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Vereadores vão propor mandato para dar independência a agência

A mudança, inclusive, consta no termo de ajuste de gestão, do TCE-MS, a fim de dar autonomia econômica e financeira para a Agência de Regulação da Capital

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Com o fim da segunda fase da Comissão Parlamentar de Inquérito (I) da Câmara Municipal que investiga o transporte público da Capital, os vereadores afirmaram que devem propor uma mudança na lei que criou a Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos de Campo Grande (Agereg) para a contratação de funcionários no setor por meio de mandato. A mudança tem a intenção de dar mais independência à autarquia.

De acordo com o vereador Júnior Coringa (MDB), membro da I do Ônibus, a mudança é importante porque a agência fiscaliza grandes contratos do poder público.

“É preocupante, porque a agência fiscaliza contratos milionários e, por isso, tem que estar com os seus auditores em alerta. A nossa proposta é revisar a lei, tem que ter mandato por lá, não pode o diretor-presidente estar lá sem mandato”, disse o vereador. 

Júnior Coringa citou que, entre as necessidades, a quarentena para a contratação – isto é, período de espera 
de meses após a rescisão de um contrato de trabalho com a Agereg – também deve ser levada em conta nas propostas de mudanças.

“Esta I tem que apontar o mais rápido possível a revisão da Lei da Agência Reguladora, não podemos deixar que um funcionário da Agereg saia da agência podendo ser contratada pela empresa que era fiscalizada pelo servidor público”, declarou.

A vereadora Luiza Ribeiro (PT) também reiterou a necessidade de a pauta ser encaminhada na Câmara Municipal. “Estamos estudando isso [mudar a lei], uma vez que consta em uma das cláusulas do termo de ajuste de gestão a alteração da lei para garantir a autonomia econômica e financeira da agência. A Câmara pode ter essa iniciativa, e a gente prepara o texto e submete aos colegas da Câmara para poder avançar nesse sentido”, afirmou.

O anúncio dessa possível alteração na Lei da Agência Reguladora ocorreu ao fim da oitiva que encerrou a segunda fase da I do Ônibus, ontem, ocasião em que foram ouvidos servidores públicos da Agência Municipal de Transporte e Trânsito de Campo Grande (Agetran) e da Agereg.

Luciano Assis da Silva e Renato Assis Coutinho, atual e ex-diretor de Estudos Econômicos e Financeiros da Agereg, respectivamente, foram os últimos servidores a serem ouvidos.

Nessa fase, a I ouviu 13 servidores públicos, incluindo auditores, diretores-presidentes atuais e ados, fiscais e diretores de Fiscalização da Agereg e da Agetran.

DESEQUILÍBRIO

Servidor público que esteve no cargo de diretor de Estudos Econômicos e Financeiros da Agereg por 12 anos, Coutinho relatou durante a I que o contrato de concessão não tem equilíbrio econômico-financeiro e que a concessão firmada em 2012 com o Consórcio Guaicurus não tem remuneração de capital adequada para a empresa responsável pelo transporte público de Campo Grande.

“Para o empresário, o que vale é o valor de sua empresa e o ativo, o ônibus é o ativo, ele que gera o capital. Então, não é interessante ter uma frota envelhecida, um capital de patrimônio que não vai gerar remuneração para ele. 

Se há queda de receita, impossibilidade de reinvestimento no sistema, dilapidação do ativo, há uma clara situação de desiquilíbrio financeiro do contrato”, frisou.

O ex-funcionário público também disse que o Consórcio Guaicurus pode até ter lucro com a gestão do transporte público de Campo Grande, mas que os valores de despesas com a frota velha, a qual gera mais gastos de manutenção, além da diminuição de ageiros ao longo dos anos – situação recorrente para o consórcio – resultam na falta de rentabilidade do contrato de concessão, impossibilitando investimentos a longo prazo.

“A questão mais importante é entender que é necessário garantir a remuneração do sistema de transporte para que você consiga investir. Não é só uma situação de apontar hoje para o Consórcio Guaicurus e falar para ele retirar os ônibus que ultraaram a idade máxima permitida no contrato. Como ele vai fazer para contratar esses ônibus, se não há uma remuneração de capital adequada no contrato?”, analisou.

