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Desafios globais e protagonismo de MS

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Em um cenário global marcado por incertezas inflacionárias e tensões comerciais, o Brasil tem voo de galinha enquanto Mato Grosso do Sul se destaca com projeções que superam significativamente a média nacional. A semana econômica foi definida por decisões importantes de política monetária internacional, rebaixamento da perspectiva do rating brasileiro e a histórica certificação de zona livre de febre aftosa sem vacinação, que abre novos mercados para o agronegócio sul-mato-grossense.

A economia mundial continua enfrentando o dilema entre combater a inflação e evitar uma desaceleração acentuada. Nos Estados Unidos, dados recentes do PCE (índice de preços de gastos com consumo pessoal) – o indicador de inflação preferido do Federal Reserve – mostraram que a inflação segue acima da meta de 2%, mantendo viva a preocupação com a trajetória dos preços no país.
"A inflação americana continua sendo o principal fator de risco para os mercados globais, pois determina o ritmo de cortes nas taxas de juros pelo Fed". Com a persistência inflacionária, as expectativas para o início dos cortes de juros nos EUA foram postergadas para setembro, o que mantém o dólar forte globalmente e pressiona economias emergentes.

Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) sinalizou que deve iniciar seu ciclo de cortes de juros em junho, mas em ritmo gradual, diante de uma inflação que, embora em queda, ainda preocupa. "O BCE está em uma posição delicada, precisando equilibrar o combate à inflação com o estímulo a uma economia que mostra sinais de fraqueza", avalia Christine Lagarde, presidente da instituição.

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Problemas em Máquinas Agrícolas: Quais os Direitos e os Riscos ao Produtor Rural?

Leandro Amaral Provenzano ([email protected])

29/05/2025 00h05

Leandro Provenzano

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As máquinas agrícolas são investimentos altos e essenciais para o sucesso da produção rural. Quando uma colheitadeira, trator ou outro equipamento apresenta defeito de fábrica, o prejuízo para o produtor pode ser imenso — muitas vezes ultraando o valor da própria máquina, especialmente se o problema ocorre em plena safra. Mas o que fazer nessas situações?


Este artigo foi desenvolvido para orientar o produtor rural sobre seus direitos como consumidor, os caminhos legais possíveis, como reunir provas técnicas para um eventual processo judicial, quais os cuidados devem ser tomados antes de entrar com uma ação e quais os riscos envolvidos.

Os Direitos do Produtor Rural em Caso de Defeito de Fábrica


O Código de Defesa do Consumidor (CDC) também se aplica à compra de máquinas agrícolas novas ou usadas, desde que adquiridas de empresas (fabricantes, revendas ou concessionárias). Em caso de defeito de fabricação, o produtor tem direito à:


    • Substituição do produto ou
    • Reparo gratuito dentro da garantia ou
    • Restituição do valor pago, além de eventuais perdas e danos.


O prazo para reclamar de vícios aparentes (defeitos visíveis) é de 90 dias a partir da entrega. Para vícios ocultos (que surgem com o uso), esse prazo começa a contar após a constatação do problema.

Como Reunir Provas para Um Processo Judicial


Uma ação judicial exige provas bem organizadas e técnicas. O ideal é que o produtor:


    1. Documente o problema com fotos e vídeos da máquina em funcionamento ou parada apresentando os defeitos reclamados;
    2. Reúna notas fiscais, ordens de serviço e relatórios de assistência técnica;
    3. Solicite um laudo técnico elaborado por engenheiro mecânico, atestando que o defeito é de fabricação;
    4. Guarde todas as trocas de mensagens com a fabricante ou revenda;
    5. Testemunhas podem ser úteis numa eventual ação judicial;
    6. Caso tenha causado prejuízo à colheita, documente o impacto econômico com comparações de produtividade e perdas financeiras, laudo contábil etc.


Esse laudo técnico é um dos elementos mais importantes do processo, pois serve como prova pericial preliminar e fortalece muito a argumentação jurídica.

Danos Materiais e Morais: Quando São Cabíveis?


