Economia

Faltam mãos, sobra trabalho

Do campo à sala de aula: qualificação técnica vira peça-chave do agro em MS

A escassez de trabalhadores preparados abriu espaço para a educação como estratégia para gerar empregos, melhorar a renda e fortalecer o setor rural

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O agronegócio é um grande gerador de empregos em Mato Grosso do Sul e vive um dos momentos mais promissores, com cadeias produtivas em expansão, como florestas plantadas, suinocultura, cultivo de amendoim, celulose, citricultura, entre outros, que consolidam o Estado como um dos principais motores do agro brasileiro. No entanto, o avanço rápido do setor esbarra em um obstáculo estratégico: a falta de mão de obra qualificada. 

Para enfrentar esse desafio, a educação técnica surge como peça-chave em um movimento que alia produtividade no campo com fortalecimento da educação.

Conforme já noticiado pelo Correio do Estado, as oportunidades não encontram os profissionais, ou seja, sobram vagas, mas faltam pessoas com qualificação para preenchê-las. 

"Dentre os fatores que podem contribuir para esse cenário, podemos mencionar a questão da qualificação profissional, as condições de trabalho, o crescimento econômico e a diversificação, a migração para áreas urbanas e o envelhecimento da população rural", avaliou o analista de economia do Senar-MS, Jean Américo.

A carência de profissionais qualificados compromete não apenas a produtividade, mas provoca rotatividade, eleva custos operacionais e dificulta que a população tenha o a empregos mais estáveis e de maior renda.

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), de janeiro a abril deste ano, o setor de agropecuária gerou 55.605 empregos formais em Mato Grosso do Sul. O número é o saldo entre 463.084 issões e 407.479 desligamentos.

Só no mês de abril, foram 5.701 novas vagas, o que demonstra que o setor está em crescimento e há oportunidades sendo abertas.

Peça-chave

É nesse cenário em que as vagas não encontram correspondência na mão-de-obra, que a capacitação técnica te se tornado cada vez mais uma ferramenta estratégica, não apenas para atender a demanda do setor produtivo, mas como política de inclusão social.

Por meio de parcerias entre cooperativas, sindicatos rurais, empresas e entidades, o setor do agronegócio tem investido em programas de capacitação voltados às necessidades do agro.

Cursos técnicos, oficinas e projetos de formação cidadã já formaram milhares de alunos em áreas técnicas e operacionais e, consequentemente, auxiliaram no desenvolvimento pessoal e da região.

Isto porque, segundo o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso do Sul (Senar-MS), muitos jovens que antes migravam para grandes centros, agora enxergam no próprio município a chance de crescer profissionalmente.

Para as comunidades locais, com os melhores salários que a qualificação traz, há maior consumir e consequente crescimento do comércio e geração de novos serviços, que resultam também em novos empregos.

Qualificação é o fertilizante do desenvolvimento

O presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, Rochedo e Corguinho (SRCG), Eduardo Monreal, já destacou, em março, a importância da qualificação profissional como pilar fundamental para o desenvolvimento sustentável do agronegócio. 

“É imperioso trabalharmos para aumentarmos a oferta de mão de obra no campo tanto em quantidade como em qualidade, e nesse aspecto, os cursos profissionalizantes serão cada vez mais implementados, assim como novos projetos na área da educação”, afirmou, na ocasião de sua posse.

“O agro é um setor que pulsa todos os dias. A vocação para o trabalho está no DNA do campo. É preciso seguir avançando nas frentes de qualificação, inclusão, formalização e valorização da mão de obra rural. Conectar o produtor com o trabalhador, garantir o a ferramentas modernas e lutar pela segurança jurídica são formas concretas de construir um campo mais justo, eficiente e humano”, acrescentou Monreal.

O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), também ressaltou a importância da educação no setor agropecuário como parte do processo de consolidação do Estado como um ambiente favorável ao crescimento e ao investimento.

