Cidades

MATO GROSSO DO SUL

PF prende seis envolvidos no tráfico aéreo de cocaína

Investigados desde 2019 usavam helicópteros e até aviões de pequeno porte para tráfico internacional

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Com mandados expedidos pela Justiça Federal de Mato Grosso do Sul, uma organização criminosa investigada desde 2019 por traficar drogas "pelos céus" entrou na mira da Polícia Federal nesta quarta-feira (28) com seis envolvidos conduzidos após cumprimento de nove mandados de prisões preventivas e onze para buscas e apreensões.

Toda essa trama criminosa começou a ser descoberta em 2019 quando, segundo a Polícia Federal, um helicóptero carregado de cocaína foi apreendido no município de Naviraí, dando início à investigação. 

Conforme a PF, além de Mato Grosso do Sul outros quatro Estados foram alvos da batizada "Operação Tango Down", que executou cumprimento de mandados em: 

  • MS - Amambai
  • PR - Alvorada do Sul
  • PR - Marilena 
  • PR - Porecatu
  • RS - Barra Funda 
  • SC - São Bento do Sul 
  • SP - Mogi-Guaçu 
  • SP - Araçatuba

Para desmantelar esse grupo que fazia recorrente uso de aeronaves para o tráfico de drogas, a Operação Tango Down mobilizou 50 agentes da Polícia Federal, além do apoio do Ministério Público Federal e da Justiça Federal. 

Entenda

Com os agentes em campo, seis indivíduos foram capturados e apenas três permanecem foragidos, conforme indicado pela PF em nota, o que a Polícia Federal considera "mais um o no enfrentamento ao crime organizado transnacional". 

Com a ação de 2019 em Naviraí, o grupo entrou na mira da Polícia que ou a investigar esse transporte de substâncias que teriam origem paraguaia, com uma das maiores apreensões acontecendo cerca de quatro anos depois. 

Nesse caso específico, em 18 de janeiro de 2023, a Força Aérea Brasileira (FAB) e Polícia Militar apreenderam cerca de meia tonelada de cocaína em uma aeronave interceptada em Santa Cruz do Rio Pardo (SP). 

Esse avião foi avistado enquanto sobrevoava a região oeste do Estado paulista, acompanhado por aeronave da FAB que deu ordem de pouso imediato não acatada pelo piloto em questão. 

Desde que o grupo entrou na mira, além de sete prisões em flagrantes feitas no período, as apreensões ligadas ao grupo já somaram: 

  • 27 toneladas de maconha, 
  • 1.177 kg de cocaína, 
  • 2.347 kg de skunk,
  • 2 aeronaves 

Aeronaves do tráfico 

Quando o assunto é tráfico de drogas e o uso de aeronaves, as polícias tanto brasileira quanto do Paraguai, por exemplo, notam há tempos um emprego maior desses veículos a serviço do crime, com o nome de Antônio Joaquim da Mota sendo um dos principais responsáveis por esse tipo de esquema. 

Conhecido como "Motinha", o narcotraficante é tido como "Don Corleone" e somente em 2023 foi alvo de duas operações da Polícia Federal, com 13 helicópteros ligados a seu esquema apreendidos até junho daquele ano. 

Essa "moda" de usar helicópteros para o tráfico de cocaína, como abordou o Correio do Estado, por exemplo, se dá pela facilidade de deslocamento e pouso e a dispensa do uso de pistas. 

Em entrevista ao Correio do Estado, o advogado especialista em segurança e ex-superintendente da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul Edgar Marcon também informou que os helicópteros podem fugir das fiscalizações da Força Aérea.

“Os helicópteros têm suas condições de voo com bastante agilidade, o que propicia, inclusive, a fuga de aeronaves da Força Aérea, em razão da reduzida velocidade que podem empregar e da versatilidade para realiza manobras evasivas”.