Atualmente, Coutinho trabalho como consultor privado dentro da área de transportes. Quando questionado pelo vereador Maicon Nogueira (PP) se está atualmente prestando serviços para o Consorcio Guaicurus ou para as empresas que formam o consórcio, ele inicialmente se omitiu em responder, porém, após insistência da I, o ex-diretor da Agereg confirmou que tem vínculo empregatício com o consórcio.

CUSTO OPERACIONAL

Durante o andamento da I, Luiza fez a leitura de um estudo realizado pela Agereg no qual informa que 85% da receita do Consórcio Guaicurus é para manutenção de custos do transporte.

O estudo apresenta uma demonstração de resultados financeiros com relação aos custos dos serviços prestados. O custo de manutenção, segundo o documento, é de R$ 142 milhões – não foi apresentado o valor de custo de operações.

Questionado sobre o estudo, Silva afirmou que o custo realmente é muito alto. 

“Eu confesso que fiquei assustado, porque 85% era basicamente um custo operacional. Não só eu, mas também os [outros] diretores [da Pasta], e a gente queria olhar o motivo de um custo tão alto. E começamos a fazer essa investigação, porém, não conseguimos concluir. Pedimos as notas fiscais de combustível, de peças, tínhamos mais de 10 mil notas para processar e não conseguimos chegar a uma conclusão”, afirmou.

O atual diretor de Estudos Econômicos e Financeiros da Agereg disse ainda que o seu setor de estudos está, desde o início do ano, fazendo um plano de auditoria econômica e financeira do Consórcio Guaicurus que ainda segue em curso.

Saiba

Amanhã, os vereadores membros da I do Ônibus decidirão, em reunião fechada, quais serão os próximos os da terceira fase da comissão, a qual deve começar a ouvir diretores do Consórcio Guaicurus já na próxima semana.

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Cidades

Homem é condenado a pagar R$ 20 mil por agredir ex-companheira

A mulher, que trabalha como personal trainer e sofreu uma fratura na mão ao levar uma paulada, chegou a solicitar o pagamento de pensão

04/06/2025 18h33

Divulgação TJMS

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Um homem, que não teve a idade divulgada, foi condenado pela 4ª Vara Cível e Regional de Falências e Recuperações da comarca de Três Lagoas a pagar R$ 20 mil por agressão à ex-companheira.

Segundo divulgado pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), a vítima foi agredida a pauladas enquanto mantinha um relacionamento com o réu e acabou sofrendo uma fratura.

A mulher contou que a agressão resultou em uma fratura grave na mão, que afetou a região da palma do quarto dedo, com descolamento de fragmentos ósseos.

No caso, a mulher atua como personal trainer e afirmou ter sofrido prejuízos físicos e emocionais, além de ter perdido a capacidade de continuar trabalhando.

O juiz Márcio Rogério Alves acatou o pedido de indenização por danos morais e fixou o valor em R$ 20 mil.

“A conduta do réu merece ser reprimida, ao o que a condenação por dano moral em favor da autora pode trazer um pequeno alívio à humilhação a que fora submetida”, afirmou o magistrado.

A vítima também entrou com pedido de pensão, que o juiz desconsiderou, já que não houve comprovação de que a agressão reduziu de forma significativa a capacidade da mulher de exercer sua atividade profissional.

Ficou constatado que o último registro na carteira de trabalho dela era de 2016. Também não foi reconhecido o dano estético, uma vez que os laudos médicos não apontaram deformidade visível que justificasse reparação.

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SOLTO

Estudante de Medicina é mais um suspeito de esquema em jogo do bicho com prisão revogada

Além do estudante, outros seis investigados também já podem ser colocados em liberdade, de acordo com decisão de juíza

04/06/2025 17h30

Taygon já tinha sido preso duas vezes durante as investigações

Taygon já tinha sido preso duas vezes durante as investigações Reprodução/Facebook

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O estudante de Medicina, Taygor Ivan Moretto Pelissari, investigado no âmbito da Operação Successione, que apura a participação em organização criminosa voltada à exploração de jogos de azar em Campo Grande, teve a prisão revogada nesta semana. 