"A educação, aliada ao crescimento do agronegócio e à diversificaçao da economia, é fundamental para gerar emprego, renda e um ambiente de negócios favorável, destacou o governador.

O presidente da  Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Marcelo Bertoni, destacou a importância, de levar conhecimento aos jovens para que eles sejam multiplicadores.

“É de extrema importância nós conseguirmos capacitar mais pessoas para irem ao campo, com uma responsabilidade muito grande, principalmente a de produção, de qualificar o nosso produtor, de levá-lo a um novo patamar”, explicou.

Setor investe na qualificação de mão-de-obra

O Sindicato Rural tem, nos últimos anos, investido na qualificação de trabalhadores rurais, em cursos que vão desde o uso de drones, uma área que tem ganhado força no campo, até cursos de oratória.

No ano ado, conforme dados do SRCG, foram mais de 112 cursos, que capacitaram mais de 1 mil estudantes..

Em Mato Grosso do Sul, o Senar/MS é uma das principais entidades que, em parceria com outros órgãos, desempenha o papel de elo entre a qualificação profissional e as demandas do campo.

A instituição oferece capacitação gratuita, presencial, à distância e até itinerantes, para produtores rurais, trabalhadores e jovens interessados em atuar no setor, com cursos que vão das áreas de produção animal, agricultura, gestão, segurança no trabalho, novas tecnologias, entre outros.

Recentemente, em abril deste ano, 134 alunos de cursos técnicos formaram estudantes nas áreas de Agronegócio, Agropecuária, Florestas, Fruticultura e Zootecnia, com 80% dos participantes saindo do curso já empregados.

"Isso comprova que investir em educação técnica é também investir em um futuro mais promissor para o MS”, disse o diretor do Centro de Excelência em Bovinocultura de Corte, Gustavo Cavalca.

Há ainda o Programa MS Qualifica, do Governo do Estado, que, até dezembro de 2024, capacitou mais de 12 mil pessoas no Estado, oferecendo 960 cursos gratuitos em 56 municipios.

O Programa tem como meta principal atender os objetivos do mercado de trabalho, especialmente nos setores do agronegócio, indústria, comércio e serviços, promovendo inclusão social e desenvolvimento econômico.

Também no campo da formação, o Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) possui unidades em diversas cidades do estado, oferecendo cursos técnicos e de formação continuada em áreas relacionadas ao agronegócio.

Segundo especialistas, um trabalhador capacitado ganha mais, consome mais, investe mais e melhora sua qualidade de vida. Isso fortalece o comércio, os serviços e a economia das pequenas cidades. Além disso, a educação técnica fortalece a agricultura familiar e o cooperativismo, ampliando o o a mercados, tecnologias e crédito.

Educação conecta conhecimento e oportunidade

Jefferson Araújo trocou a construção civil pelo campoJefferson Araújo trocou a construção civil pelo campo

Um dos exemplos de sucesso é de Jefferson Araújo, que trabalhava na construção civil e descobriu um novo caminho ao fazer o curso gratuito de drones no Sindicato Rural de Campo Grande. Foi lá que ele ouvir falar dos cursos técnicos e iniciou a formação técnica em agropecuária no Centro de Excelência em Bovinocultura de Corte.

Durante o curso, surgiu a oportunidade de estagiar na área de bovinocultura de corte, inicialmente na área istrativa e, depois do período de estagiar, assumiu como técnico na bovinocultura de corte e também na ovinocultura.

“A gente sempre comentava na época do curso, daqui a pouco tá acabando, mas tá só começando, né. Daqui para frente você vai estudar todos os dias, porque todo dia você vai aprender, ou sentado numa cadeira ou conversando com um produtor rural", disse.

Hoje, Jefferson tem uma propriedade rural e atua como como técnico da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG).

Pábulo Perin começou como técnico agrícola, se capacitou até virar gerente de fazendas e hoje prioriza mão de olha qualificada nas contrataçõesPábulo Perin começou como técnico agrícola, se capacitou até virar gerente de fazendas e hoje prioriza mão de olha qualificada nas contratações

Pábulo Perin, 36 anos, também já realizou diversos cursos de capacitação, desde gestão de negócio rural até manutenção de colheitadeiras, entre outros, e hoje é gerente de duas fazendas em Chapadão do Sul.

