Economia

TECNOLOGIA NO AGRO

Drones ganham espaço no campo e aumenta busca por capacitação

Piloto de drone consta na lista de profissões em alta para 2024, especialmente no setor da agricultura, onde tem aumentado o uso da tecnologia e há demanda por mão de obra qualificada

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O uso da tecnologia no campo não é novidade. Ao longo dos anos, os produtores rurais aplicam as inovações do setor de forma a trazer benefícios econômicos, sociais e sustentáveis. Atualmente, vem ganhando espaço o uso de drones agrícolas, como aliados em várias frentes, que vão da aplicação de defensivos agrícolas ao monitoramento de áreas plantadas, entre outros.

Junto com o aumento do uso dos equipamentos, cresce também a procura por cursos de capacitação para operá-los, evidenciando que há interesse e relevância da capacitação, pois, há demanda pelos profissionais e necessidade de mão de obra qualificada.

Mesmo sendo uma atividade relativamente nova, a profissão de piloto de drone já figura em listas de cargos que estão em alta em 2024, sendo uma delas divulgada pelo Linkedin, que utiliza dados exclusivos da plataforma para classificar os 25 cargos com crescimento mais acelerado nos últimos 5 anos e cita a agricultura como um dos setores mais comuns de contratação desse tipo de profissional. Os salários podem variar de R$ 2 mil a R$ 10 mil.

O gerente do departamento de Desenvolvimento Operacional da MS Florestal, Marcos Sad, explica que o Estado tem crescentes oportunidades com o uso de drones em diversas áreas da operação, e no segmento do agro como um todo, havendo, consequentemente, valorização do profissional qualificado.

"Uma pessoa com um treinamento como este, com a devida certificação, é muito valiosa para o mercado de trabalho"destaca.

A mesma opinião é compartilhada pelo gerente educacional do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/MS), Lucas Silva.

“Diante desse cenário, fica evidente o crescente interesse e a relevância da capacitação em operação de drone como uma ferramenta tecnológica de grande importância no contexto do agronegócio e de outras áreas”, afirma.

Procura por qualificação aumenta

Em Mato Grosso do Sul, segundo dados do Senar/MS, o número de alunos participantes em cursos de operação de drones ministrado pelo órgão aumentou 66,46% no período de um ano, de 2022 para 2023. Considerando os últimos três anos, a variação é ainda maior, de cerca 190%

  • Em 2021 foram 817 alunos em 110 turmas.
  • Em 2022 foram 1.431 alunos em 151 turmas
  • Em 2023 foram 2.382 alunos em 238 turmas.

Neste ano, apenas em janeiro foram 265 participantes em 26 turmas. A expectativa é que, até o fim de 2024, pelo menos mais 1.920 pessoas sejam capacitadas. 

Os números de pessoas que buscam a qualificação são ainda maiores levando em conta que há outras entidades que oferecem a capacitação, que é a porta de entrada para a atuação no setor florestal.

A MS Florestal, por exemplo, concluiu, em março deste ano, a primeira rodada de treinamentos de drone em Bataguassu e Água Clara, com 20 participantes em cada cidade.

Neste curso em específico, os alunos foram habilitados para o uso de drones nas atividades de fotomonitoramento, mas também foram apresentadas diversas vertentes de atuação no mercado com a ferramenta, como a utilização para pulverização aérea, controle a formigas-cortadeiras, monitoramento de pragas e doenças, monitoramento e combate a incêndios, entre outros, conforme explica a supervisora de treinamentos da MS Florestal, Roberta Saldanha.

“O drone que utilizamos e as instruções que fornecemos neste treinamento são básicos para qualquer outro tipo de drone utilizado em outras operações, como drones agrícolas na pulverização de produtos, além do monitoramento na silvicultura”, detalha.

Em entrevista ao Correio do Estado, o presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, Alessandro Coelho, destaca que o drone agrícola ainda gera muitas dúvidas, tanto sobre o que é quanto para o que pode e como pode ser utilizado.

No evento Interagro, realizado de 20 a 22 de junho, também haverá o curso de drone com habilitação.

"Se a pessoa quiser, ela pode ter a carteirinha, que dá condições de ter a documentação hábil para voar o drone agrícola, o qual precisa estar registrado na ANAC [Agência Nacional de Aviação Civil] e no Ministério da Agricultura para você poder proceder o voo", disse.