A decisão, assinada pela juíza May Melke Siravegna, da 4ª Vara Criminal de Campo Grande, afirma que não há mais motivos para manter a prisão cautelar dos investigados, que já podem ser colocados em liberdade. 

Além de Taygon, conforme dado anteriormente pelo Correio do Estado, outros cinco investigados também foram soltos: Gilberto Luís dos Santos, José Eduardo Abdulahad, Manoel José Ribeiro, Valnir Queiroz Martinelli e Wilson Souza Goulart. Anteriormente, Júlio Cézar Ferreira dos Santos, Edilson Rodrigues Ferreira e Diego de Sousa Nunes também tiveram suas prisões revogadas.  

A magistrada afirmou que a medida restritiva não pode ser mantida com base em suposições ou hipóteses, mas deve seguir critérios previstos no Código de Processo Penal. 

Para ela, "não há, no presente caso, risco concreto que justifique a medida cautelar, sobretudo diante do encerramento da instrução processual e do tempo em que as restrições estiveram em vigor".

O alvará de soltura foi expedido, mediante as condições de que os investigados mantenham os endereços atualizados nos autos e estejam à disposição da Justiça até a conclusão do processo. 

O advogado de Taygor, César Henrique Barros, afirmou que a decisão é "absolutamente correta, técnica e justa". 

"Desde o início demonstramos que não havia elementos concretos que justificassem medidas tão gravosas. O reconhecimento da liberdade do nosso cliente reforça que o processo penal deve ser instrumento de justiça, não de antecipação de pena. Agora, ele poderá exercer plenamente seu direito de defesa, com dignidade e em liberdade, como assegura a lei", destacou. 

O caso segue para a fase de alegações finais, onde as partes apresentam suas manifestações antes do julgamento definitivo. 

Relembre

Taygor Ivan Moretto Pelissari havia sido preso pela primeira vez no dia 16 de outubro de 2023 ao ser flagrado em um cassino com 700 máquinas de jogos de azar, localizado no Bairro Monte Castelo, em Campo Grande. Ele portava uma pistola Glock, carregador e munições.

Depois, em dezembro do ano ado, Taygor foi alvo de mandado de prisão em razão da Operação Sucessione, mas no dia 17 de julho de 2024, foi deferida a liberdade com monitoração eletrônica após a defesa alegar não existir motivos para a manutenção da prisão do acadêmico.

No entanto, dia 18 de setembro, a decisão foi revertida pelos desembargadores da 1ª Câmara Criminal. Por unanimidade, os magistrados decidiram restabelecer a prisão de Taygor, avaliando que sua liberdade representava um risco à "conveniência da instrução criminal", uma vez que poderia intimidar as vítimas. 

O estudante foi encaminhado para o presídio de Ponta Porã, município localizado a 315 quilômetros de Campo Grande, no dia 23 de setembro de 2024. 

Operação Sucessione

Nas investigações da Operação Sucessione, o deputado estadual Neno Razuk do PL é apontado como líder da organização criminosa dedicada à prática dos crimes de roubo majorado, exploração de jogos de azar, corrupção, entre outros. 

Em 2023, foram expedidos 10 mandados de prisão temporária, e cumpridos pelos menos 7, e ainda foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão, em Campo Grande e em Ponta Porã pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) e da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos, Assaltos e Sequestros (Garras),

Depois das investigações iniciais, o GAECO concluiu que 15 pessoas, "cada qual a sua maneira, integravam organização criminosa armada, estruturalmente ordenada e com divisão de tarefas, voltada à exploração ilegal do jogo do bicho, roubos triplamente majorados, corrupção, entre outros crimes graves", informou o MPE.

O nome da operação (Sucessione) faz alusão à atual disputa pelo controle do jogo do bicho em Campo Grande, com a chegada de novos grupos criminosos que migraram para a Capital após a "Operação Omertà", que em 2019 enfraqueceu os negócios da família Name, que durante décadas dominou esse território na cidade. 
 

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