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Astrologia B+: A energia do Tarô da semana entre 21 e 27 de abril. O arcano do Diabo traz provações.

É um chamado para enfrentar sombras, romper padrões negativos e se libertar de apegos e vínculos tóxicos. Atenção às armadilhas das dependências emocionais, comportamentais ou externas. A consciência é o primeiro o para a libertação.

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Vigilância e Desafios Internos

Por tradição, muitas pessoas vivem a Quaresma — período de 40 dias que antecede a Páscoa — com seriedade, abraçando as penitências como uma oportunidade de purificação. Esse tempo litúrgico remete aos 40 anos de peregrinação do povo judeu no deserto até a chegada à Terra Prometida e aos 40 dias em que Jesus enfrentou as tentações.

O objetivo principal dessa prática anual é cuidar do corpo e da alma e purificá-los por meio da abstenção de carne vermelha, bebidas alcoólicas e de quaisquer excessos que possam desviar o espírito de sua busca interior.

Com o fim da Quaresma e da celebração da Páscoa, encerram-se também os sacrifícios oferecidos em nome da fé e do autocontrole. É justamente nesse momento de aparente libertação que as tentações — reprimidas ao longo dos quarenta dias — voltam a se manifestar. Jesus disse: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca.” (Mateus 26:41). Com essas palavras, Ele demonstra compreender profundamente a fragilidade humana e a realidade de nossas imperfeições.

Ao mesmo tempo, Ele nos alerta: a autoconfiança excessiva pode nos tornar mais vulneráveis. Precisamos estar atentos, pois até nos instantes de aparente vitória, estamos sujeitos a tropeçar.

A carta do Diabo, regente da semana, é uma das mais temidas — mais até do que a da Morte e da Torre! — e também uma das mais mal compreendidas do Tarô. Ao contrário do que muitos pensam, ela não fala diretamente do mal externo ou de forças obscuras agindo contra nós, mas sim de correntes invisíveis internas: nossos apegos, vícios sutis, desejos ocultos, compulsões que sussurram promessas de prazer imediato.

O Diabo não impõe — ele seduz. E, nesse convite silencioso, somos lembrados de que o verdadeiro desafio nunca foi resistir durante a abstinência — para aqueles que a praticaram —, mas permanecer conscientes agora, quando tudo parece liberado. O Diabo é o arquétipo da tentação, da sombra, do ego inflamado e da prisão que nós mesmos construímos — muitas vezes sem perceber.

Tensões, Desafios e Tentações na Temporada de Touro

Com a energia intensa da temporada taurina, a presença simbólica do Diabo se faz mais forte e desafiadora. Até terça-feira (22), teremos uma tensão direta entre o Sol em Touro e Marte em Leão.

Essa configuração traz à tona os temas centrais da carta do Diabo: o orgulho ferido, a teimosia que paralisa, o desejo de controle, e as disputas de poder — especialmente aquelas que se travam nos bastidores da alma.

Touro, signo fixo de Terra, busca segurança, estabilidade e prazer. Marte, planeta da ação e da guerra, em Leão, signo também fixo, porém de Fogo, acentua a necessidade de afirmação do ego, de reconhecimento, de liderança.

Quando esses dois gigantes se chocam, o que vemos é um embate entre o conforto e a vontade de brilhar a qualquer custo. Aqui, o Diabo aparece como o instigador que nos leva ao extremo da obstinação: insistir demais no que já não serve, reagir com raiva à frustração, tentar controlar o outro ou a situação apenas para não encarar a própria vulnerabilidade.

Essa tensão não se resolve em apenas um dia. Até 29 de abril, Marte segue em oposição a Plutão, o planeta das grandes transformações e renascimentos. Plutão fala de mortes simbólicas — da necessidade de deixar algo para trás para que algo novo possa emergir.

Já Marte quer agir, resolver, impor sua vontade. Essa combinação explosiva pode intensificar conflitos, provocar rompimentos inevitáveis ou nos confrontar com situações-limite.

