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Propaganda em material escolar põe município na mira do MPE

Mochilas e estojos foram distribuídas com o "calendário de festividades" e divulgação de atrações musicais e menção expressa à permissão de entrada com "cooler de bebidas"

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Após distribuir mochilas e estojos para alunos da rede municipal contendo propaganda das festividades, com divulgação de atrações musicais e até menção expressa à permissão de entrada com “cooler de bebidas”, um município longe cerca de 408 quilômetros de Campo Grande entrou na mira do Ministério Público de Mato Grosso do Sul. 

No extremo leste de Mato Grosso do Sul, quase fronteira com Minas Gerais, Paranaíba é que está sob a mira do MPMS após a distribuição deste material escolar, que divulgava o "Carnaíba 2025" e o aniversário do município, com a mensagem de que o "cooler de bebidas" era liberado.  

Por meio de ofício da Câmara Municipal, que data de abril deste ano, o caso chegou ao Ministério Público, que instaurou procedimento preparatório e elaborou recomendação posteriormente encaminhada à 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Paranaíba. 

Entre as divulgações dos mais variados shows, como da duplas Fernando & Sorocaba; Zé Neto e Cristiano; Guilherme e Santiago e até da cantora Ana Castela, a Prefeitura de Paranaíba aproveitou a distribuição de materiais escolares, como mochilas e estojos, para divulgar seus eventos de carnaval e aniversário de 168 anos do município. 

Com o clássico dizer do município "eu 'amo' Paranaíba" e a frase "educação é tudo", a recomendação - assinada pela Promotora de Justiça Juliana Nonato - deixa clara a violação de princípios da proteção integral à criança e ao adolescente. 

Entenda

Conforme a promotora, há resoluções que classificam como abusiva a "publicidade e comunicação mercadológica no interior de creches e das instituições escolares", inclusive em uniformes e materiais didáticos. 

"Extrai-se que a caracterização de publicidade abusiva independe da existência de vínculo comercial ou onerosidade do evento promovido. O critério fundamental seria o caráter inapropriado do conteúdo em relação ao público-alvo vulnerável e ao espaço educativo", cita.

Isso porque, em defesa, o município justificou que a propaganda "teria caráter apenas informativo de evento gratuito e futuro", alegando "benefício de natureza cultural" para toda a população. 

Com recomendação ao Secretário Municipal de Educação do Município de Paranaíba, José Barbosa Barros, e ao prefeito Maycol Henrique Queiroz, para que situações semelhantes não se repitam, o município reforçou ainda que não seria viável o recolhimento e troca. 

Segundo o município de Paranaíba, o ato de recolher e substituir os estojos e mochilas distribuídos causaria enorme prejuízo aos cofres públicos, diante de um gasto de R$ 2 milhões para compra desses materiais distribuídos inicialmente. 

Tal divulgação, segundo a promotoria, é incompatível com o melhor interesse do público infantojuvenil e ainda pode ser classificada como um desrespeito à confiança da comunidade escolar, que esperaria da escola um ambiente de cuidado, formação e proteção". 

"Tal conduta revela-se ainda mais reprovável diante da menção expressa à liberação de 'cooler de bebidas', o que sugere a permissividade quanto ao consumo ir de bebidas alcoólicas, somando-se a isso a ausência de qualquer indicação de classificação etária do evento, fatores que reforçam a inadequação do conteúdo frente ao público infantojuvenil e justificam a intervenção ministerial no caso", cita o texto.

 

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Israel bombardeia o Irã e mata lideranças militares

Ataque resultou na morte dos dois mais altos chefes militares do país, que lançou 100 drones contra Israel e prometeu uma retaliação severa

13/06/2025 09h48

Foto: Reprodução

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Israel bombardeou diversos alvos no Irã, no que chamou de “ataques preventivos” em meio ao acirramento das tensões no Oriente Médio. O governo israelense alertou sua população para o risco iminente de uma retaliação com “mísseis e drones” vindos do território iraniano.