Ele afirma que iniciou o trabalho nas fazendas em 2011, como técnico agrícola no ramo de grão, e que as qualificações foram importantes para que ele chegasse ao cargo atual, devido a escassez de mão de obra qualificada.

Atualmente, nos períodos de colheita de soja, entre fevereiro e março, a demanda por trabalhadores aumenta e as empresas abrem muitas vagas, sendo prioridade as pessoas que tem conhecimento técnico.

“Aqui na nossa região, nós sofremos com escassez de mão de obra qualificada. Nesse período de safra de soja, eu contrato trabalhadores temporários, faço uma avaliação e efetivo aqueles que possuem alguma qualificação ou que buscam por capacitação, como eu fiz, até me tornar gerente”, disse Perin.

Um outro programa voltado aos jovens ligados ao setor agropecuário, O Jovem Sucessor Rural, tem objetivo de preparar as novas gerações para a liderança no campo, e também desperta neste público o interesse pela comunidade rural, evitando a tendência de migração para áreas urbanas, que "envelhecem" o campo.

O curso aborda temas como sucessão familiar, responsabilidade social, oratória, inovação, empreendedorismo, desenvolvimento pessoal e gestão no agronegócio.

A proposta é capacitar os líderes em formação tanto técnica quanto comportamental, para que estejam prontos a dar continuidade aos negócios rurais com visão estratégica e sustentável. 

Em uma das ações realizadas pelo projeto na fronteira, a casa de Selma Aguires, onde o quintal era tomado pelo mato e o entulho, foi revitalizada com a plantação de uma horta, feito por adolescentes capacitados.

“Meu filho cuida da horta com gosto. Esses jovens não trouxeram só hortaliças, trouxeram também cuidado”, conta Selma.

Para ela e outras famílias da comunidade, a mudança foi ver os quintais transformados em espaços produtivos, enquanto para os jovens, foi incentivado o empreendedorismo, com a venda das hortaliças cultivadas.

Projeto Jovem Sucessor Rural desperta nos jovens o interesse por atividades na comunidadeProjeto Jovem Sucessor Rural desperta nos jovens o interesse por atividades na comunidade

LEVANTAMENTO

Exportação de carne frango em maio cai 12,9% ante maio de 2024, diz ABPA

No acumulado de 2025 (janeiro a maio), o volume exportado atingiu 2,256 milhões de toneladas, 4,8% superior ao registrado no mesmo período do ano ado

06/06/2025 23h00

A exportação brasileira de carne de frango alcançou 393,4 mil toneladas em maio

A exportação brasileira de carne de frango alcançou 393,4 mil toneladas em maio Arquivo/ Correio do Estado/ Valdenir Rezende

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A exportação brasileira de carne de frango (incluindo todos os produtos, entre in natura e processados) alcançou 393,4 mil toneladas em maio, o que corresponde a uma queda de 12,9% em comparação com igual mês de 2024 (451,6 mil t). O levantamento é da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). A receita de exportações obtida no período foi de US$ 741,1 milhões, resultado 9,5% menor em relação ao mesmo mês do ano ado, com US$ 818,7 milhões.

O presidente da ABPA, Ricardo Santin, disse em comunicado que "mesmo com as suspensões aplicadas pelos cerca de 20 mercados, incluindo alguns dos principais destinos das exportações de carne de frango, os embarques se mantiveram próximos das 400 mil toneladas. O impacto, até aqui, foi proporcionalmente menor em relação à relevância no histórico de importações dos países com suspensões aplicadas. Esse é um indicativo de que o redirecionamento de cargas está ocorrendo como forma de manter o fluxo dos embarques no mercado internacional".

