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Novo Papillon? França quer fazer presídio de segurança máxima na Amazônia

Plano para abrigar traficantes e jihadistas na Guiana sa causa indignação local; projeto remete à infame Ilha do Diabo

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A França reacendeu memórias de um ado sombrio ao anunciar planos para construir uma ala de segurança máxima em uma nova prisão na Amazônia, no território ultramarino da Guiana sa.

O presídio deve abrigar traficantes de drogas e radicais islâmicos, incluindo 15 detentos considerados jihadistas, provocando forte reação de autoridades locais e da população.

O projeto, orçado em US$ 450 milhões (cerca de R$ 2,5 bilhões), é parte de uma unidade prisional anunciada em 2017 e prevista para ser concluída até 2028, com capacidade total de 500 presos. A prisão será construída em Saint-Laurent-du-Maroni, cidade fronteiriça com o Suriname, próxima à notória Ilha do Diabo — antiga colônia penal usada pela França entre os séculos XIX e XX.

Durante uma visita oficial à Guiana sa no sábado, o ministro da Justiça francês, Gérald Darmanin, confirmou que a prisão terá uma ala de segurança máxima.

Segundo ele, o objetivo é impedir que presos ligados ao tráfico de drogas mantenham contato com suas redes criminosas. “Estamos vendo cada vez mais redes de tráfico de drogas. Precisamos reagir”, declarou Darmanin.

A mídia sa também informou que detentos oriundos da Guiana sa e dos territórios do Caribe francês terão prioridade para vagas na nova unidade.

ado revive tensões coloniais

O anúncio, no entanto, foi recebido com indignação por líderes locais, que alegam não ter sido informados previamente sobre a inclusão da ala de segurança máxima no projeto original.

Jean-Paul Fereira, presidente interino da Coletividade Territorial da Guiana sa — assembleia que representa a região — classificou a notícia como um “espanto” e um “desrespeito” às autoridades locais.

“É com indignação que os membros eleitos da Coletividade descobriram, juntamente com toda a população da Guiana, as informações detalhadas no Le Journal du Dimanche”, disse em nota publicada nas redes sociais.

Fereira lembrou que o acordo firmado em 2017 previa a construção de uma nova prisão para aliviar a superlotação nas unidades existentes, mas sem qualquer menção a uma ala de alta segurança para presos vindos da França continental.

“A Guiana não foi feita para acolher criminosos e pessoas radicalizadas”, afirmou.

A crítica foi reforçada por Jean-Victor Castor, parlamentar da Guiana sa, que enviou uma carta diretamente ao primeiro-ministro francês pedindo a retirada do projeto. Ele qualificou o plano como um “insulto à nossa história, uma provocação política e uma regressão colonial”.

Símbolos históricos ainda vivos

A proposta remete a um capítulo sombrio da história sa. Saint-Laurent-du-Maroni já foi um centro de deportação penal na era de Napoleão III. Dali, presos eram enviados à Ilha do Diabo — entre eles o capitão do Exército Alfred Dreyfus, injustamente condenado por espionagem no caso que dividiu a França no final do século XIX.

A Ilha do Diabo ficou eternizada no romance autobiográfico Papillon, de Henri Charrière, que virou filme em 1973 e teve um remake em 2017. Agora, o temor é que a Guiana volte a ser associada internacionalmente à imagem de desterro e punição.

Procurado, o Ministério da Justiça da França ainda não se manifestou sobre as críticas.

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cachorro grande

Trump rejeita reconciliação com Musk e guerra preocupa republicanos

Depois de receber seu apoio na campanha e no começo do Governo, agora Trump diz que Musk tem problema com drogas

07/06/2025 07h19

Aliança de Trump e Musk descambou para o lado das ofensas pessoais e por enquanto não existe sinal de trégua

Aliança de Trump e Musk descambou para o lado das ofensas pessoais e por enquanto não existe sinal de trégua

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O presidente americano, Donald Trump, acusou nesta sexta-feira, 6, o bilionário e ex-aliado Elon Musk de "perder a cabeça", enquanto o rompimento dramático entre o homem mais poderoso e o mais rico do mundo se transformou em uma disputa generalizada, com possíveis consequências políticas e econômicas

Os republicanos aguardavam ansiosos por uma distensão, alertando que a briga pode desviar a atenção da agenda do presidente e inviabilizar o seu "grande e belo projeto de lei" no Congresso. "Só espero que isso se resolva rapidamente, pelo bem do país", disse o presidente da Câmara, Mike Johnson, em entrevista à CNBC ontem.