Segundo o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, o alvo da operação intitulada “Nação de Leões” foi o programa nuclear do Irã, em uma “uma operação militar direcionada para reverter a ameaça iraniana à própria sobrevivência de Israel.”

De acordo com a mídia estatal, o ataque resultou na morte dos dois mais altos líderes militares do Irã: o comandante das Forças Armadas, Mohammad Bagheri, e o comandante da Guarda Revolucionária, Hossein Salami. O general Gholamali Rashid, vice-comandante das Forças Armadas, também foi morto.

Ainda segundo a imprensa iraniana, pelo menos seis cientistas nucleares morreram no ataque.

“Abdolhamid Minouchehr, Ahmadreza Zolfaghari, Amirhossein Feqhi, Motalleblizadeh, Mohammad Mehdi Tehranchi e Fereydoun Abbasi foram os cientistas nucleares martirizados”, informou a agência de notícias Tasnim.

As explosões ocorreram na madrugada desta sexta-feira, 13 (horário local, noite de quinta-feira no Brasil), e foram ouvidas na capital iraniana, Teerã. Outros bombardeios aconteceram nas cidades de Tabriz, Isfahan, Kermanshah, Arak e Natanz. Em Trabiz e Natanz, os ataques foram dirigidos contra instalações nucleares.

As autoridades israelenses classificaram o ataque como uma “primeira etapa” de ações contra o Irã, e disseram que a operação seguirá “tanto dias quanto for necessário”.

Já na sexta-feira, o Irã iniciou sua primeira onda de retaliação, lançando mais de 100 drones em direção a Israel, de acordo com o Brigadeiro-General Effie Defrin, principal porta-voz do exército israelense.

Os ataques de Israel ocorrem após semanas de ameaças de um ataque às instalações nucleares do Irã, e depois que as negociações entre Teerã e os Estados Unidos sobre o programa nuclear iraniano estagnaram. A primeira proposta feita pelo governo Trump foi rejeitada pelos iranianos, e criticada pelo líder do país, o aiatolá Ali Khamenei. Uma nova rodada de negociações aconteceria no domingo.

Tel Aviv já havia dito que não permitiria que os iranianos, seus inimigos históricos, adquirissem uma bomba atômica, algo que o Irã parece próximo de ser capaz de fazer. As Forças Armadas de Israel dizem que o Irã possui material físsil em quantidade suficiente para produzir 15 bombas atômicas “em questão de dias”.

As Forças Armadas de Israel confirmaram que os alvos do ataque desta quinta foram instalações nucleares do Irã, de acordo com o exército israelense 200 aviões de guerra participaram do ataque noturno, lançando centenas de bombas por todo o país e atingindo mais de 100 alvos.

O Irã informou a Agência Internacional de Energia Atômica que não houve contaminação química e aumento nos níveis de radiação na instalação nuclear de Natanz e que a usina nuclear de Bushehr não foi alvo, segundo Rafael Grossi, chefe da organização, em comunicado. A instalação nuclear de Isfahan também não foi afetada.

O ataque a Teerã foi o maior desde a guerra Irã-Iraque, décadas atrás.

“Esse é um momento decisivo na história de Israel”, disse o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu em pronunciamento. “Momentos atrás, lançamos a operação ‘Leão em Ascensão’, que tem o objetivo de combater a ameaça iraniana à sobrevivência de Israel. Nossos pilotos estão atacando uma série de alvos, e essa ação vai durar por quantos dias for necessário”, disse o premiê.

“Essa operação vai prejudicar a infraestrutura nuclear do Irã e suas capacidades militares”, prosseguiu Netanyahu. “Atacamos o coração do programa de enriquecimento de urânio [de Teerã]”, disse, acrescentando que também teve como alvo cientistas que trabalham no programa nuclear do país persa. “Nossa luta não é contra o povo iraniano, e sim contra a ditadura do Irã”.

Em uma declaração logo após o exército israelense anunciar a conclusão do ataque ao Irã, o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, disse que o exército “continuaria suas atividades para frustrar o programa nuclear iraniano e remover as ameaças ao Estado de Israel.