Em casos graves, o produtor rural pode pleitear não apenas o valor da máquina, mas também:


    • Danos materiais indiretos, como prejuízos com a perda da safra, aluguel de máquinas substitutas ou atraso na entrega de contratos;
    • Danos morais, especialmente se houver abalo à reputação, estresse excessivo ou desvalorização do negócio. Por exemplo, no caso de um prestador de serviços de colheita de soja que rescinde um contrato porque sua colheitadeira apresentou problemas e precisou realizar um reparo justamente na época do colhimento.


É importante lembrar que os tribunais analisam caso a caso, por isso o apoio de um advogado especializado é fundamental.

Riscos da Ação Judicial e Importância do Apoio Jurídico


Apesar de ter respaldo legal, um processo judicial não é isento de riscos. O produtor pode enfrentar:


    • Demora na tramitação do processo (anos);
    • Custos com perícias, honorários e deslocamentos;
    • Possibilidade de decisão desfavorável, mesmo com provas robustas.


Além da demora do processo judicial, uma decisão desfavorável pode aumentar ainda mais o prejuízo do produtor rural, pois além do prejuízo da máquina agrícola em si, ele ainda terá que ar as custas processuais, bem como honorários sucumbenciais do advogado da fabricante da máquina, cujo valor será fixado entre 10% e 20% do valor da causa. Como há diversas máquinas que ultraam a casa do milhão, esses honorários podem facilmente chegar na casa de centenas de milhares de reais.

Por isso, antes de entrar com uma ação, é altamente recomendável consultar um advogado especializado em Direito do Consumidor ou Direito Agrário, que possa avaliar a viabilidade do caso, a estratégia e principalmente os riscos envolvidos.

Máquinas agrícolas com defeitos de fábrica podem causar graves prejuízos ao produtor rural. Felizmente, a legislação brasileira oferece mecanismos de defesa, desde que os direitos sejam conhecidos e bem exercidos.

O segredo está na organização das provas, contratação de um perito competente e, sobretudo, no acompanhamento jurídico qualificado. Com essas medidas, o produtor tem mais segurança para buscar a reparação de seus prejuízos.

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Uma tragédia de governo: contando os dias

27/05/2025 00h05

MIchel Constantino

MIchel Constantino Divulgação

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O Governo Federal está se acabando. Com uma trajetória desastrosa, o Lula III é um Dilma II piorado. Com uma dupla de ministros na fazenda e planejamento vergonhosos e sem nenhum aparato técnico e metodológico que convença a própria família. 
O episódio sobre o aumento do IOF para 3,5% sobre transferências destinadas a investimentos no exterior recoloca em pauta um dilema clássico da macroeconomia internacional: o chamado "trilema de Mundell-Fleming". Este trilema, em síntese, afirma que um país não pode ter simultaneamente uma taxa de câmbio estável, livre mobilidade de capitais e uma política monetária autônoma. É preciso escolher, no máximo, dois desses três objetivos.

No caso brasileiro atual, vivemos sob um regime de câmbio flutuante istrado, também conhecido como "flutuação suja", que é uma estratégia em que o Banco Central permite que o real oscile livremente, mas intervém no mercado de câmbio quando considera necessário para suavizar movimentos excessivos ou corrigir distorções temporárias. Um exemplo recente ocorreu em dezembro de 2024, quando o Banco Central realizou uma intervenção significativa no mercado cambial para conter a volatilidade do real. Naquele mês, a autoridade monetária injetou US$ 32,574 bilhões no mercado por meio de intervenções cambiais extraordinárias. Por sua vez, a política monetária possui algum grau de autonomia, o que significa que o Banco Central tem margem para definir a taxa básica de juros (Selic) conforme as necessidades internas de controle da inflação e estímulo à atividade econômica, sem estar diretamente condicionado às decisões de política monetária de outros países. Essa autonomia, contudo, é relativa. 

De acordo com o trilema de Mundell-Fleming, a combinação de câmbio flutuante e mobilidade de capitais, como a que prevalece no Brasil, tende a reduzir a eficácia da política monetária. Na prática, embora o Banco Central defina a taxa Selic, o elevado grau de integração financeira e a volatilidade do câmbio impõem limites concretos à sua autonomia, especialmente em contextos de fuga de capitais ou choques externos. A margem de manobra é, portanto, estreita e frequentemente subordinada à reação dos mercados.

