O número de violência contra pessoas idosas aumentou mais de 70% no período de um ano em Mato Grosso do Sul, que se mantém como o estado com a maior taxa de violência cometida contra essa população no País, segundo aponta o Atlas da Violência, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e divulgado nesta segunda-feira (12).
Os dados têm como referência o ano-base de 2023.
A taxa de violência por 100 mil habitantes foi de 312,9 em 2023, acima da taxa registrada em 2022, que foi de 194,9 e também maior do que a nacional, de 85,5, sendo a maior registrada no País.
O estado de Tocantins aparece em segundo no ranking, com taxa de 266,6.
Em números absolutos, em 2023 foram registrados 1.173 casos de violência contra idosos em Mato Grosso do Sul, enquanto no ano anterior foram 687, um aumento de 70,74%. Dessa forma, em média, um idoso é agredido a cada 8 horas em MS.
Dos idosos vítimas de violência, 52 precisaram de internação, sendo 46 homens e seis mulheres.
Nos últimos dez anos, de 2013 a 2023, esse tipo de violência teve aumento de 86,5% em Mato Grosso do Sul. Em toda a última década, o Estado liderou o ranking de maior taxa de violência contra pessoas acima de 60 anos.
O aumento da violência contra idosos no Estado em 2023 barrou uma sequência de três anos consecutivos com registro de queda no número de notificações.
Conforme o Atlas, o crescimento elevado pode apontar também para um aumento das notificações.
Lesão autoprovocada
O Atlas também traz dados de notificações de lesão autoprovocada de idosos, que se referem às lesões provocadas voluntariamente e tentativas de suicídios.
Neste ranking, Mato Grosso do Sul apresenta taxa de 25,9 para cada 100 mil habitantes, a quarta maior entre os estados. Em números, em 2022 foram registradas 97 notificações de lesões autoprovocadas na população idosa.
Atlas da violência
A publicação é divulgada anualmente pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e tem como base principalmente dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), ambos sob gestão do Ministério da Saúde.
Também são levados em conta os mapeamentos demográficos divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e levantamentos do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.