“O golpe certeiro nas cabeças dos comandantes da Guarda Revolucionária, do exército iraniano e dos cientistas nucleares, todos envolvidos na promoção do plano para destruir Israel, é uma mensagem forte e clara: aqueles que trabalham para destruir Israel serão eliminados”.

As tensões entre os dois países voltaram a aumentar há semanas, e há alguns dias especulava-se que Israel realizaria um ataque ao Irã. Esperava-se que o ataque provocasse retaliação do Irã, provavelmente envolvendo uma grande barragem de mísseis balísticos comparável à que o país disparou durante tensões semelhantes no ano ado.

Israel Katz, ministro da Defesa israelense, disse que Israel decretou estado de emergência devido aos riscos de retaliação. Ele afirmou que as escolas do país seriam fechadas na sexta-feira.

Segundo os relatos da mídia estatal iraniana, moradores de Teerã acordaram com o som da explosão. Nas redes sociais, usuários relatam sons de explosão em áreas residenciais de Teerã.

CIDADE MORENA

Manhã fria marca 'festival' de alianças no bolo de Santo Antônio em Campo Grande

Data do padroeiro de Campo Grande serve de união entre a comunidade católica e aqueles fiéis que buscam alcançar uma graça do "santo das causas impossíveis"

13/06/2025 09h35

Bolos seguem disponibilizando três mil chances de achar uma aliança

Bolos seguem disponibilizando três mil chances de achar uma aliança Marcelo Victor/Correio do Estado

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Apesar do frio ter segurado alguns dos fiéis um pouco mais na cama na manhã desta sexta-feira (13), quem saiu cedo em busca do bolo do popular santo casamenteiro encontrou um verdadeiro festival de alianças durante a retirada na Catedral Nossa Senhora da Abadia e Santo Antônio em Campo Grande. 

Como no caso da católica de nascença, Fabíola Falcão, que após conseguir pegar uma aliança em 2024, como acompanhou o Correio do Estado, repete o feito neste ano, sendo a oitava vez encontrando o objeto entre o tradicional bolo de Santo Antônio. 

Entretanto, para ela, a emoção da conexão e sinal de sua fé para ela é tamanha que Fabíola ainda é tomada pela vontade de chorar. 

"Eu venho todo ano... na minha vida toda eu fui devota de Santo Antônio. Vamos ver se a gente vai arrumar um casamento ou então um namorado", comenta. 

Preste à fazer aniversário, no próximo dia 20, segundo ela, Fabíola considera o achado um "presentão" e ainda espera que a hora certa de arrumar um companheiro irá alcançá-la. 

E se o frio ainda segurou uns e outros um pouco mais na cama, o que resultou em um cenário diferente das longas filas que se formam em busca de retirar o bolo, a "friaca" não teve força suficiente para abalar a graça de Santo Antônio e a fé daqueles que acreditam. 

Isso porque não há nem necessidade de ser adepta da tradição há tempos para ter a sua graça alcançada, como no caso de Maria do Carmo, que pela primeira vez comprando o bolo deu a "sorte" de encontrar uma aliança. 

Nascida em Fátima do Sul, a sul-mato-grossense se criou na cidade de Campinas mas há 30 anos mora em Campo Grande, e apesar das andanças nunca deixou de lado a fé católica, berço no qual nasceu. 

"Olha, não conta pro Santo Antônio, mas eu sou devota de São Judas Tadeu... mas a gente montou um grupinho aleatório para fazer uma caminhada no Morro do Ernesto, sem nem ter a ver com o Santo, só que combinamos de nos encontrar aqui e receber a benção, mas o povo não chegou ainda", revelou ao Correio do Estado. 

Sem sequer ter comprado o bilhete com antecedência, aos 51 anos Maria do Carmo aproveitou que a fila estava pequena e foi movida a comprar "apenas para ajudar" o trabalho da comunidade. 

Ao comprar o bolo pela primeira vez na vida, ela que inclusive já foi casada mas está divorciada, espera que Santo Antônio tome uma providência em sua causa. 