No acumulado do ano (janeiro a maio), o volume exportado atingiu 2,256 milhões de toneladas, 4,8% superior ao registrado no mesmo período do ano ado, com 2,152 milhões de toneladas. Já a receita registrada nos cinco primeiros meses deste ano alcançou US$ 4,234 bilhões, saldo 10,18% superior em relação ao mesmo período de 2024, com US$ 3,842 bilhões.

Entre os mercados que influenciaram o resultado das exportações de maio estão a China, com importações de 35,8 mil toneladas (-28% em relação ao mesmo período do ano anterior), África do Sul, com 25,5 mil toneladas (-20,5%) e México, com 16,6 mil toneladas exportadas (-18,8%). Ao mesmo tempo, as exportações para a União Europeia cresceram 46,2%, com 24,8 mil toneladas registradas no mês.

"A queda nos volumes embarcados ocorreu dentro do projetado pelo setor, considerando as suspensões decorrentes após o registro do foco de Influenza Aviária em granja comercial, situação esta que já foi resolvida. As vendas para China, África do Sul e México retraíram nos níveis esperados. No caso da União Europeia, as vendas para o mercado vinham em ritmo consideravelmente elevado, o que justifica a alta, mesmo com a autossuspensão aplicada na segunda quinzena de maio", avaliou Santin.

Loterias

Resultado da Lotofácil de hoje, concurso 3411, sexta-feira (06/06)

A Lotofácil é uma das loterias mais populares no Brasil, com sorteios realizados seis vezes por semana, de segunda a sábado; veja números sorteados

06/06/2025 19h24

Resultado da Lotofácil

Resultado da Lotofácil Divulgação

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A Caixa Econômica Federal realizou o sorteio do concurso 3411 da Lotofácil na noite desta quinta-feira, 6 de junho de 2025, a partir das 20h (de Brasília). A extração dos números ocorreu no Espaço da Sorte, em São Paulo, com um prêmio estimado em R$ 1 milhão.

Os números da Lotofácil 3411 são:

  • 02 - 22 - 06 - 01 - 16 - 13 - 10 - 24 - 23 - 14 - 05 - 25 - 15 - 20 - 18 

O sorteio da Lotofácil é transmitido ao vivo pela Caixa Econômica Federal e pode ser assistido no canal oficial da Caixa no Youtube.

Próximo sorteio: 3412

Como a Lotofácil tem seis sorteios regulares semanais, o próximo sorteio ocorre no sábado, 7 de junho, a partir das 20 horas, pelo concurso 3412. O valor da premiação vai depender se no sorteio atual o prêmio será acumulado ou não.

Para participar dos sorteios da Lotofácil é necessário fazer um jogo nas casas lotéricas ou canais eletrônicos.

A aposta mínima custa R$ 3,00 para um jogo simples, em que o apostador pode escolher 15 dente as 25 dezenas disponíveis, e fatura prêmio se acertar 11, 12, 13, 14 ou 15 números.

Como apostar na Lotofácil

Os sorteios da Lotofácil são realizados diariamente, às segundas, terças, quartas, quintas, sextas-feiras e sábados, sempre às 19h (horário de MS).

O apostador marca entre 15 e 20 números, dentre os 25 disponíveis no volante, e fatura prêmio se acertar 11, 12, 13, 14 ou 15 números.

Há a possibilidade de deixar que o sistema escolha os números para você por meio da Surpresinha, ou concorrer com a mesma aposta por 3, 6, 12, 18 ou 24 concursos consecutivos através da Teimosinha.

A aposta mínima, de 15 números, custa R$ 3,00.

Os prêmios prescrevem 90 dias após a data do sorteio. Após esse prazo, os valores são reados ao Tesouro Nacional para aplicação no FIES - Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior.

É possível marcar mais números. No entanto, quanto mais números marcar, maior o preço da aposta.

Probabilidades

A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada.

Para a aposta simples, com 15 dezenas, que custa R$ 3,00, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 3.268.760, segundo a Caixa.

Já para uma aposta com 20 dezenas (limite máximo), a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 211, ainda segundo a Caixa.

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