Mas a paz parecia distante. Em uma série de ligações para canais da mídia americana, Trump rebateu os ataques do magnata da tecnologia nas redes sociais. A saraivada de insultos terminou com Musk dizendo que o presidente é citado nos chamados "arquivos Epstein" - em referência ao financista condenado por prostituição de menores, que se matou na prisão, em 2019.

Nas entrevistas, Trump buscou mudar o foco para seu projeto de lei de impostos e imigração, pendente no Senado. Mesmo assim, ele não parou de criticar Musk, se referindo a ele como "o homem que perdeu o juízo". "Nem estou pensando no Elon. Ele tem um problema. O coitado tem um problema", disse Trump à CNN, culpando o comportamento de Musk pelo uso de drogas e acrescentando que não falaria com ele por um tempo.

Recusa

Autoridades do governo disseram que Trump demonstrou pouco interesse em falar com Musk, mesmo depois de o bilionário sinalizar que estaria aberto a acalmar a discussão.

Um funcionário da Casa Branca, que falou sob condição de anonimato, disse que o presidente planejava vender o Tesla vermelho que comprou em março. Trump adquiriu o carro originalmente para demonstrar seu apoio a Musk em meio à reação negativa ao seu papel no governo.

Na noite de quinta-feira, 5, Musk recuou da ameaça de desativar a nave espacial Dragon, da SpaceX, que transporta astronautas e suprimentos da Nasa para a Estação Espacial Internacional. Pouco tempo depois, quando Bill Ackman, o bilionário dos fundos de hedge, postou nas redes sociais que os dois homens "deveriam fazer as pazes" em benefício do país, Musk respondeu: "Você não está errado".

Para Musk, uma disputa prolongada com Trump pode custar muito caro. Suas empresas, incluindo a SpaceX, se beneficiaram de bilhões de dólares em contratos governamentais e estavam posicionadas para receber outros bilhões. Trump ameaçou rescindir esses contratos.

A disputa também é arriscada para Trump. Musk gastou cerca de US$ 275 milhões para ajudar a eleger Trump em 2024 e prometeu doar US$ 100 milhões a grupos controlados pela equipe do presidente antes das eleições de meio de mandato de 2026. Esses fundos ainda não foram entregues e estão em xeque. Trump também precisa enfrentar a ira de um aliado que virou inimigo e parece determinado a minar sua posição na direita.

Autoridades do governo alertaram que o presidente poderia mudar de ideia a qualquer momento e decidir falar com Musk. Ainda assim, alguns dos assessores de Trump estão se preparando para uma possível guerra prolongada contra Musk, na qual aliados tanto da tecnologia quanto da política serão forçados a escolher um lado, de acordo com uma pessoa próxima do presidente que falou ao New York Times sob condição de anonimato.

PIADA

Enquanto isso, na Rússia, o ex-presidente Dimitri Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança do Kremlin, fez uma piada ontem no X sobre a Rússia mediar a questão. "Estamos prontos para facilitar a conclusão de um acordo de paz entre D e E por uma taxa razoável e aceitar ações da Starlink como pagamento", escreveu ele, referindo-se à empresa de internet via satélite de Musk.

Guerra

Forças israelenses abrem fogo contra palestinos à espera de ajuda humanitária em Gaza

Ao menos 27 pessoas morreram e mais de 180 ficaram feridas.

03/06/2025 21h00

Forças israelenses abrem fogo contra palestinos à espera de ajuda humanitária em Gaza

Forças israelenses abrem fogo contra palestinos à espera de ajuda humanitária em Gaza Divulgação

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Forças de Israel abriram fogo nesta terça-feira, 3, contra pessoas que se dirigiam a um local de distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza na terça-feira,3. Segundo autoridades de saúde ligadas ao grupo terrorista Hamas e testemunhas do episódio, ao menos 27 pessoas morreram e mais de 180 ficaram feridas.