A ansiedade tende a crescer, assim como a inclinação a atitudes impulsivas, obsessivas ou até violentas. Por isso, o melhor caminho é cultivar a autoconsciência: observe seus impulsos, respire fundo antes de reagir e lembre-se — nem toda batalha merece ser travada.

Associado ao arquétipo do "pai da mentira", o Diabo é aquele que semeia a discórdia, como uma centelha pronta para incendiar comunicações e relações. Cuidado redobrado até o fim do mês: a faísca pode ser pequena, mas o estrago, devastador.

Enfrentando as Correntes Invisíveis: o Diabo Nos Convida a Libertar-nos das Amarras Internas

A carta do Diabo nos obriga a encarar aquilo que escondemos: padrões tóxicos, relações de dependência, atitudes autodestrutivas. Esse arcano reflete as tentações e os vínculos baseados em desejos materiais e físicos. Também pode representar aqueles momentos em que não conseguimos nos libertar de situações ou pessoas opressivas.

Ficamos presos às amarras que nós mesmos moldamos para atender a padrões, expectativas e metas impostas, distorcendo quem somos e nos fazendo viver em função da aprovação dos outros. Muitas vezes, vivemos dominados por uma necessidade de validação externa, impulsionados pela busca incessante por aceitação e reconhecimento— especialmente por meio de likes e comentários nas redes sociais, que alimentam nossa autoestima.

A busca por prazer e por uma vida feliz a qualquer custo tem se tornado uma constante. Mesmo que isso acarrete, direta ou indiretamente, dor e sofrimento a outros, essa busca persiste, movida por sentimentos como ganância, vaidade, inveja ou rivalidade fútil. Cada indivíduo almeja, consciente ou inconscientemente, o hedonismo clássico — o prazer cirenaico do filósofo grego Aristipo de Cirene — entendido como um bem em si mesmo.

Quanto mais duradouro e intenso for esse prazer, mais valorizado ele se torna, se transformando num egoísmo centrado na gratificação instantânea, que assume diversas formas: sexual, gastronômico, consumista — sob o lema “eu mereço” — oriundo do desfrute de bens materiais, bebidas ou outros estímulos sensoriais.

Na carta do Diabo, encontramos a força bruta da ambição, associada ao signo de Capricórnio — mestre do trabalho árduo e da conquista. Aqui, o êxito material é possível, mas a satisfação tende a ser ageira, pois logo surge o desejo por mais.

                                               Carta do Diabo - Divulgação

A Tentação do Ego: Nossos Desejos e Padrões Autodestrutivos

Quando a carta do Diabo aparece, é um sinal de que você pode ter “sucumbido à tentação”, permitindo-se ser dominado por um desejo ou objetivo impulsionado puramente pelo ego e pela busca por prazer imediato.

Grande parte da sociedade moderna é moldada por valores que, em última instância, servem ao egoísmo e, por vezes, ao narcisismo — simbolizado pelo arcano do Diabo — promovendo uma busca incessante por satisfação. 

As pessoas materialistas vivem em constante ansiedade, lutando para preservar, a qualquer preço, aquilo que é impermanente, sem perceber que a verdadeira prisão está justamente no apego ao que é ageiro.

A carta da Torre vem logo após o Diabo no Tarô por uma razão: seguir esse caminho pode até trazer satisfação durante algum tempo, mas as consequências devastadoras são inevitáveis — tanto para você quanto para aqueles ao seu redor —, pois não estão pautadas em bases sólidas nem sustentáveis.

No fim das contas, a verdadeira libertação nasce quando compreendemos que a busca incansável por prosperidade, luxo, beleza, fama, renome ou prestígio nada mais é do que uma tentativa desesperada de eternizar o que, por natureza, é efêmero. O mundo material é transitório — e resistir a essa verdade só nos aprisiona ainda mais. 

O filme “A Substância” retrata esta realidade com uma crítica afiada ao etarismo, à tirania da pressão estética e à obsessão coletiva pela juventude eterna. Como já diz o velho ditado: “o diabo dá, o diabo leva” — e, muitas vezes, cobra um preço alto por aquilo que, à primeira vista, parece um presente.