 

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JUSTIÇA

Moraes determina que Ministério da Justiça formalize pedido de extradição de Zambelli

Carla Zambelli está foragida na Itália, país para o qual viajou após ser condenada a 10 anos de prisão em regime fechado pela invasão de sistemas e adulteração de documentos do Conselho Nacional de Justiça

07/06/2025 21h00

Foto: LULA MARQUES/ AGÊNCIA BRASIL

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou neste sábado, 7, que a Corte envie para o Ministério da Justiça e Segurança Pública todos os documentos necessários para a formalização do pedido de extradição da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).

Ela está foragida na Itália, país para o qual viajou após ser condenada a 10 anos de prisão em regime fechado pela invasão de sistemas e adulteração de documentos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Após o recebimento da documentação pelo ministério, cabe ao Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional da Secretaria Nacional de Justiça e Cidadania realizar a análise de issibilidade da documentação.

Em caso positivo, o pedido será encaminhado ao Ministério das Relações Exteriores ou à autoridade central estrangeira, para ser formalizado ao país onde se encontra o foragido da Justiça brasileira.

Moraes também ordenou que o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), seja comunicado da perda de mandato de Zambelli.

A medida normalmente teria que ser decidida pelos deputados. Porém, a jurisprudência do STF é que se a pena for superior a 120 dias de prisão em regime fechado, o próprio tribunal pode determinar a medida porque a Constituição prevê que o deputado perderá o mandato se faltar a um terço das sessões.

Na sexta-feira, a Primeira Turma do STF rejeitou por unanimidade recursos apresentados por Zambelli e pelo hacker Walter Delgatti, condenado a 8 anos e 3 meses de prisão no mesmo caso.

O entendimento foi de que os embargos de declaração apresentados não trouxeram novos argumentos e tinham caráter protelatório. Ou seja, objetivo era apenas adiar o cumprimento da pena.

Com a rejeição, a Primeira Turma declarou o trânsito em julgado, acabando com a possibilidade de novos recursos.

Moraes transformou o pedido de prisão preventiva de Zambelli em prisão definitiva e determinou que a Secretaria Judiciária do STF envie ao Ministério da Justiça os documentos necessários para o pedido de extradição da parlamentar.

O ministro ordenou ainda que a documentação contenha "indicações precisas sobre o local, a data, a natureza e as circunstâncias do fato criminoso, a identidade do extraditando e, ainda, cópia dos textos legais sobre o crime, a competência, a pena e sua prescrição".

Segundo Moraes, a documentação deve ser encaminhada no original em português, traduzida oficialmente para o italiano e acompanhada do formulário para pedido de extradição disponível no site da pasta.

Além da pena de prisão, Zambelli e Delgatti foram condenados ao pagamento de uma indenização de R$ 2 milhões por danos materiais e morais coletivos. Também foram estabelecidas multas individuais de cerca de R$ 2,1 milhão para a deputada e de aproximadamente R$ 520 mil para o hacker. Os valores exatos ainda serão calculados no processo.

A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) afirma que Carla Zambelli "comandou" e ajudou no "planejamento" do ataque cibernético. Walter Delgatti confessou os crimes.

O ataque aos sistemas do CNJ aconteceu em janeiro de 2023. Foi emitido um mandado falso de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes.

"Expeça-se o mandado de prisão em desfavor de mim mesmo, Alexandre de Moraes. Publique-se, intime-se e faz o L", dizia o documento fake.

Também foi produzido um recibo de bloqueio de R$ 22,9 milhões em bens do ministro. O valor corresponde à multa imposta por Moraes ao PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, por questionar as urnas eletrônicas nas eleições de 2022.

Havia ainda uma ordem, também falsa, para quebrar o sigilo bancário do ministro.

