Colunistas

Cláudio Humberto

"É um governo populista, é um governo desorganizado"

Deputado Luciano Zucco (PL-RS), sobre a bateção de cabeças na economia

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Governo prevê semana de derrotas no Congresso

Na reunião desta segunda-feira (2) com os ministros Sidônio Palmeira (Secom) e com Rui Costa (Casa Civil), Lula (PT) cobrou dos seus auxiliares ações para tirar o governo das cordas. Sangrando com o escândalo do roubo aos aposentados, situação agravada com a trapalhada de Fernando Haddad (Fazenda) e o aumento de imposto sem falar com os colegas, o petista fez previsão nada otimista: antes do recesso do Congresso, dia 18, o governo vai apanhar ainda mais.

Liberou geral

Lula avalia que o Congresso vai aproveitar o recesso para avançar com pautas caras ao governo, como as mudanças das regras ambientais.

Cadê Marina?

Pela data anunciada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Rep-PB), para a votação, véspera do recesso, a derrota também é esperada.

Crise pós-recesso

Pesquisas internas do governo mostram a popularidade de Lula ainda em queda. Deve piorar com a instalação da MI do roubo do INSS.

Pega leve

O governo quer dividir com o Congresso uma solução ao IOF e mitigar outra surra nas redes sociais, que se avizinha com a queda do decreto.

Receita erra em 3 milhões declarações entregues 

A Receita Federal enfrenta uma saia justa inédita, após errar, pela primeira vez, na estimativa do número de declarações de Imposto de Renda a serem entregues até a data-limite. A previsão era que 46,2 milhões de declarações seriam entregues até sexta-feira, de 30 de maio, mas foram 43,3 milhões, 3 milhões menos. O problema agora é explicar isso. O mercado suspeita que o governo Lula (PT) inflou a previsão para manipular dados, a fim de “melhorar” números sobre rendimento.

Sempre superou

Historicamente, o número de declarações entregues sempre superou as expectativas. O volume era maior ao final do período de entrega. 

Alguma explicação?

Três milhões a menos de declarações entregues são, em tese, daqueles que deveriam ter recebido, em 2024, acima de R$33.888. O que houve?

Ainda sob análise

A Receita informou que ainda analisa o perfil desses contribuintes para saber se estavam ou não obrigados a apresentar a declaração. 

Quem avacalha?

Enquanto Lula vê risco de o STF ser “avacalhado”, caso a esquerda não controle o Senado, a direita acha que ele já fez isso, nomeando ministro seu advogado pessoal e envolvendo a Corte em seu projeto eleitoral.

Janja viajou 359 vezes

O deputado Luciano Zucco (PL-RS) manifestou indignação, ontem, ao informar que a primeira-dama Janja fez 359 viagens e ficou 153 dias no exterior por conta de quem paga impostos, apesar de “não ocupar cargo e não dever explicações”, como o Planalto repete à exaustão.

Promessas ao vento

O ministro da Fazenda tentou jogar para a plateia ao defender o fim dos supersalários na reforma istrativa. O projeto que dá fim a essa malandragem se arrasta no Congresso há quase dez anos 

Lula flanando

Como ninguém é de ferro e Lula ainda não foi a Paris (França) este ano, o petista embarca esta noite por um tour no país europeu. O tour de Lula é grande, bate perna por lá até a próxima segunda-feira (9).

Penta só por milagre

A apresentação da Seleção deve ter dado a Carlo Ancelotti a impressão de que não assistia a chegada de atletas e sim a um desfile de cortes de cabelo bizarros. Eles am mais tempo no espelho do que treinando.

Jogo jogado

O Supremo retoma amanhã (4) o julgamento do Marco Civil da Internet, que o ministro e legislador Gilmar Mendes (STF), disse em Paris (França), claro, ser um “esboço da regulação da mídia social”.

Na moleza

Está com tudo para não ir muito além de embromação o primeiro dia do Fórum Parlamentar do Brics, que já começa tarde, 10h30. O roteiro prevê solenidades, almoço, coffee-break, coquetel 17h, jantar 19h30...

Nosso bolso

Prepare o bolso para encarar mais uma indecência na conta de luz. A Aneel, que parece trabalhar contra o pagador de impostos, liberou a bandeira vermelha1 para junho. A conta sobe R$4,46 a cada 100 kWh.

Pensando bem...

...reforma estrutural mesmo só em outubro de 2026.

PODER SEM PUDOR

Política cruzada

Ex-ministro do Tribunal de Contas da União, o mineiro Olavo Drummond era um político “do bem”. Certa vez, como prefeito de Araxá, ele dizia a vereadores que a política ensinava maneiras de ser gentil, mesmo fazendo declarações graves. O vereador João Bosco Borges não conseguia entender essa arte de usar, na política, palavras diferentes, mais suaves. Olavo deu a dica: “Faça palavras cruzadas. Só vence em política quem usa os sinônimos.”
 

ARTIGOS

A estratégia política por trás do recuo do ministro da Fazenda

04/06/2025 07h45

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Na tarde do dia 22, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou um pacote de mudanças no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) que deixará o crédito mais caro para pessoas jurídicas a partir do dia 1º de julho. As medidas afetariam operações internacionais. Obviamente, o mercado reagiu, e em poucas horas o ministro cedeu à pressão, tendo de vir a público anunciar um recuo. Foi assim que Haddad, desmoralizado, protagonizou um dos episódios mais vexatórios da política econômica do atual governo.