Ao observar a carta do Diabo, vemos um homem e uma mulher acorrentados ao trono dessa figura sombria. Eles representam uma versão "corrompida" do casal puro e inocente que aparece na carta dos Enamorados. Agora, ostentam chifres e caudas, símbolos de sua submissão aos instintos mais primitivos. A sombra é real — mas somos mais fortes do que ela.

Se olharmos com mais atenção as figuras acorrentadas ao trono do Diabo, veremos que as correntes simbolizam a falsa ideia de aprisionamento, pois estão soltas o suficiente para que ambos possam se libertar a qualquer momento.

Isso mostra que, apesar da figura imponente e assustadora do Diabo, é possível libertar-se dele — basta escolher fazê-lo. Esta carta chama sua atenção para os pensamentos e comportamentos autolimitantes que estão mantendo você prisioneiro.

Como disse Mahatma Gandhi: “Os únicos demônios neste mundo são os que perambulam em nossos corações, e é aí que as nossas batalhas devem ser travadas”.

Na mão direita da carta do Diabo está gravado o símbolo de Saturno. Na astrologia, Saturno representa as limitações, as restrições, os obstáculos e os desafios que nos forçam a desenvolver maturidade e disciplina. Esse detalhe sugere que, ao encarar honestamente suas sombras internas, você dá início a um processo real de crescimento — ainda que ele venha acompanhado de desconforto.

Podemos Nos Libertar a Qualquer Momento

Mas, anime-se porque há um respiro – e também um convite. Neste domingo (27), a Lua Nova em Touro chega como um ponto de virada.

Ela nos pede estabilidade emocional, mas não qualquer estabilidade: aquela que vem da maturidade, da responsabilidade, da escolha consciente por caminhos mais sólidos. É quando, após ver o que nos oprime e aprisiona, podemos começar a trilhar a rota da libertação.

A temporada taurina deste ano não será leve. Estamos na reta final da longa agem de Urano por Touro (2018–2025), e as estruturas que ainda resistem às mudanças estão sendo profundamente sacudidas. Urano é o planeta da revolução, da quebra de padrões, do inesperado.

Em seu último ato em Touro, ele parece querer nos arrancar à força da zona de conforto. Nesse cenário, o arcano do Diabo pode ser visto como o símbolo do que ainda tentamos manter e preservar a todo custo, movidos pelo medo do desconhecido.

Mas o que o Diabo também nos revela — e isso é muitas vezes esquecido — é que a chave da prisão está em nossas mãos. Podemos reconhecer nossas sombras, acolhê-las e, assim, integrá-las. Dessa forma, abrimos a “cela psicológica” que nós mesmos criamos. Não há outro caminho: é preciso confrontar os próprios demônios internos. Só então deixamos de ser escravos e amos a ser senhores de nosso destino.

Dicas para atravessar esse período com consciência:

- Observe seus gatilhos emocionais, especialmente diante de conflitos.

- Evite decisões impulsivas movidas pelo ego ou pelo medo.

- Use a energia da Lua Nova para plantar intenções realistas e maduras.

- Trabalhe sua relação com o prazer e o conforto: está saudável ou dependente?

- Reflita sobre o que precisa ser deixado para trás para que você possa renascer mais inteiro.

Nesta semana em que o Diabo surge como carta regente, encare isso como uma oportunidade de trazer à consciência as influências negativas que têm aprisionado você, para que possa agir com clareza e iniciar o processo de libertação. Ilumine, com sua própria luz, os padrões que há tanto tempo limitam seu caminho — e, pouco a pouco, o controle que eles exercem sobre você começará a enfraquecer. “Se libertar do diabo é sabedoria”. — Umberto Eco

Uma ótima semana e muita luz,

Ana Cristina Paixão

Correio B+

Cinema B+: Tom Hardy Brilha em Terra da Máfia

Série produzida por Guy Ritchie, narra a luta entre duas famílias criminosas em Londres, combinando drama e violência.

