Com os olhos voltados para o público de todas as idades e regiões, o 3º Bonito CineSur – Festival de Cinema Sul-Americano de Bonito ganha lançamento oficial nesta semana, em dois momentos especiais: nesta sexta-feira, no Bioparque Pantanal, em Campo Grande, a partir das 9h; e neste sábado,
às 20h, no restaurante Espaço Jack, em Bonito.
O festival, que já movimenta a cidade com ações formativas – a exemplo das oficinas de animação ministradas por Ara Martins em maio – se prepara para transformar Bonito em uma verdadeira janela para o cinema contemporâneo da América do Sul entre os dias 25 de julho e 2 de agosto.
Nessa terceira edição, o Bonito CineSur amplia a sua missão de integrar culturas, formar plateias e fortalecer a identidade cinematográfica da região.
“O objetivo principal do Bonito CineSur é contribuir para a integração cultural entre os países do continente e, ao mesmo tempo, trazer para Bonito e região o que de mais interessante se tem produzido no cinema sul-americano”, afirma o curador do evento, José Geraldo Couto.
“O público pode esperar uma mostra bastante rica e vigorosa dessa produção cinematográfica recente, com filmes que abordam temas sociais relevantes e, ao mesmo tempo, trazem as diferentes tradições, linguagens, paisagens e sotaques dos vários países”, garante.
DEZ PAÍSES
Serão exibidos filmes do Brasil, da Argentina, do Peru, do Chile, da Bolívia, da Colômbia, da Venezuela, do Uruguai, do Paraguai e do Equador, além de coproduções com países de fora da América do Sul, entre longas e curtas-metragens, documentários, animações, dramas e comédias.
São obras que refletem a diversidade estética e temática do cinema sul-americano contemporâneo, de narrativas intimistas a reflexões sociais e ambientais, ando por experiências visuais marcantes e produções voltadas à infância e à juventude.
“Estamos bastante animados e ansiosos para ver a reação do público”, complementa Couto.
A Mostra Ambiental também promete provocar reflexões importantes. Para a curadora Elis Regina, essa parte da programação é essencial, por estar profundamente conectada com o território onde o festival acontece.
“Essa mostra propõe uma travessia cinematográfica entre denúncia, esperança e memória. São filmes que abordam a crise climática, os incêndios no Pantanal, a escassez de água, o uso de agrotóxicos, mas também apontam caminhos de resistência, a força dos povos originários, a relação ancestral com a terra e a natureza. É um convite para repensar a nossa relação com o meio ambiente não apenas como recurso, mas como organismo vivo”, explica.
MOSTRA MS
Outro destaque é a Mostra MS, dedicada ao cinema sul-mato-grossense. Para o curador Marcos Pierry, professor do curso de Audiovisual da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e crítico do Correio B, essa edição marca um salto importante na produção local.
“Tivemos um aumento expressivo na quantidade e na qualidade de filmes de ficção, o que mostra maturidade e talento da nossa produção. Temos temas como povos originários, infância, emancipação da mulher, além de um olhar sensível sobre o fazer artístico. O Bonito CineSur tem sido, desde 2023, um espaço para colocar a nossa produção regional lado a lado com o cinema sul-americano, criando um ambiente para assistir, discutir e repensar o cinema”, afirma.
TRANSFORMAÇÃO
“O cerne da seleção deste ano se concentra em um equilíbrio entre ‘autoralidades’ já consagradas e novas narrativas de ficção e não ficção que celebram estratégias de resistência e sobrevivência de vivências vulnerabilizadas pela ordem imposta. A gente está falando de cinema como ferramenta de transformação”, pontua o curador Rodrigo Fonseca.
OFICINAS
A programação contempla ainda oficinas para a comunidade, como as do Bonito CineSur Educa – espaço dedicado à formação, com cursos, oficinas, palestras e sessões de cinema dirigidas especialmente a estudantes.
E tudo isso gratuitamente, com o a conteúdos de qualidade ministrados por importantes profissionais do cinema. O objetivo é ativar, promover e incluir o cinema como uma possibilidade real para a comunidade de Bonito e também jovens e adultos de outras regiões.
PONTES E FOMENTO
A curadora Cecília Diez também destaca o impacto do festival.
“O Bonito CineSur é um evento fundamental para a promoção do cinema independente sul-americano. Ele constrói pontes entre cineastas, fomenta a criatividade, movimenta a economia local e promove o desenvolvimento regional. É uma honra fazer parte dessa edição tão potente”, diz.
