Cidades

Fraude

o ao aplicativo do INSS é entrave para idosos em MS

Desde ontem, idosos estão recebendo notificação sobre descontos ilegais; a partir de hoje, eles podem informar se a retirada foi autorizada ou não pelos beneficiários

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A dificuldade de o ao aplicativo Meu INSS, do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), é a principal reclamação de idosos em Mato Grosso do Sul que precisam utilizar a tecnologia para saber 
se receberam a notificação informando sobre os descontos ilegais no benefício.

De acordo com o instituto, existem apenas duas formas de solicitar a devolução dos valores descontados ilegalmente: diretamente pelo aplicativo Meu INSS ou pelo telefone 135.

Em entrevista para o Correio do Estado, a aposentada Jô Ramos, 68 anos, declarou que baixou o aplicativo, 
mas ainda não conseguiu registrar uma conta no Gov.br para saber se recebeu ou não a notificação do INSS.

“Eu ainda não sei se recebi [a notificação], porque baixei o aplicativo ontem. Vou pedir ajuda para a minha filha olhar para mim”, disse Jô.

Na tentativa de se cadastrar no Gov.br, que é um portal que reúne em um só lugar serviços para o cidadão, ela relatou que seguiu os os informados pelo portal para se cadastrar, porém, no momento em que solicitava o reconhecimento facial para o cadastro, o site apresentou erro.

Sobre os descontos, a aposentada lamentou que a ilegalidade foi realizada justamente contra idosos.

“Não tinha outras pessoas mais viáveis para eles tirarem [os descontos] do que os aposentados, né? O povo que mais precisa, mas graças a Deus descobriram e agora vão devolver”, opinou.

Já na opinião do aposentado Jean Aguiar, 64 anos, o INSS deveria identificar os aposentados que foram prejudicados com a aplicação indevida de descontos e ressarcir diretamente os beneficiários com os valores no próximo pagamento.

“No meu caso, não é porque eu não queira ar o aplicativo, mas o meu celular é antigo para entrar [no Meu INSS], fica complicado. Se eles tiverem consciência, eles depositam o valor descontado na minha conta”, comentou Jean.

Em função dessa dificuldade de ar o aplicativo por causa da versão antiga do aparelho celular, ele informou que vai esperar para tentar conferir se os valores da sua aposentadoria foram descontados de outras formas.

NOTIFICAÇÕES

Desde ontem, beneficiários do INSS que tiveram descontos associativos – autorizados ou não – começaram a receber notificações oficiais informando a identificação de débitos em seus benefícios.

De acordo com o governo federal, 9 milhões de aposentados e pensionistas estão sendo notificados por meio do aplicativo Meu INSS.

Quem for notificado com os dados dos valores descontados poderá, a partir de hoje, informar qual associação realizou o desconto e o período em que a cobrança foi feita, por meio do aplicativo e da Central de Atendimento (telefone 135).

Com esses dados em mãos, o segurado poderá confirmar ou contestar o vínculo. Caso não tenha autorizado, será solicitada a devolução dos valores por meio das associações que forem contestadas.

A consulta para verificar se houve desconto indevido no benefício, conforme informou a Secretaria de Comunicação Social do governo federal, pode ser feita somente por dois canais oficiais: app Meu INSS (versão para computador) e telefone 135.

O INSS reforça que não enviará mensagens por Whats-App e SMS nem realizará ligações para falar sobre reembolso.

EVITE GOLPES

Ao Correio do Estado, a advogada especialista em Direito Previdenciário Juliane Penteado orientou como os aposentados e pensionistas podem informar a autorização ou não dos descontos em suas contas de forma segura.

“A gente orienta para as pessoas aram nos meios adequados, não aceitando ajuda de intermediadores para isso, como pessoas que ligam avisando que podem resolver, até porque não foi noticiado pelo INSS que o procedimento será dessa forma e é bem possível que são pessoas tentando aplicar outros golpes”, disse Juliane.

A advogada ainda acrescentou que, caso a forma de restituição promovida pelo governo esteja inadequada, seja por conta dos valores, seja pela morosidade de pagamento, os beneficiários podem recorrer judicialmente.

“Nesses casos, as pessoas podem procurar um advogado para fazer a intermediação do recebimento dessa restituição, a depender do caso. Uma vez que se trata de relação de consumo, o caso pode requerer em indenização por dano moral”, informou Juliane.

