto pessoas com deficiência).

Divulgação


O resultado será divulgado no dia 7 de julho. Haverá prazo para recurso nos dias 8 e 9. A previsão para publicação do resultado final é o dia 11 de julho.

O processo seletivo tem validade de um ano e pode ser prorrogado por igual período, conforme a necessidade istrativa.

Em caso de dúvidas, os candidatos podem entrar em contato pelos seguintes canais:

Confira o Edital
 

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Educação

Entre 1,2 milhão de católicos, quase 500 mil não possuem nível básico de instrução

Dados foram divulgados hoje pelo IBGE

06/06/2025 18h00

Entre 1,2 milhão de católicos, quase 500 mil não possuem nível básico de instrução

Entre 1,2 milhão de católicos, quase 500 mil não possuem nível básico de instrução Divulgação

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De acordo com o Censo de 2022 divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) hoje (6), foram registrados 1.219.677 católicos em Mato Grosso do Sul, religião com maior número de adeptos do Estado. 

Destes, 38,8% relataram não possuir grau de instrução ou ensino fundamental completo. Isso equivale a 463.477 pessoas maiores de 10 anos, idade mínima dos entrevistados. Esse percentual é o maior percentual registrado na categoria de grau de instrução entre a religião.

14% declararam possuir ensino fundamental completo, mas não ensino médio. 26,7% possuíam o ensino médio completo e 20,5% alegaram ter ensino superior completo. 

Entre os 763.096 evangélicos, segundo maior religião do Estado, a porcentagem entre os que não possuíam grau de instrução ou ensino fundamental incompleto também é a maior da categoria, 37,5%.

16,1% estudaram até o ensino fundamental e 29,9% completaram até o ensino médio. 16,4% dos evangélicos disseram possuir ensino superior completo. 

Esse número se inverte quando são observados os dados da religião espírita, onde 47,4% possuíam o grau superior de instrução completo e apenas 14,9% o grau mínimo ou inexistente de instrução. 

Educação

Conforme noticiado pelo Correio do Estado, Mato Grosso do Sul ocupa a 7ª pior posição no ranking entre os estados brasileiros na rede pública no Índice de Desenvolvimento de Educação Básica dos anos iniciais, com 5,3 pontos. Na rede privada, a pontuação melhora e o estado ocupa o 8º lugar, com 7,3 pontos. Os dados são para o ano de 2023. 

Ainda segundo o Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede), apenas 5% dos alunos da rede pública do estado terminam o ensino médio com alto rendimento em Matemática. 

Ainda na rede pública, o rendimento para o Ensino Médio na disciplina de português no Estado é de 28%, o que representa um nível básico de aprendizado.

Mesmo assim, Mato Grosso do Sul ocupou a 7ª melhor posição entre os estados brasileiros, segundo o Censo Demográfico de 2022, "Alfabetização: Resultados do universo", com 94,6% de taxa de alfabetização. 

Entre cerca de dois milhões de sul-mato-grossenses, aproximadamente 115 mil - com 15 anos ou mais - eram tidos como analfabetos, com o índice de 94,6% do Estado indicando ainda tendência de aumento na taxa de alfabetização daqueles que estão em idade escolar. 
 

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