07/06/2025 13h00

Cinema B+: Tom Hardy Brilha em Terra da Máfia

Cinema B+: Tom Hardy Brilha em Terra da Máfia Foto: Divulgação

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Terra da Máfia – ou Mobland no original – pode ser resumida como um Landman no submundo criminoso britânico. E, assim como a série (também da Paramount+) conta com o carisma de sua estrela, Billy Bob Throrton, aqui também é o talento e personalidade únicos de Tom Hardy que faz da série algo que vale ser conferido.

Dirigida e produzida por Guy Ritchie (em dois episódios), Terra da Máfia não chega a ser uma Peaky Blinders e nem mesmo mantém o estilo- de Ritchie de ritmo acelerado, momentos clipados e humor em cenas incômodas e violentas.

Não, aqui a história segue um ritmo de mão firme, mas em prol do drama. O que é obvio que se trata de uma produção do diretor é a presença de grandes estrelas do cinema inglês, e, especialmente, a envolvente, convincente e inegavelmente empática de Tom Hardy em um veículo perfeito para ele.

Em meio à proliferação de séries sobre famílias criminosas e códigos de lealdade no submundo, Terra da Máfia surge com pedigree de peso e pretensões ousadas.

Criada e roteirizada por Ronan Bennett, criador da elogiada Top Boy e também responsável por roteiros em filmes como Public Enemies (2009), o projeto, que inicialmente seria um spin-off da série Ray Donovan, da Showtime, acabou se transformando numa obra autônoma, mantendo, no entanto, muitos dos elementos dramáticos e estruturais que tornaram Ray Donovan um marco do drama criminal televisivo.

A gênese de Terra da Máfia a justamente por esse elo com Ray Donovan. O roteirista David Hollander, que trabalhou como showrunner em Ray Donovan (e dirigiu diversos episódios da série, incluindo o filme derivado de 2022), colaborou no projeto inicial ao lado de Bennett, antes da produção ser reconfigurada para um público britânico.

O que sobrevive dessa influência é o arquétipo do “fixer”, o homem que opera nos bastidores para apagar incêndios da elite criminosa — uma figura que, em Ray Donovan, foi imortalizada por Liev Schreiber como o problemático Ray; e que aqui ganha nova roupagem com Tom Hardy como Harry Da Souza, um homem fiel à sua família adotiva — os Harrigans — mas cuja lealdade será testada até os limites morais.

A trama se desenrola em Londres, onde duas famílias criminosas, os Harrigans e os Stevensons, disputam território, honra e legado. Os Harrigans são liderados por Conrad (Pierce Brosnan), um patriarca que combina pragmatismo e brutalidade com uma aparência aristocrática. Sua esposa, Maeve (Helen Mirren), não é apenas decorativa: ela exerce influência discreta e incisiva nos bastidores, uma Lady Macbeth dos becos londrinos.

Kevin Harrigan (Paddy Considine), o herdeiro problemático, vive às sombras da figura paterna, enquanto o neto Eddie (Anson Boon) se envolve em um episódio violento com o jovem Tommy Stevenson — um incidente que coloca as famílias à beira da guerra. Cabe a Harry Da Souza, braço-direito dos Harrigans, apagar o incêndio com a discrição e a frieza que o cargo exige, mesmo que isso o obrigue a enfrentar fantasmas pessoais e comprometer o frágil equilíbrio de sua própria família.

O personagem de Tom Hardy é a espinha dorsal da narrativa. Em Harry, há ecos do Ray Donovan original: a figura do homem endurecido pela vida, envolto em uma aura de silêncio e violência contida, que tenta proteger a família mesmo que precise destruir outras. Hardy entrega uma atuação calibrada, mais contida do que suas performances explosivas em filmes como Venom, e isso é parte do mérito da direção de Ritchie nos episódios iniciais.

A trilha sonora, assinada por Matt Bellamy (vocalista do Muse) e Ilan Eshkeri, ajuda a criar uma atmosfera intensa, quase operática em alguns momentos, acentuando o drama familiar que se sobrepõe ao crime. A estética é urbana e crua, refletindo as tensões contemporâneas de uma Londres que se moderniza à força, mas onde os códigos de sangue e lealdade continuam a ditar as regras.

