O Governo Federal está se acabando. Com uma trajetória desastrosa, o Lula III é um Dilma II piorado. Com uma dupla de ministros na fazenda e planejamento vergonhosos e sem nenhum aparato técnico e metodológico que convença a própria família.
O episódio sobre o aumento do IOF para 3,5% sobre transferências destinadas a investimentos no exterior recoloca em pauta um dilema clássico da macroeconomia internacional: o chamado "trilema de Mundell-Fleming". Este trilema, em síntese, afirma que um país não pode ter simultaneamente uma taxa de câmbio estável, livre mobilidade de capitais e uma política monetária autônoma. É preciso escolher, no máximo, dois desses três objetivos.
No caso brasileiro atual, vivemos sob um regime de câmbio flutuante istrado, também conhecido como "flutuação suja", que é uma estratégia em que o Banco Central permite que o real oscile livremente, mas intervém no mercado de câmbio quando considera necessário para suavizar movimentos excessivos ou corrigir distorções temporárias. Um exemplo recente ocorreu em dezembro de 2024, quando o Banco Central realizou uma intervenção significativa no mercado cambial para conter a volatilidade do real. Naquele mês, a autoridade monetária injetou US$ 32,574 bilhões no mercado por meio de intervenções cambiais extraordinárias. Por sua vez, a política monetária possui algum grau de autonomia, o que significa que o Banco Central tem margem para definir a taxa básica de juros (Selic) conforme as necessidades internas de controle da inflação e estímulo à atividade econômica, sem estar diretamente condicionado às decisões de política monetária de outros países. Essa autonomia, contudo, é relativa.
De acordo com o trilema de Mundell-Fleming, a combinação de câmbio flutuante e mobilidade de capitais, como a que prevalece no Brasil, tende a reduzir a eficácia da política monetária. Na prática, embora o Banco Central defina a taxa Selic, o elevado grau de integração financeira e a volatilidade do câmbio impõem limites concretos à sua autonomia, especialmente em contextos de fuga de capitais ou choques externos. A margem de manobra é, portanto, estreita e frequentemente subordinada à reação dos mercados.