O Exército disse que atirou "perto de alguns suspeitos individuais" que saíram da rota designada, se aproximaram de suas forças e ignoraram os tiros de advertência.

Em um comunicado, o porta-voz do Exército israelense Effie Defrin disse que o número de vítimas publicado pelo Hamas era exagerado. Ainda de acordo com o porta-voz, os palestinos não tiveram o o ao local negado e o incidente estava sendo investigado.

Aumento da violência

A retomada da entrega de ajuda humanitária em Gaza tem se tornado violenta nos últimos dias. No fim de semana, 44 pessoas morreram, segundo autoridades palestinas.

Após três meses proibindo a entrega de mantimentos no território palestino, Israel permitiu a retomada com o auxílio de uma fundação apoiada pelos Estados Unidos, chamada Fundação Humanitária de Gaza.

Nesse novo esquema, que prescindiu da participação da ONU e outras entidades, foram estabelecidos pontos de distribuição de ajuda dentro de zonas militares israelenses. Antes, a distribuição era coordenada pela ONU de maneira independente.

As Nações Unidas rejeitaram o novo sistema, dizendo que ele não resolve a crescente crise de fome em Gaza e permite que Israel use a ajuda como arma contra civis palestinos.

Sobre os disparos desta manhã, a Fundação Humanitária de Gaza afirma que não houve violência dentro ou ao redor deles. Na terça-feira, ela disse que o Exército israelense estava investigando se civis foram feridos depois de se deslocarem para além do corredor seguro designado e entrarem em uma zona militar fechada.

Os cerca de 2 milhões de habitantes de Gaza dependem quase totalmente da ajuda internacional, depois de a ofensiva de Israel destruiu quase toda a capacidade de produção de alimentos de Gaza.

A ajuda limitada começou a entrar novamente no final do mês ado, após pressão de aliados e alertas sobre o risco de uma epidemia de fome no território.

Yasser Abu Lubda, um deslocado de 50 anos de Rafah, disse que o tiroteio começou por volta das 4h da manhã de terça-feira e que viu várias pessoas mortas ou feridas.

Neima al-Aaraj, uma mulher de Khan Younis, disse que o fogo israelense foi indiscriminado. Ela acrescentou que, quando conseguiu chegar ao local de distribuição, não havia mais ajuda. "Não voltarei", disse ela. "De qualquer forma, vamos morrer."

Rasha al-Nahal, outra testemunha, disse que quando chegou ao local de distribuição recolheu macarrão do chão e resgatou arroz de um saco que havia sido jogado no chão e pisoteado.

Hisham Mhanna, porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, confirmou o número de vítimas, dizendo que seu hospital de campanha em Rafah recebeu 184 feridos, 19 dos quais foram declarados mortos ao chegar, com outros oito morrendo posteriormente devido aos ferimentos.

Os mortos foram transferidos para o Hospital Nasser, na cidade de Khan Younis. Três crianças e duas mulheres estavam entre os mortos, de acordo com Mohammed Saqr, chefe de enfermagem do hospital. O diretor do hospital, Atef al-Hout, disse que a maioria dos pacientes tinha ferimentos a bala.

Jeremy Laurence, porta-voz do escritório de direitos humanos da ONU, disse aos repórteres que também havia informações indicando que 27 pessoas foram mortas.

"Os palestinos foram apresentados à escolha mais sombria: morrer de fome ou correr o risco de ser morto ao tentar ar os escassos alimentos que estão sendo disponibilizados por meio do mecanismo militarizado de assistência humanitária de Israel", disse Volker Türk, alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, em um comunicado.

Ajuda humanitária

A Fundação Humanitária de Gaza disse que distribuiu 21 caminhões de alimentos no local de Rafah na terça-feira, enquanto seus outros dois locais operacionais foram fechados.

Durante um cessar-fogo no início deste ano, cerca de 600 caminhões de ajuda humanitária entravam em Gaza diariamente.

Israel afirma que o novo sistema de distribuição de ajuda humanitária foi concebido para impedir que o Hamas roube a ajuda. A ONU afirma que a sua própria capacidade de entregar ajuda humanitária em Gaza tem sido prejudicada pelas restrições israelenses e pelos saques generalizados, mas que não há provas de desvio sistemático da ajuda por parte do Hamas.

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