Apesar do elenco estelar e da ambientação sofisticada, Terra da Máfia enfrentou percalços durante a produção. A empresa Helix 3D, responsável pela construção dos cenários, faliu durante as filmagens, deixando técnicos e operários sem pagamento. Tom Hardy, em gesto solidário, chegou a se oferecer para cobrir os salários da equipe, mas os estúdios acabaram assumindo essa responsabilidade.

Para completar, houve um roubo de equipamentos no set em Londres, o que atrasou parte das filmagens. Esses bastidores conturbados contrastam com a aura de controle e poder dos personagens na tela — uma ironia que não ou despercebida à mídia britânica.

Na recepção crítica, Terra da Máfia dividiu opiniões. O Rotten Tomatoes aponta uma taxa de aprovação de 76%, com elogios à performance de Hardy e à ambientação sombria, enquanto o Metacritic registra uma média de 59, revelando avaliações mais mornas.

Muitos críticos destacaram o excesso de subtramas e um ritmo que, por vezes, se arrasta, especialmente nos episódios intermediários. O sotaque irlandês adotado por Pierce Brosnan também foi alvo de piadas nas redes sociais e reviews. Ainda assim, há consenso de que o projeto é ambicioso e que a densidade emocional da série compensa algumas irregularidades narrativas.

Aqui vai minha decepção justamente com o casal principal: tanto Pierce Brosnan e mais ainda Helen Mirren estão uns três tons acima do resto do elenco, quase caricaturais e contrastam com o brilhantismo tanto de Hardy como do maravilhoso Paddy Considine, que ganhou fama mundial por sua interpretação precisa e impactante de House of the Dragon (esnobada injustamente nas premiações) e aqui, novamente, traz complexidade à um homem que tem aparência ocasionalmente “fraca” diante da psicopatia dos que o cercam.

Anson Boon, que ainda é para mim Johnny Rotten de Pistol, é o rebelde e inconsequente Eddie, que deflagra a guerra de famílias criminosas em Londres e que despreza seu pai, Kevin (Considine), com total apoio de sua avó, Maeve (Mirren). Essa relação tóxica – e trágica – vem do que Maeve gosta de chamar “verdadeiros Harrigans”, mas que são uma mescla de psicopatia e frustração.

Maeve manipula o marido que é – para ela – “fraco”. Kevin é como o pai, mas ao identificar Eddie como ela, a verdade a matriarca só está usando uma arma que manipula para seu próprio desejo de violência. Se a série vai sobreviver até vermos ela perceber que Eddie não é controlável, teremos que esperar. Mas essa narrativa é justamente o coração dramático dos primeiros episódios e se Helen Mirren não estivesse tão forçada como Lady Macbeth seria bem interessante.

A química de amizade e cumplicidade de Paddy Considine e Tom Hardy, por outro lado, é sensacional. Pequenos flashbacks sugerem que os amigos superaram traumas de adolescência juntos e embora esteja sempre contido e falando manso, sabemos (graças à Hardy), o quanto perigoso e astuto Harry realmente é. Seu vínculo, no entanto, é com Kevin, não exatamente com os Harrigans. Uma vez perdido, que lado ele vai escolher?

Terrra da Máfia talvez não redefina o gênero do drama criminal, mas representa um ponto de encontro interessante entre o estilo pop noir de Guy Ritchie, o realismo social de Ronan Bennett e a mitologia clássica dos “homens difíceis” herdada de Ray Donovan.

Com atuações sólidas, temas densos e um pano de fundo de conflitos intergeracionais, a série se posiciona como um novo capítulo na tradição das famílias disfuncionais da ficção — onde o sangue, no fim das contas, nunca é apenas simbólico.