O festival é uma realização da Associação Amigos do Cinema e da Cultura (Aacic), em parceria com o Ministério da Cultura, do governo federal, por meio de emenda parlamentar do deputado federal Vander Loubet. Conta com patrocínio da Fecomércio-MS, do Sesc-MS, da Emgea e da Agência Nacional do Cinema (Ancine).
Conta também com o apoio da Secretaria Municipal de Turismo e Desenvolvimento Econômico e da prefeitura de Bonito, da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul (Fundtur), da Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura (Setesc) e do governo de MS, além do apoio cultural da Energisa e da Zoom Publicidade.
Em 2024, o Bonito CineSur recebeu a inscrição de 900 produções, exibiu 42 filmes em 120 horas de programação, mobilizou mais de 5 mil pessoas e impactou diretamente a economia criativa de Bonito.
FILMES EM COMPETIÇÃO
Mostra de Longas Sul-Americanos
- “A MELHOR MÃE DO MUNDO”, de Anna Muylaert (Brasil, ficção).
- “BRASILIANA”, de Joel Zito Araújo (Brasil, documentário).
- “CHUZALONGO”, de Diego Ortuño (Equador, ficção).
- “ORO AMARGO”, de Juan Olea (Chile, Uruguai e Alemanha, ficção).
- “QUINOGRAFIA”, de Mariano Donoso e Federico Cardone (Argentina, doc.).
- “REDENCIÓN”, de Miguel Barreda Delgado (Peru, ficção).
Mostra de Curtas Sul-Americanos
- “AMOR EN LOS TIEMPOS DE COMO SEA QUE SE LLAME EL PRESENTE”, de Valentina Qaszulxkef (Colômbia, animação).
- “AYAHUANCO”, de Salvador Pariona Díaz (Peru, ficção).
- “DESVELO”, de Inti Torres (Venezuela, ficção).
- “LA FALTA”, de Carmela Sandberg (Argentina e Uruguai, ficção).
- “LAGRIMAR”, de Paula Vanina (Brasil, animação).
- “REVELACIÓN”, Emanuel Moreno Elgueta (Chile, ficção).
Mostra Ambiental – Longas
- “KARUARA: LA GENTE DEL RÍO”, de Miguel Araoz Cartagena e Stephanie Boyd (Peru, documentário).
- “KOPENAWA: SONHAR A TERRA-FLORESTA”, de Marco Altberg e Tainá Lucas (Brasil, documentário).
- “LA CUENCA”, de Colectivo Left Hand Rotation (Chile, documentário).
- “POR EL PARANÁ: LA DISPUTA POR EL RÍO”, Alejo Di Risio e Franco Gonzalez (Argentina, documentário).
- “RUA DO PESCADOR Nº 6”, de Bárbara Paz (Brasil, doc.).
- “SINFONIA DA SOBREVIVÊNCIA”, de Michel Coeli (Brasil, doc.).
Mostra Ambiental – Curtas
- “INSUSTENTÁVEL: A REALIDADE DO PETRÓLEO NA AMAZÔNIA”, de André Borges e Fer Libague (Brasil, documentário).
- “SOBRE A CABEÇA OS AVIÕES”, de Amanda Costa e Fausto Borges (Brasil, documentário).
- “SOBRE RUÍNAS”, de Carol Benjamin (Brasil, documentário).
- “UMA MENINA, UM RIO”, de Renata Martins (Brasil, documentário).
- “JICHI: EN BUSCA DEL GUARDIÁN DE LAS AGUAS”, de Paola Quispe Quispe (Bolívia, documentário).
- “POR LA TIERRA”, de Irene Kuten (Argentina, documentário).
Mostra de Filmes Sul-Mato-Grossenses
- “A ÚLTIMA PORTEIRA”, de Rodrigo Rezende (curta, ficção).
- “ELEONORA”, de Ligia Prieto (curta, ficção).
- “ENIGMAS NO ROLÊ”, de Ulísver Silva (longa, ficção).
- “JARDIM DE PEDRA – VIDA E MORTE DE GLAUCE ROCHA”, de Daphyne Schiffer Gonzaga (curta, documentário).
- “KOI E O RIO”, de Ricardo Câmara e Maurício Copetti (média-metragem, documentário).
- “TEMPESTADE OCRE”, de Deivison Pedrê (curta, ficção).
SERVIÇO
Lançamento da terceira edição do Bonito CineSur – Festival de Cinema Sul-Americano de Bonito
Em Campo Grande, ocorrerá nesta sexta-feira, às 9h, no Bioparque Pantanal.
Já em Bonito será neste sábado, às 20h, no restaurante
Espaço Jack.