Nesse contexto, a elevação do IOF sobre remessas ao exterior deve ser compreendida como uma tentativa do governo de recuperar margem de manobra para conduzir a política monetária em um ambiente de elevada volatilidade cambial e pressão inflacionária. Ao reduzir a mobilidade de capitais, buscava-se atenuar a depreciação do real, conter a inflação no curto prazo e, com isso, quem sabe, criar condições políticas e econômicas para reduzir a Selic no ano que vem, que coincidentemente, é um ano eleitoral.
Contudo, essa estratégia era desde o início equivocada, principalmente porque não levou em consideração os custos associados à perda de credibilidade macroeconômica. 

Ao anunciar uma medida dessa natureza, o governo imediatamente gerou incerteza institucional, levantando dúvidas sobre o compromisso do Brasil com regras estáveis e previsíveis, especialmente considerando o processo em curso de adesão ao Código de Liberalização de Capitais da OCDE, que exige justamente estabilidade e previsibilidade regulatória, incluindo a exigência de reduzir ou zerar gradualmente impostos e taxas sobre movimentações de capitais, como o próprio IOF, para garantir um ambiente alinhado às práticas da organização. Ademais, tal medida poderia desencadear um processo de judicialização, dado que afetaria contratos previamente firmados, poderia ser interpretada como violação a princípios constitucionais e levantaria dúvidas quanto à bitributação, já que muitos investimentos no exterior são realizados por meio de estruturas sujeitas a tratados internacionais que visam evitar a cobrança duplicada de tributos sobre a mesma operação, como o da legalidade e da segurança jurídica, agravando ainda mais o quadro de insegurança jurídica já percebido pelos investidores.

Além disso, a estratégia dificilmente alcançaria os objetivos pretendidos pelo governo, dado que o mercado rapidamente encontraria alternativas legais para contornar os controles de capitais, como, por exemplo, o uso de estruturas de investimento no exterior via veículos interpostos em países com tratados tributários favoráveis, ou ainda operações com derivativos cambiais realizadas no mercado internacional, tornando a medida inócua em termos de estabilização cambial. No fim, a principal consequência seria um aumento generalizado do prêmio de risco país, tornando mais caro financiar investimentos produtivos.

Mesmo que o governo tenha recuado rapidamente, o sinal dado ao mercado é trágico. A mensagem transmitida é de falta de compromisso com um ambiente regulatório estável e com o princípio de liberdade de movimentação financeira, pilares essenciais para atrair investimentos produtivos de longo prazo, ainda mais em um país que sofre historicamente com uma crônica insuficiência de poupança doméstica, o que o torna estruturalmente dependente de capitais externos para financiar o investimento.

O mais preocupante, contudo, é que esse episódio deixa claro, para quem quiser ver, que o atual governo está disposto a testar todos os atalhos para contornar a realidade fiscal, mas evita justamente o enfrentamento mais necessário e difícil — um ajuste fiscal baseado na contenção de gastos. Em vez de atacar a origem dos desequilíbrios, opta-se por medidas paliativas: tentativas de controlar o câmbio, taxar saídas de capitais ou intervir pontualmente no mercado. O problema é que a postergação de um ajuste apenas acumula distorções. Em breve, os gastos se tornarão insustentáveis e a rolagem da dívida pública enfrentará obstáculos crescentes. Aumentos de tributos serão inviáveis e malabarismos de política econômica serão totalmente ineficazes. E, nesse contexto, esses sinais de amadorismo e improviso desorganizam o ambiente macroeconômico, afastam investimentos produtivos e tornam ainda mais distante qualquer perspectiva realista de crescimento sustentável para a economia brasileira.

Estou contando os dias para terminar o Lula/Dilma III – já deixaram um legado de destruição para hoje e para as gerações futuras, perpetuando gastos, impostos, empregos e regras de países subdesenvolvidos.
 

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