Os cursos oferecidos pelo Senar/MS são gratuitos para os participantes e são ministrados a pedido dos Sindicatos Rurais, sendo que os interessados em participar devem entrar em contato diretamente com o respectivo sindicato.

Há também a opção de alguns cursos online, na modalidade educação à distância (EAD). 

Curso capacita pessoas a operarem drones agrícolas para diversas finalidadesCurso capacita pessoas a operarem drones agrícolas para diversas finalidades (Foto: MS Florestal)

Drones agrícolas se somam a outras tecnologias

Dados do Sistema de Aeronaves não Tripulada (Sisant), da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) apontam que, até o fim de maio deste ano, dos 140 mil drones registrados no País, cerca de 5,2 mil são drones agrícolas. O número é 375% maior do que há dois anos, quando havia pouco mais de 1,1 mil equipamentos.

No setor, as aeronaves remotamente pilotadas (ARP), costumam ser utilizadas em operações aeroagrícolas, como a dispersão de sementes, fertilizantes e defensivos nas lavouras.

O pesquisador da Fundação MS, André Lourenção, explica que a tecnologia ganhou muito espaço a partir de uma demanda real do mercado, mas que ainda são necessárias pesquisas para comparação da tecnologia com as demais modaliddades de aplicação.

“O drone é um equipamento mais leve, inclusive financeiramente. Mas é preciso avaliar se ele consegue ter eficiência tão boa quanto um pulverizador, então ainda faltam alguns dados, mas já tem muita gente usando. A Fundação MS utiliza em várias de nossas áreas, então não há dúvidas de que vai aumentar muito esse mercado”, disse no mês de maio, durante palestra no 27º Showtec, realizado em Maracaju.

Ele salienta, no entanto, que o drone é uma ferramenta de soma e não deve substituir as aeronaves agrícolas, tratores e demais maquinários utilizados.

“Pode ser que funcionem em conjunto, porque o pulverizador faz áreas maiores, e talvez não criem um drone que atinja uma área de aplicação tão grande quanto um Uniport, por exemplo. Mas o drone vai ganhar espaço, vai ter drones maiores, mais modernos, eficientes, então é um caminho realmente muito importante que essa tecnologia está tomando”, acrescentou.

Além da aplicação de insumos, por ser um equipamento equipado com câmeras e sensores, os drones também são aliados no monitoramento de lauvoras e mapeamento geográfico, com coleta de dados de forma rápida e capturas de imagens.

O presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, Alessandro Coelho, afirma que também utiliza da tecnologia em suas propriedades há cerca de dois anos e que ainda há muito a crescer por se tratar de um equipamento novo no agro, mas que há muitos benefícios, incluindo econômicos por evitar, por exemplo, um trator  de deslocamento, que tem custo alto.

"O drone tem um poder de pulverização mais eficiente, opera nos horários melhores, trabalha com o pessoal mais enxuto e com muita segurança para os aplicadores dos insumos necessários, e não somente na parte de agroquímicos, como na pulverização de sementes. Ele é fácil de transportar de uma propriedade para outra, é muito eficiente na aplicação de insumos e acaba que você não tem problema de deriva, diminui a necessidade de aplicação de caldas", explica.

Ele acrescenta que também já fez testes para aplicação de ureia a partir do equipamento, mas que ficou aquém do esperado pelo volume necessário e que, nessa situação, ainda não é viável, ressaltando que já há novas tecnologias mais modernas surgindo e que deve sanar alguns gargalos.

"Essa tecnologia veio para ficar", enfatiza Coelho.

ANÁLISE

Redução do consumo pode frear o crescimento econômico no 2º semestre

Apesar da forte atuação do agronegócio, enfraquecimento da demanda interna pode brecar o desempenho

07/06/2025 09h00

A queda no consumo pode impactar o crescimento do PIB

A queda no consumo pode impactar o crescimento do PIB Foto: Gerson Oliveira/Correio do Estado

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O desempenho da economia sul-mato-grossense no primeiro trimestre deste ano reforçou o papel decisivo do agronegócio no avanço do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado. Impulsionado pela soja e com expectativa de supersafra de milho, Mato Grosso do Sul deve crescer acima da média nacional neste ano. Mas, apesar do otimismo na oferta, o consumo interno acende um sinal de alerta para o segundo semestre.