FRAUDE

A fraude de descontos do INSS foi descoberta pela Controladoria-Geral da União (CGU), em conjunto com a Polícia Federal (PF), que deflagrou no mês ado a Operação Sem Desconto, a qual desarticulou um esquema nacional que mirou associações que faziam descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões.

Segundo a PF, entidades que representavam aposentados e pensionistas descontaram irregularmente parte de mensalidades associativas aplicadas sobre benefícios previdenciários.

Por causa dessa irregularidade, o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi exonerado e outros quatro servidores da entidade foram afastados de suas funções por decisão judicial.

A estimativa é de que, entre 2019 e 2024, essas entidades descontaram R$ 6,3 bilhões de cerca de 6 milhões de segurados do INSS. Porém, a parcela desse montante que decorre de descontos ilegais ainda 
é analisada.

Saiba

Aposentados e pensionistas do INSS que tiveram desconto de mensalidade associativa não autorizado 
no contracheque de abril terão o dinheiro devolvido na próxima folha de pagamento (maio). As mensalidades seguintes serão descontinuadas.

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ACIDENTE

Motorista fica preso às ferragens em acidente entre carretas no interior do Estado

Colisão ocorreu próximo à entrada do Assentamento Montana e mobilizou o Corpo de Bombeiros e a PRF

07/06/2025 11h30

Motorista fica preso as ferragens em acidente entre carretas

Motorista fica preso as ferragens em acidente entre carretas FOTO: Tiago Apolinário/Da Hora Bataguassu

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Na última quinta-feira (5), um acidente envolvendo duas carretas no km 45 da BR-267, em Bataguassu – distante a 335 quilômetros de Campo Grande, deixou um motorista presa às ferragens.

De acordo com as informações, a carreta que transportava peças industriais seguia no sentido Bataguassu quando, ao ar por uma curva, uma das peças atingiu uma carreta carregada com couro que vinha no sentido contrário.

Conforme relatos das testemunhas, um caminhão de menor porte que seguia à frente da carreta com peças tentou ar o assentamento, cruzando a rodovia. Nesse momento, o motorista da carreta com couro tentou ar entre os dois veículos, o que resultou na colisão.

Com o impacto da batida, a carreta com couro saiu da pista e parou em meio à vegetação e o motorista ficou preso às ferragens e precisou ser resgatado por uma equipe do Corpo de Bombeiros.

A carga de couro ficou espalhada pela pista.

Durante os trabalhos de resgate, a Polícia Rodoviária Federal esteve no local, para os procedimentos de praxe e o trânsito fluiu em meia pista, durante os trabalhos de resgate.

O condutor da carreta que transportava as peças, um homem de 45 anos, não se feriu.

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negócio bilionário

Sheiks do petróleo estão de olho em mais três usinas de cana em MS

O fundo de investimentos Mubadala, de Abu Dhabi, já controla três e agora está negociando a compra das usinas da Raízen, em Rio Brilhante e Caarapó

07/06/2025 11h30

Usina da Raízen de Caarapó, na qual existe promessa para geração de etanol de segunda geração, estaria no pacote de venda

Usina da Raízen de Caarapó, na qual existe promessa para geração de etanol de segunda geração, estaria no pacote de venda

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Empresa estatal controlada pelos sheiks do petróleo de Abu Dhabi, a Mubadala Capital está negociando a aquisição de mais três usinas de açúcar e etanol em Mato Grosso do Sul, estado onde o bilionário fundo de investimentos árabe já tem três unidades.

Desta vez, segundo publicação do jornal O Globo de sexta-feira (6), o alvo das negociações, que estariam bastante adiantadas, seriam as usinas Rio Brilhante e atempo, ambas no município de Rio Brilhante. Desde 2021 elas pertencem à Raízen, do Grupo Cosan, que está tentando se desfazer das indústrias e dos cerca de 150 mil hectares de plantações de cana.

A publicação carioca não cita a unidade  da Raízen de Caarapó, também comprada em 2021 do grupo francês Louis Dreyfus Company (LDC). Mas, ela também estaria no pacote de negociação entre a Atvos, controlada pelo Mubadala, e a Raízen. 