Comunidade católica

Com cada um processando sua fé como lhe cabe, há aqueles que aproveitam a data para estender a graça de Santo Antônio à família e aos amigos, como Angélica Vivian, devota da Catedral há cerca de dois anos e aproveitou para vender os bilhetes e levar os potes de bolo até as casas dos compradores. 

Entregando 34 bolos de Santo Antonio de casa em casa, ela revela que conhecia Santo Antônio inicialmente da tradição, de que se virá-lo de cabeça para baixo a pessoa irá casar, mas expõe que se sentiu atraída quando se aprofundou em quem foi essa figura católica. 

"Vi que não era só casamenteiro, a vida dele, quem conhece Santo Antônio não vai só pelo lado do matrimônio, mas sim pela fé divina. Ver que a igreja católica é incrível, tem esses mistérios, essas dádivas, e quem conhece não larga", cita. 

Estudante de agronomia, a jovem de 22 anos está noiva há quatro meses e faz questão de ressaltar que o que chama de "presentão" não veio pela graça de Santo Antônio, mas que se espelha na figura para estreitar sua fé católica. 

"Acho que todos os dias, pela forma que ele ama Deus, é uma forma de se comparar á ele, para você ser pelo menos um pouquinho daquilo que Deus quer", diz. 

Jaqueline Barros é outra que saiu carregando sacola cheia de bolos, uma devota há pelo menos 15 anos que já pegou alianças três vezes e alcançou sua graça à época de conseguir ingressar na faculdade que queria. 

"Como moro aqui perto, estou pegando para mim, sim, mas tem a família e uma parte das amigas também", comenta. 

Novos tempos

Neste ano, mantém-se a disponibilização de três mil alianças, apesar de que o bolo desde a época da pandemia já não é mais o mesmo, deixando o tradicional formato de metros para uma versão distribuída em potes por meio de drive-thru. 

Sobre isso, o pároco da catedral, padre Wagner Divino de Souza, comenta os desafios de continuar sendo fiel à mensagem de Jesus Cristo, colocando ela a partir do tempo em que vivemos, numa dinâmica que ele considera dada pelo Espírito Santo.

"A ousadia de atualizar a mensagem da salvação no tempo que nós vivemos. É verdade, o tempo da pandemia nos deu esse upgrade, antes nós não pensávamos que iríamos evoluir para o sistema do drive-thru hoje", lembra. 

O padre é didático ao dizer que a comunidade precisa perceber a prova e convicção de uma fé, para só assim permanecer em um lugar, complementando nesse sentido dizendo que pessoas dos quatro cantos de Campo Grande buscam esse ponto. 

"As pessoas voltam sim a Santo Antônio, porque ele tem um testemunho que fala por si só. Tem uma frase dele que inclusive acho que relata bem isso, dizia: 'cessem as palavras, falem as obras'". 

Por esse ano de 2025 ser de Jubileu Extraordinário, o Padre é categórico em dizer que isso trouxe um "plus de alegria" para a comunidade católica que se envolve na confecção do bolo. 

"Porque a igreja catedral é uma das jubilares, é a igreja por excelência na diocese. E os devotos aqui de Santo Antônio, o povo aqui da paróquia, Literalmente, eles vestem a camisa no sentido mais puro e mais perfeito da palavra", diz. 

O padre revela a multidão envolvida na confecção de bolos, com turnos em três períodos com mais de cem pessoas juntas por vez. 

"Não dá pra gente fazer isso sem ter pessoas compromissadas com o Evangelho".

Sobre a fama de "casamenteiro", o padre conta que isso remete à meado do século XIII na Europa, enquanto algumas mulheres precisavam oferecer dotes à família do noivo e Santo Antônio, por ser de família abastada, oferecia ajuda silenciosamente, contribuindo para que esses matrimônios se realizassem.

"A igreja já via nisso alguém sensível à questão da dificuldade do outro, ao problema do outro. Daí nós brasileiros temperamos isso e realmente transformamos Santo Antônio nesse homem santo que protege, que abençoa as famílias", conclui.

 

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