Mundo

TRÉGUA NA GUERRA COMERCIAL

EUA e China fecham acordo para suspender maior parte de tarifas por 90 dias

os EUA concordaram em reduzir sua tarifa de 145% para 30%, enquanto a China concordou em fazer o mesmo com suas tarifas, reduzindo para 10%

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Autoridades dos Estados Unidos e da China anunciaram nesta segunda-feira, 12, que chegaram a um acordo para reduzir a maioria das tarifas recentes e estabelecer uma trégua de 90 dias em sua guerra comercial, a fim de permitir novas negociações.

Os mercados de ações subiram significativamente, à medida que as duas maiores potências econômicas do mundo recuaram de um confronto que vinha abalando a economia global.

Jamieson Greer, representante de Comércio dos EUA, afirmou que os EUA concordaram em reduzir sua tarifa de 145% sobre produtos chineses em 115 pontos porcentuais, para 30%, enquanto a China concordou em fazer o mesmo com suas tarifas sobre produtos americanos, reduzindo para 10%.

Greer e o Secretário do Tesouro, Scott Bessent, anunciaram as reduções tarifárias em uma entrevista coletiva em Genebra.

Os dois adotaram um tom positivo ao afirmar que os países estabeleceram consultas para continuar discutindo as questões comerciais.

Bessent disse, após dois dias de conversas, que os níveis tarifários tão altos representavam praticamente um bloqueio total às mercadorias de ambos os lados - algo que nenhum dos países deseja.

"O consenso de ambas as delegações neste fim de semana é que nenhum dos lados quer um desacoplamento," afirmou Bessent. "E o que estava ocorrendo com essas tarifas muito altas... era um embargo, o equivalente a um embargo. E nenhum dos lados quer isso. Queremos comércio. Queremos um comércio mais equilibrado. E acredito que ambos os lados estão comprometidos com isso."

'Interesses comuns do mundo'

O Ministério do Comércio da China classificou o acordo como um o importante para a resolução das divergências entre os dois países e disse que ele estabelece as bases para uma cooperação futura.

"Essa iniciativa está alinhada com as expectativas de produtores e consumidores de ambos os países e serve aos interesses de ambas as nações, assim como aos interesses comuns do mundo", afirmou o ministério chinês em nota.

O comunicado acrescentou que a China espera que os EUA deixem de lado "a prática errônea de aumentos tarifários unilaterais" e colaborem com a China para proteger o desenvolvimento das relações econômicas e comerciais, trazendo mais certeza e estabilidade à economia global.

O impacto total das tarifas e penalidades comerciais aplicadas por Washington e Pequim ainda é incerto. Muito dependerá de as duas partes conseguirem superar as diferenças históricas durante a suspensão de 90 dias.

Mas o fato de as maiores economias do mundo recuarem de medidas que poderiam causar grandes perturbações no comércio global animou os investidores.

Os futuros do S&P 500 subiram 2,6% e os do Dow Jones, 2%. O preço do petróleo disparou mais de US$ 1,60 por barril, e o dólar americano ganhou força frente ao euro e ao iene japonês.

Jens Eskelund, presidente da Câmara de Comércio da União Europeia na China, comemorou a notícia, mas alertou para a cautela. Segundo ele, as tarifas foram apenas suspensas por 90 dias, e há grande incerteza sobre o que pode acontecer depois.

"As empresas precisam de previsibilidade para manter operações normais e tomar decisões de investimento. A Câmara espera, portanto, que ambos os lados continuem o diálogo para resolver as diferenças e evitar medidas que prejudiquem o comércio global e causem danos colaterais a terceiros", disse Eskelund em comunicado.

Histórico

No mês ado, o presidente norte-americano, Donald Trump, elevou as tarifas dos EUA sobre a China para um total de 145%, e a China respondeu com uma tarifa de 125% sobre produtos americanos. Tarifas tão altas equivalem, na prática, a um boicote mútuo, interrompendo um comércio bilateral que no ano ado superou os US$ 660 bilhões.

