Apesar de a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) ter informado que estaria sendo feita uma análise dos horários de funcionamento de todas as unidades de saúde, podendo haver alterações, e de um medico ligado à pasta ter informado que as Unidades de Saúde da Família (USFs) teriam horário de funcionamento reduzido, a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, garantiu que a informação não procede.
A prefeita, que adotou uma política de corte de gastos, disse que, na verdade, os horários serão ampliados.
"Essa informação não procede, tendo em vista que nós não estamos reduzindo, estamos ampliando", disse a prefeita.
Segundo Adriane, o número de unidades com horário estendido, ou seja, que funciona até às 19h, irá de 43 para 50.
O assunto veio à tona após um médico, fonte do Correio do Estado, revelar que foi realizada uma reunião na Sesau, durante a última semana, para discutir a redução do horário de funcionamento dos postos que possuem horário estendido. Segundo ele, o argumento para a medida seria o corte de gastos, já que com o expediente até às 17h seria possível economizar com jornada de trabalhadores, água e luz.
Questionada inicialmente a respeito da reunião e de como funcionaria a redução, além dos impactos financeiros e operacionais - com a possível sobrecarga de unidades 24h -, a Sesau havia informado apenas que estaria analisando os horários de funcionamento de todas as unidades de saúde, e que poderiam haver alterações conforme a necessidade apresentada através da análise dos dados que seriam apresentados pela equipe técnica. Quanto à data das alterações, a pasta informou que ainda não havia sido definida.
Após a fala da prefeita, a Sesau foi questionada novamente acerca das questões anteriores, mas ainda não posicionou sobre o assunto.
Relembre
A saúde da capital tinha o horário reduzido nas unidades até 2019, quando foi lançado o Programa Saúde na Hora, do Governo Federal.
O programa tinha como objetivo incentivar o atendimento estendido, a partir do custeio das atividades. Com o novo formato, as USFs começaram a funcionar no horário do almoço e durante o início da noite.
A partir do programa, a cobertura da Saúde da Família foi ampliada, e as filas em unidades de pronto atendimento e emergências hospitalares foram reduzidas.
Para desafogar UPAs
Em janeiro de 2019, a Sesau deu início à ampliação no atendimento das UBSs e USFs. À época, o secretário municipal de Saúde, Marcelo Vilela, afirmou que mais de 70% dos pacientes atendidos em UPAs e CRSs poderiam estar sendo atendidos nas Unidades Básicas. Mas, devido ao horário de funcionamento, acabavam enfrentando longos períodos de espera nos postos 24h.
“Fortalecendo o atendimento na atenção básica, assegurando que o paciente será bem atendido perto de casa, nós podemos minimizar o problema da urgencialização. Hoje, mais de 70% dos pacientes que são atendidos nas UPAs e CRSs, por exemplo, poderiam estar sendo atendido na unidade básica perto da sua casa. Dessa forma, esse paciente acaba tendo que aguardar na UPA por um tempo maior o que consequentemente gera reclamação”, explicou na época.