De acordo com o titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, há uma preocupação com a queda do consumo.

“O crescimento de 1,4% no PIB é uma sinalização positiva para a economia brasileira, mas, quando a gente olha de onde vem essa força, ela está concentrada no agronegócio. Isso é bom para MS, mas há uma preocupação clara do outro lado: o consumo no Brasil cresceu muito pouco”, afirmou o secretário, em entrevista ao Correio do Estado.

Segundo Verruck, o crescimento da pecuária de 12,2% no trimestre e o avanço das lavouras explicam o bom desempenho da economia nacional, mas esse movimento se reflete especialmente na retomada da produção em relação ao ano ado, quando houve frustração de safra. 

“No caso de Mato Grosso do Sul, a situação é ainda melhor. Temos crescimento da produção de soja e estamos iniciando uma colheita excepcional de milho. Isso projeta um crescimento de 4,4% no PIB estadual, acima da média nacional”, detalha.

O cenário foi destacado na reportagem publicada pelo Correio do Estado na última semana, que mostrou como o agronegócio tem puxado o crescimento da economia de MS de forma contínua, mesmo em meio a um ambiente macroeconômico de juros altos e consumo retraído.

No entanto, o secretário pondera que o otimismo precisa ser equilibrado com a leitura do lado da demanda.

“Esse é o PIB do lado da oferta. Mas, quando olhamos a demanda, que reflete o consumo das famílias, o crescimento é praticamente nulo. Isso está diretamente ligado à renda e ao crédito, e é um fator de atenção que pode comprometer o segundo semestre, se não houver reação”, alerta.

O doutor em Economia e professor da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) Daniel Frainer ressalta que o setor de serviços é o principal monitor do crescimento brasileiro.

“Deve-se considerar também que, tanto aqui no Estado como nacionalmente, os setores que têm mais participação no PIB são serviços, em primeiro lugar, e indústria, em segundo lugar”.

QUEDA

A preocupação com a demanda é corroborada pelos dados regionais. Em Campo Grande, o Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) caiu pelo quarto mês consecutivo e atingiu 100,5 pontos em maio, segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O indicador está no limite da zona positiva e reflete insatisfação crescente dos consumidores com a renda e com o cenário econômico.

A principal queda foi registrada na percepção sobre a compra de bens duráveis (-4,4%), seguida da perspectiva profissional (-2,5%) e da renda (-1,3%). Para a economista Regiane Dedé de Oliveira, do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Fecomércio-MS (IPF-MS), o consumidor está mais cauteloso.

“A combinação de juros ainda elevados com o aumento no preço de produtos essenciais está fazendo as famílias irem com mais calma às compras, especialmente as de maior valor”.

O comportamento pode impactar diretamente o comércio e os serviços, setores que dependem da circulação de renda dentro do Estado. E, embora o agronegócio esteja gerando riqueza, nem sempre esses ganhos se traduzem em maior consumo local.

“Com a renda estagnada e o crédito , o consumo interno pode ser o freio do nosso crescimento. E isso é ruim, pois, mesmo com um bom desempenho no campo, a economia depende da reação da demanda para se sustentar no longo prazo”, alerta Verruck.

COMÉRCIO

No setor empresarial, os sinais também são de prudência. O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) em Campo Grande ficou em 99,2 pontos em maio, entrando no terceiro mês seguido na zona negativa. Em maio do ano ado, o índice estava em 107,5 pontos.

“O empresariado local está mais cauteloso diante da percepção de piora nas condições da economia nacional. Para 84% dos entrevistados, a situação atual piorou. Isso reflete um momento de decisões mais conservadoras”, avalia Regiane.

Outro ponto levantado por Verruck é a política de juros do Banco Central. A taxa Selic está mantida em patamar elevado para controlar a inflação, mas isso pode ter efeitos colaterais indesejáveis. 

“Essa elevação dos juros é para conter a inflação, mas pode estar impactando diretamente o nível de investimento e de consumo. Com esse crescimento do PIB, há o risco de se manter os juros altos por mais tempo, e isso não seria o ideal neste momento”, afirma. 

Para ele, a economia de MS tem força para manter o ritmo de crescimento, mas precisa de um ambiente de maior estímulo ao crédito e à renda. 