O anúncio dos EUA e da China impulsionou as bolsas, com futuros americanos subindo mais de 2%. O índice Hang Seng, de Hong Kong, subiu quase 3%, e os principais índices da Alemanha e da França registraram alta de 0,7%.

O governo Trump impôs tarifas a diversos países, mas o confronto com a China tem sido o mais intenso.


 

Guerra

Forças israelenses abrem fogo contra palestinos à espera de ajuda humanitária em Gaza

Ao menos 27 pessoas morreram e mais de 180 ficaram feridas.

03/06/2025 21h00

Forças israelenses abrem fogo contra palestinos à espera de ajuda humanitária em Gaza

Forças israelenses abrem fogo contra palestinos à espera de ajuda humanitária em Gaza Divulgação

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Forças de Israel abriram fogo nesta terça-feira, 3, contra pessoas que se dirigiam a um local de distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza na terça-feira,3. Segundo autoridades de saúde ligadas ao grupo terrorista Hamas e testemunhas do episódio, ao menos 27 pessoas morreram e mais de 180 ficaram feridas.

O Exército disse que atirou "perto de alguns suspeitos individuais" que saíram da rota designada, se aproximaram de suas forças e ignoraram os tiros de advertência.

Em um comunicado, o porta-voz do Exército israelense Effie Defrin disse que o número de vítimas publicado pelo Hamas era exagerado. Ainda de acordo com o porta-voz, os palestinos não tiveram o o ao local negado e o incidente estava sendo investigado.

Aumento da violência

A retomada da entrega de ajuda humanitária em Gaza tem se tornado violenta nos últimos dias. No fim de semana, 44 pessoas morreram, segundo autoridades palestinas.

Após três meses proibindo a entrega de mantimentos no território palestino, Israel permitiu a retomada com o auxílio de uma fundação apoiada pelos Estados Unidos, chamada Fundação Humanitária de Gaza.

Nesse novo esquema, que prescindiu da participação da ONU e outras entidades, foram estabelecidos pontos de distribuição de ajuda dentro de zonas militares israelenses. Antes, a distribuição era coordenada pela ONU de maneira independente.

As Nações Unidas rejeitaram o novo sistema, dizendo que ele não resolve a crescente crise de fome em Gaza e permite que Israel use a ajuda como arma contra civis palestinos.

Sobre os disparos desta manhã, a Fundação Humanitária de Gaza afirma que não houve violência dentro ou ao redor deles. Na terça-feira, ela disse que o Exército israelense estava investigando se civis foram feridos depois de se deslocarem para além do corredor seguro designado e entrarem em uma zona militar fechada.

Os cerca de 2 milhões de habitantes de Gaza dependem quase totalmente da ajuda internacional, depois de a ofensiva de Israel destruiu quase toda a capacidade de produção de alimentos de Gaza.

A ajuda limitada começou a entrar novamente no final do mês ado, após pressão de aliados e alertas sobre o risco de uma epidemia de fome no território.

Yasser Abu Lubda, um deslocado de 50 anos de Rafah, disse que o tiroteio começou por volta das 4h da manhã de terça-feira e que viu várias pessoas mortas ou feridas.

Neima al-Aaraj, uma mulher de Khan Younis, disse que o fogo israelense foi indiscriminado. Ela acrescentou que, quando conseguiu chegar ao local de distribuição, não havia mais ajuda. "Não voltarei", disse ela. "De qualquer forma, vamos morrer."

Rasha al-Nahal, outra testemunha, disse que quando chegou ao local de distribuição recolheu macarrão do chão e resgatou arroz de um saco que havia sido jogado no chão e pisoteado.

Hisham Mhanna, porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, confirmou o número de vítimas, dizendo que seu hospital de campanha em Rafah recebeu 184 feridos, 19 dos quais foram declarados mortos ao chegar, com outros oito morrendo posteriormente devido aos ferimentos.

Os mortos foram transferidos para o Hospital Nasser, na cidade de Khan Younis. Três crianças e duas mulheres estavam entre os mortos, de acordo com Mohammed Saqr, chefe de enfermagem do hospital. O diretor do hospital, Atef al-Hout, disse que a maioria dos pacientes tinha ferimentos a bala.