Quando era governador de São Paulo, o atual vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, gostava de dizer que “não tem compromisso com o erro” e que “não se faz política olhando para o retrovisor”. Mas há erros e erros. Algumas falhas respigam sobre a credibilidade de quem as comete. O problema é quando elas afetam a imagem de terceiros.

Segundo noticiou a imprensa, Haddad foi pressionado pelo setor financeiro sob a alegação de que a medida tinha “problemas técnicos” e que poderia ser interpretada como “controle de capitais”. 

Embora tenha recebido uma avalanche de críticas a respeito da falta de diálogo e entendimento sobre o comportamento do mercado, a verdade é que não foi esse o fator decisivo para a decisão de recuar no anúncio. O peso veio do Planalto.

Às vésperas de um ano eleitoral e com índices ruins de aprovação do governo, estava claro que o impacto negativo do pacote de Haddad poderia causar enorme desgaste político para o presidente Lula. Era preciso estancar o sangue rapidamente, e foi assim que o ministro precisou fazer o segundo anúncio ainda à noite. Não, ele não recebeu o benefício de esperar nem sequer até o dia seguinte.

O pacote com o aumento do IOF foi anunciado com o objetivo de ajudar o governo a fechar as contas do ano. Os pontos de recuo envolvem investimentos de pessoas físicas no exterior, que teriam a alíquota ampliada de 1,1% para 3,5%, e as transferências para aplicações de fundos nacionais no exterior, as quais não eram taxadas pelo IOF e que ariam a ter alíquota de 3,5%. Dessa forma, o que era para ser apoio virou crise.

E ainda há mais um aspecto importante a ser observado em todo esse imbróglio. Conforme informado pelo governo, as novas medidas valem apenas para empresas, mas na prática o reflexo sempre tem um efeito dominó. O empresariado não vai absorver o prejuízo, e no fim quem vai pagar essa conta é a classe trabalhadora. E Lula sabe disso.

Fica claro, portanto, que não se trata meramente de gestão da economia. Esse episódio nos ensina muito sobre estratégia política e eleitoral.

ARTIGOS

Judicialização da saúde exige resposta sistêmica e pacto federativo equilibrado

04/06/2025 07h30

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A judicialização da saúde tem se consolidado como um dos maiores desafios estruturais do Sistema Único de Saúde (SUS). Dados recentes do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), revelados na pesquisa “Assistência Farmacêutica no SUS”, mostram que 32,9% dos gastos com medicamentos em estados brasileiros, em 2023, decorreram de decisões judiciais. Esse número, por si só, expõe uma distorção grave: recursos que poderiam ser destinados a ações coletivas e estruturantes estão sendo redirecionados, muitas vezes, a demandas individuais – nem sempre urgentes nem embasadas tecnicamente.

Não se trata de negar o direito à saúde, mas de discutir os caminhos adotados para garanti-lo. A judicialização, embora legítima, transforma o o ao tratamento em uma disputa de poder aquisitivo e conhecimento jurídico. O fenômeno é mais intenso em regiões com maior densidade de advogados e informação, como no Centro-Oeste, no Sudeste e no Sul do País. O resultado? Um desequilíbrio preocupante na aplicação de recursos públicos, afetando a equidade do sistema.

Entre 2020 e 2023, o número de novos processos judiciais na área da saúde mais que dobrou, ando de 76 mil para mais de 162 mil. Muitos desses pedidos envolvem medicamentos de alto custo ou ainda não incorporados ao SUS, o que desorganiza a gestão farmacêutica, prejudica o planejamento orçamentário e sobrecarrega os cofres públicos – especialmente os municipais, que são a primeira porta do SUS e também os primeiros acionados judicialmente.

Só no ano ado, o Ministério da Saúde já havia empenhado R$ 3,2 bilhões para cumprir decisões judiciais envolvendo medicamentos. Sem a devida avaliação de tecnologias em saúde (HTA), tais aquisições arriscam favorecer tratamentos ineficazes, além de esvaziar verbas que deveriam ser aplicadas em atenção primária, vacinação, estrutura hospitalar e prevenção.

A situação é especialmente crítica para os municípios, que tiveram um aumento de 40% nos gastos com medicamentos entre 2019 e 2023, enquanto os rees federais caíram 21%. A conta não fecha, e quem paga é o cidadão que depende de uma estrutura pública enfraquecida.

O presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Hisham Hamida, sintetiza bem o dilema: “Estamos sendo obrigados a custear medicamentos de altíssimo custo por decisões judiciais, muitas vezes sem o devido critério técnico e sem previsão orçamentária”. Em outras palavras, gestores públicos veem seu planejamento ser anulado por decisões isoladas, que não consideram o conjunto de necessidades da população.

Diante desse cenário, é urgente repensar a política de assistência farmacêutica e o papel do Judiciário na formulação indireta de políticas públicas. Precisamos fortalecer as instâncias istrativas de o a medicamentos, como as câmaras técnicas e os comitês de avaliação rápida, além de ampliar o uso e a legitimidade dos Núcleos de Apoio Técnico do Judiciário (NAT-Jus). A formação dos juízes para temas de saúde pública também deve ser contínua e aprofundada.

Mais que isso, é imprescindível rever o pacto federativo no financiamento do SUS. Não é possível que municípios continuem arcando sozinhos com o peso das decisões judiciais, enquanto a União e os estados se retraem. A judicialização da saúde não pode ser a política pública por omissão. É preciso construir uma resposta coordenada, técnica e solidária, uma que respeite o direito individual, mas não o sobreponha ao bem coletivo.

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