GASTRONOMIA

Confira receitas deliciosas feitas com milho, a estrela das festas juninas e julinas

Entenda o motivo de este ingrediente ser tão popular nessa época do ano e conheça três receitas para preparar no seu arraial

07/06/2025 10h30

Com alto potencial produtivo, o milho é base da alimentação nas culturas interioranas

Com alto potencial produtivo, o milho é base da alimentação nas culturas interioranas Foto: Pixabay

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As festas juninas no Brasil carregam consigo um profundo significado, que vai além das fogueiras, danças e bandeirinhas coloridas. No coração dessa celebração está o milho, grão que não apenas alimenta o corpo, mas também nutre a identidade cultural do homem do campo.

O milho, cultivado desde tempos imemoriais pelos povos indígenas, foi assimilado pela cultura rural brasileira de forma tão intensa que se tornou um dos pilares da alimentação e da economia no interior do País. 

Nas regiões de tradição caipira, como o interior de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e partes do Paraná, o milho é elemento central de um modo de vida. 

O caipira, com seu jeito simples e sábio, soube transformar o milho em uma variedade de pratos que sustentam famílias e enriquecem as festas comunitárias.

A relação entre o milho e a cultura caipira é tão forte que muitos dos pratos típicos das festas juninas têm origem justamente nas cozinhas rurais, onde a criatividade e a necessidade deram origem a receitas que atravessaram gerações. 

O curau, a pamonha, o bolo de milho e a canjica não são apenas comidas, mas expressões de um saber tradicional ado de mãe para filha, de avó para neto, em um ritual de preservação cultural.

Nas festas de São João, o milho assume um papel quase sagrado. Sua colheita, que coincide com o período junino, é celebrada como um presente da terra, uma dádiva que precisa ser compartilhada. 

Nas comunidades rurais, era comum que os vizinhos se reunissem para descascar o milho, preparar as receitas e, depois, dançar quadrilha ao redor da fogueira – um momento de confraternização que reforçava os laços comunitários.

Além disso, o milho representa a resistência de um modo de vida que, embora muitas vezes esquecido nas grandes cidades, ainda pulsa no interior. 

O caipira, com seu chapéu de palha e sua fala cantada, é guardião desse conhecimento, lembrando-nos de que a simplicidade e a conexão com a terra são valores que merecem ser preservados.

Pamonha (doce ou salgada)

Ingredientes 

  • 6 espigas de milho frescas;
  • 1 xícara (chá) de leite;
  • 1 colher (sopa) de manteiga;
  • Sal ou açúcar a gosto;
  • Palha de milho para embrulhar.

Modo de Preparo

  1. Rale o milho ou corte os grãos e bata no liquidificador com o leite.
  2. e a massa por uma peneira para obter um creme homogêneo.
  3. Leve ao fogo baixo, mexendo até engrossar. 
  4. Adicione a manteiga e tempere com sal (para a versão salgada) ou açúcar (para a doce).
  5. Coloque a massa ainda quente nas palhas de milho, amarrando bem.
  6. Cozinhe em água fervente por cerca de 40 minutos. Sirva quente.

Bolo de milho cremoso

Ingredientes 

  • 3 espigas de milho;
  • 1 xícara (chá) de açúcar;
  • 1/2 xícara (chá) de óleo;
  • 3 ovos;
  • 1 colher (sopa) de fermento em pó.

Modo de Preparo

  1. Bata no liquidificador o milho, os ovos, o óleo e o açúcar.
  2. Transfira para uma tigela e misture o fermento.
  3. Despeje em uma forma untada e leve ao forno preaquecido a 180°C por 40 minutos.
  4. Sirva morno, acompanhado de café ou queijo coalho.

Curau de milho

Ingredientes 

  • 6 espigas de milho;
  • 2 xícaras (chá) de leite;
  • 1 lata de leite condensado;
  • Canela em pó para polvilhar.

Modo de Preparo

  1. Corte os grãos do milho e bata no liquidificador com o leite.
  2. Peneire a mistura para retirar os resíduos.
  3. Leve ao fogo baixo, mexendo até engrossar.
  4. Adicione o leite condensado e continue mexendo até atingir a consistência de mingau.
  5. Despeje em tigelas e polvilhe canela. Sirva gelado.

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