“É fundamental que o consumo reaja, especialmente nos centros urbanos. Caso contrário, teremos um agronegócio forte convivendo com um comércio fraco, o que pode limitar nosso desenvolvimento”, conclui o secretário.

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LOTERIA

Resultado da Dupla-Sena de ontem, concurso 2817, sexta-feira (06/06): veja o rateio

A Dupla-Sena tem três sorteios semanais, às segundas, quartas e sextas, sempre às 20h; veja quais os números sorteados no último concurso

07/06/2025 08h55

Confira o resultado da Dupla-Sena

Confira o resultado da Dupla-Sena Foto: Divulgação

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A Caixa Econômica Federal realizou o sorteio do concurso 2817 da Dupla Sena na noite desta sexta-feira, 6 de junho de 2025, a partir das 20h (de Brasília). A extração dos números ocorreu no Espaço da Sorte, em São Paulo, com um prêmio estimado em R$ 5 milhões. Nenhuma aposta saiu vencedora e o prêmio acumulou para R$ 5,6 milhões.

Premiação - 1º Sorteio

  • 6 acertos - Não houve ganhadores;
  • 5 acertos - 10 apostas ganhadoras (R$ 9.696,03 cada);
  • 4 acertos - 825 apostas ganhadoras (R$ 134,31 cada);
  • 3 acertos - 18.682 apostas ganhadoras (R$ 2,96 cada);

Premiação - 2º Sorteio

  • 6 acertos - Não houve ganhadores;
  • 5 acertos - 11 apostas ganhadoras (R$ 7.933,12 cada);
  • 4 acertos - 837 apostas ganhadoras (R$ 132,39 cada);
  • 3 acertos - 16.906 apostas ganhadoras (R$ 3,27 cada);

Confira o resultado da Dupla-Sena de ontem!

Os números da Dupla Sena 2817 são:

Primeiro sorteio

  • 27 - 40 - 20 - 08 - 03 - 32

Segundo sorteio

  • 39 - 40 - 46 - 29 - 45 - 16

O sorteio da Dupla Sena é transmitido ao vivo pela Caixa Econômica Federal e pode ser assistido no canal oficial da Caixa no Youtube.

Próximo sorteio: Dupla Sena 2818

Como a Dupla Sena tem três sorteios regulares semanais, o próximo sorteio ocorre na segunda-feira, 9 de junho, a partir das 20 horas, pelo concurso 2818. O valor da premiação vai depender se no sorteio atual o prêmio será acumulado ou não.

Para participar dos sorteios da Dupla Sena é necessário fazer um jogo nas casas lotéricas ou canais eletrônicos.

O apostador deve marcar de 6 a 15 números dentre os 50 disponíveis no volante e torcer. Caso prefira o sistema pode escolher os números para você através da Surpresinha ou ainda pode concorrer com a mesma aposta por 2, 3, 4, 6, 8, 9 ou 12 concursos consecutivos com a Teimosinha.

Com apenas um bilhete da Dupla Sena, você tem o dobro de chances de ganhar: são dois sorteios por concurso e ganha acertando 3, 4, 5 ou 6 números no primeiro e/ou segundo sorteios.

O preço da aposta com 6 números é de R$ 2,50.

É possível marcar mais números. No entanto, quanto mais números marcar, maior o preço da aposta.

Como jogar na Dupla-Sena

A Dupla-Sena tem três sorteios semanais: às segundas, quartas e sextas, às 19h (horário de MS).

O apostador deve marcar de 6 a 15 números dentre os 50 disponíveis no volante e torcer.

Caso prefira o sistema pode escolher os números para você através da Surpresinha ou ainda pode concorrer com a mesma aposta por 2, 3, 4, 6, 8, 9 ou 12 concursos consecutivos com a Teimosinha.

Com apenas um bilhete da Dupla Sena, você tem o dobro de chances de ganhar: são dois sorteios por concurso e ganha acertando 3, 4, 5 ou 6 números no primeiro e/ou segundo sorteios.

O preço da aposta com 6 números é de R$ 2,50.

É possível marcar mais números. No entanto, quanto mais números marcar, maior o preço da aposta.

Probabilidades

A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada.

Para a aposta simples, com seis dezenas e preço de R$ 2,50, a probabilidade de acertar 6 números e ganhar o prêmio milionário é de 1 em 15.890.700 segundo a Caixa.

Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 3.174, ainda segundo a Caixa.

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