Jeremy Laurence, porta-voz do escritório de direitos humanos da ONU, disse aos repórteres que também havia informações indicando que 27 pessoas foram mortas.

"Os palestinos foram apresentados à escolha mais sombria: morrer de fome ou correr o risco de ser morto ao tentar ar os escassos alimentos que estão sendo disponibilizados por meio do mecanismo militarizado de assistência humanitária de Israel", disse Volker Türk, alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, em um comunicado.

Ajuda humanitária

A Fundação Humanitária de Gaza disse que distribuiu 21 caminhões de alimentos no local de Rafah na terça-feira, enquanto seus outros dois locais operacionais foram fechados.

Durante um cessar-fogo no início deste ano, cerca de 600 caminhões de ajuda humanitária entravam em Gaza diariamente.

Israel afirma que o novo sistema de distribuição de ajuda humanitária foi concebido para impedir que o Hamas roube a ajuda. A ONU afirma que a sua própria capacidade de entregar ajuda humanitária em Gaza tem sido prejudicada pelas restrições israelenses e pelos saques generalizados, mas que não há provas de desvio sistemático da ajuda por parte do Hamas.

Viagem

EUA emitem alerta sobre Brasil e pedem que americanos evitem áreas com risco de sequestro

O alerta recomenda "maior cautela no Brasil devido ao crime e sequestro".

30/05/2025 20h00

EUA emitem alerta sobre Brasil e pedem que americanos evitem áreas com risco de sequestro

EUA emitem alerta sobre Brasil e pedem que americanos evitem áreas com risco de sequestro Divulgação

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O Departamento de Estado dos Estados Unidos atualizou seu aviso de viagem ao Brasil para incluir um alerta específico sobre sequestros, recomendando "maior cautela no Brasil devido ao crime e sequestro".

O comunicado, divulgado pela Embaixada dos EUA no Brasil nesta sexta-feira, ressalta que "algumas áreas apresentam risco elevado".

Os EUA pedem que seus cidadãos evitem totalmente áreas próximas às fronteiras terrestres com oito países, áreas de comunidades e cidades-satélites de Brasília durante a noite. "Não viaje para essas áreas por nenhum motivo", afirma o texto.

Em relação às fronteiras com Bolívia, Colômbia, Guiana, Guiana sa, Paraguai, Peru, Suriname e Venezuela, o governo dos EUA recomenda que não se transite em um raio de 160 quilômetros. A única exceção são visitas ao Parque Nacional do Iguaçu e ao Parque Nacional do Pantanal. Elas foram classificadas com nível 4 de perigo - o maior possível.

Sobre comunidades, também 'nível 4', os EUA recomendam que "não se viaje para favelas, mesmo em eios guiados". Segundo o comunicado, "nem as empresas de turismo nem a polícia podem garantir sua segurança" nesses locais. A embaixada ainda adverte que "a situação pode mudar rapidamente, mesmo em áreas consideradas seguras por autoridades locais".

O alerta também inclui cidades-satélites de Brasília, Ceilândia, Santa Maria, São Sebastião e Paranoá, entre os locais de risco máximo. "Não viaje para essas áreas entre 18h e 6h", diz o texto

O comunicado detalha que "crimes violentos, incluindo assassinato, assalto à mão armada e roubo de carros, podem ocorrer em áreas urbanas, de dia e à noite". Também relata que "houve um sequestro com pedido de resgate envolvendo cidadãos dos EUA" e alerta para "atividade de gangues e crime organizado associados ao tráfico de drogas".

Além disso, o documento faz menção ao uso de sedativos em bebidas, com incidência maior no Rio de Janeiro, e orienta turistas a "evitar aceitar comida ou bebida de desconhecidos".

O uso de aplicativos de namoro também é apontado como risco, uma vez que criminosos estariam usando essas plataformas para atrair e dopar vítimas estrangeiras.

O governo americano também recomenda não utilizar ônibus municipais no Brasil, especialmente à noite, devido ao "sério risco de assalto e agressão".

Para os que decidirem viajar, o aviso recomenda vigilância constante, evitar exibir itens de valor e manter comunicação com familiares ou empregadores.

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