Medida preventiva da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) intensificou com produtores orientações sobre a biossegurança e fortalecimento da educação sanitária em propriedades da agricultura familiar do Mato Grosso do Sul.
A ação conjunta foi feita diante do recente caso de influenza aviária (H5N1) detectado em uma granja comercial em Montenegro (RS), onde a unidade a por vazio sanitário até 18 de junho.
Para evitar que algo parecido aconteça no Estado, a Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), em parceria com a Embrapa Pantanal e a Iagro, intensificaram a mobilização preventiva, envolvendo capacitações, oficinas, ree de informações, visitas técnicas e vigilância participativa.
O objetivo é orientar pequenos produtores sobre protocolos de biosseguridade e biossegurança, com foco especial em regiões de fronteira e comunidades que praticam a avicultura de subsistência.
Thainara Rocha, zootecnista da Agraer, ressalta que informar o agricultor familiar é fundamental para conter o avanço da gripe aviária. “O produtor é muitas vezes o primeiro a perceber alterações no comportamento das aves. Mas para que ele seja um aliado no enfrentamento da doença, precisa entender não apenas o que pode ou não fazer, mas o porquê das orientações técnicas”.
Segundo a zootecnista, como em algumas pequenas propriedades as criações geralmente têm aves soltas, sem cercas ou proteção contra animais silvestres, o risco de contaminação é alto. “Uma vez confirmado o foco, a medida de contenção é o sacrifício dos animais, o que gera prejuízos que atingem toda a cadeia, inclusive os pequenos que não têm estrutura para enfrentar perdas sanitárias severas”.
Nesse sentido, a Agraer tem ampliado a capacitação dos seus técnicos, com apoio da Embrapa Pantanal e diretrizes da Iagro.
“Em março, nossos técnicos já haviam sido treinados em práticas de biossegurança para criações de pequeno porte. Em junho, realizaremos uma nova capacitação focada exclusivamente na gripe aviária, preparando ainda mais nossa equipe para orientar os agricultores de forma padronizada e eficaz”, informa Thainara.
ALARMES FALSOS
Dois casos de possíveis contaminações da gripe aviaria em granjas de Mato Grosso do Sul foram investigados no mês de maio, onde ambos deram negativo para a doença.
As suspeitas foram registradas nas cidades de Angélica e Jardim. Em nota, na época em que as suspeitas foram investigadas, o diretor presidente da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), Daniel Ingold, ressaltou que a apuração de suspeitas faz parte da rotina da Iagro. "Em situações específicas, como a emergência sanitária no Rio Grande do Sul, onde um caso foi confirmado, é esperado um aumento inicial no número de notificações e investigações”, disse.
O presidente reforçou que a tendência é que tenham mais suspeitas de caso devido ao receio dos produtores, o que faz parte dos procedimentos regulares do Instituto. "A Iagro segue rigorosamente os protocolos estabelecidos, com equipe treinada e preparada, atuando com agilidade, eficiência e transparência em todas as ocorrências”, explicou.
SAIBA
A gripe aviária é causada por um vírus do tipo Influenza A e uma resposta rápida da detecção em aves silvestres ou de produção é vital para evitar a disseminação.
O governo brasileiro tem reforçado ações de monitoramento em todo o território nacional, principalmente em regiões que tenham a presença de aves migratórias ou criadouros comerciais.