EDUCAÇÃO

Estudantes de MS vencem prêmio nacional por retratarem queimadas no Pantanal em peça teatral

O projeto estudantil de Corumbá receberá premiação de R$ 12 mil, sendo R$ 10.000 para dar a continuidade ao trabalho desenvolvido e R$ 2.000 para o educador responsável

07/06/2025 15h00

Além da premiação de R$ 12 mil para o projeto estudantil de Corumbá, os alunos e a professora que orientou o trabalho vão participar da COP30 em Belém

Além da premiação de R$ 12 mil para o projeto estudantil de Corumbá, os alunos e a professora que orientou o trabalho vão participar da COP30 em Belém Foto: Divulgação

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Projeto cultural desenvolvido em escola pública do Mato Grosso do Sul, foi um dos vencedores do Prêmio Criativos Escola + Natureza.

O trabalho “Queimadas no Pantanal” realizado por um grupo de alunos do 6º ao 9º ano da Escola Municipal Rural de Educação Integral Polo Sebastião Rolon – Extensão Nazaré, localizado no município de Corumbá, conquistou o prêmio nacional ao retratar o problema ambiental das queimadas no bioma pantaneiro através de uma peça teatral.

A iniciativa uniu expressão artística, educação ambiental e engajamento social, sendo um dos projetos premiados na edição de 2025 que tinha como tema o Dia Mundial do Meio Ambiente.

De acordo com o Insitituto Alana, organizadores da premiação, o grupos de estudantes corumbaense, incomodados com a degradação do meio ambiente, decidirão criar uma peça de teatro sobre os impactos das constantes das queimadas no Pantanal, com objetivo de conscientizar as pessoas para a importância de se preservar o bioma.

Formado por oito estudantes, o grupo sob orientação da professora Stella Gonçalves de Souza, buscou valorizar a expressão artística dos estudantes para dar visibilidade a esse problema ambiental crítico na região, engajando a comunidade de forma criativa.

“O objetivo foi orientar a população local sobre os impactos das queimadas no Pantanal, especialmente quando áreas de roçado são incendiadas”, explica a professora Stella.

“O Pantanal é um dos biomas mais diversos do mundo, e também um dos mais devastados pela ação humana. Os alunos, ao escolherem esse tema, demonstraram preocupação e engajamento com as questões ambientais, e o teatro ampliou o alcance para transmitir essa mensagem a um público mais amplo”, complementou.

A ação buscou informar sobre os riscos do fogo, formas de prevenção e a quem recorrer em caso de incêndios, aliando arte e educação ambiental no contexto do bioma pantaneiro.

A peça foi gravada e divulgada nas redes sociais, o projeto também contou com a criação de panfletos informativos que foram distribuídos à comunidade.

Além do reconhecimento nacional, a conquista do prêmio vai proporcionar para três estudantes do grupo corumbaense, mais o educador responsável, uma participação na COP30 através da parceria com Greenpeace Brasil. A COP é um evento mundial sobre agenda ambiental, que será realizado nesto ano na cidade de Belém (PA), no mês de novembro.

O grupo também receberá um prêmio de R$ 12 mil — sendo R$ 10 mil para a continuidade do projeto e R$ 2 mil para o educador responsável.

Escola + Natureza

Além desse projeto sul-mato-grossense, a premiação também reconheceu mais cinco iniciativas: “O diálogo com a natureza: Povos indígenas da Amazônia e a sustentabilidade”, vencedora da Amazônia; “Filtropinha: dos resíduos aos recursos”, vencedora da Caatinga; “Protótipo de Sistema de Reúso de Água na promoção da sustentabilidade e o uso responsável dos recursos naturais”, vencedora do Cerrado; “Ecotech”, vencedora da Mata Atlântica; e “Colocar o coração no ritmo da Terra: reflorestando mentes e corações”, vencedora do Pampa.

Esta edição da premiação recebeu 1.593 inscrições, engajando mais de 60 mil estudantes e 5.300 educadores de 738 municípios brasileiros.

Entre os projetos inscritos, 468 incluíram estudantes com deficiência, e mais de 90% das propostas vieram de escolas públicas — com forte presença de instituições estaduais (51%) e municipais (33,2%). Escolas federais, privadas e organizações da sociedade civil também marcaram presença na premiação.

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