Para a usina de Caarapó a Raízen chegou a anunciar, ainda em 2023, investimento de R$ 1,3 bilhão para produção de etanol de segunda geração, produzido a partir do bagaço da cana. Mas, apesar daquele anúncio, a venda pode ocorrer antes da concretização deste investimento. 

Em Mato Grosso do Sul, os sheiks do petróleo, por meio da Atvos, já controlam as usinas Santa Luzia, em Nova alvorada do Sul; a Eldorado, no município de Rio Brilhante; e da usina de Costa Rica, no município com o mesmo nome.

A publicação do jornal carioca se baseia em informações da agência de notícias Bloomberg, que teria tido o a três fontes envolvidas na negociação bilionária. Ainda de acordo com a Bloomberg, o Itaú BBA estaria conduzindo as negociações em nome da Raízen, controlada pelo bilionário Rubens Ometto. 

Caso o negócio seja concretizado, os sheiks do petróleo ariam a controlar seis das 19 usinas de etanol e açúcar de Mato Grosso do Sul, onde 916 mil hectares estão ocupados com cana-de-açúcar na safra que está em andamento em 2025. 

A previsão é de que em Mato Grosso do Sul sejam produzidas 50,5 milhões de toneladas de cana nesta safra, que começou em abril. Todas as plantas geram eletricidade, somando 2 milhões de MWh de abril a dezembro. Doze delas injetam o excedente para a rede nacional de energia elétrica. 

DINHEIRO DO PETRÓLEO

Os árabes entraram no setor sucroenergético de Mato Grosso do Sul há pouco mais de dois anos. No começo de 2023 o fundo de investimentos Mubadala Capital anunciou investimentos da ordem de R$ 3 bilhões ao longo de três anos nas três usinas do grupo Atvos em Mato Grosso do Sul. 

Por conta destes aportes, em setembro daquele ano as usinas, que pertenciam ao grupo Odebrecht, conseguiram superar o estágio de recuperação judicial em que se encontravam desde 2019.  

Ao final do investimento de R$ 3 bilhões no Estado, eles prometiam aumentar a capacidade de produção de cana em mais de três milhões de toneladas nas três unidades no Estado, onde estão empregadas em torno de quatro mil pessoas. 

A Santa Luzia, por exemplo, havia fechado a safra anterior com quatro milhões de toneladas, mas tem capacidade para até 5,5 milhões. A Eldorado, por sua vez, processou R$ 3,1 milhões de toneladas, mas seu potencial é para até R$ 4,1 milhões de toneladas. Em Costa Rica, a capacidade é de cerca de 4 milhões de toneladas por ano. 

NEGÓCIO LUCRATIVO

E o interesse dos árabes por mais três usinas possivelmente tem relação direta com o lucro das unidades que já têm em Mato Grosso do Sul. Depois do aporte financeiro, duas das três usinas da Atvos no Estado recuperaram suas finanças, aumentaram a produção de cana e fecharam a safra do ano ado com lucro líquido superior a meio bilhão de reais.

Juntas, as usinas Santa Luzia e Eldorado, respectivamente instaladas em Nova Alvorada do Sul e em Rio Brilhante, anunciaram superávit 348% superior ao ano anterior, fechando com lucro de R$ 520 milhões, ante R$ 116 milhões no período ado. 

A usina Eldorado, instalada a cerca de 80 quilômetros da zona urbana de Rio Brilhante, havia fechado a safra anterior com prejuízo de R$ 13,4 milhões. No ciclo seguinte, encerrado em março do ano ado, contabilizou lucro líquido de R$ 269 milhões. 

O dinheiro do petróleo para produzir combustível renovável foi destinado principalmente ao aumento na produção de cana. Na usina Eldorado, o ano terminou com produção de 4 milhões de toneladas, o que é 29% a mais que as 3,1 milhões de toneladas da safra anterior. . 

O lucro da usina de Nova Alvorada do Sul teve crescimento menor que a de Rio Brilhante, ando de R$ 129 milhões para R$ 251milhões.

NÚMEROS

Em Mato Grosso do Sul, a cana-de-açúcar está presente em 48 municípios. Mas, quase um terço (32%) da área plantada está justamente nos três municípios onde os árabes estão presentes e onde pretendem comprar mais duas usinas (Rio Brilhante, Nova Alvorada do Sul e Costa Rica).


 

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