Colunistas

EDITORIAL

Prudência é aliada das incertezas

Com planejamento e racionalidade, temos todas as condições para manter o desenvolvimento do Estado e do País em uma trajetória sustentável

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Ao longo desta semana, publicamos ao menos três reportagens que oferecem um panorama cauteloso – mas necessário – sobre o cenário econômico que se desenha para o segundo semestre deste ano e para 2026. As análises não apontam para uma crise iminente, tampouco sugerem um ciclo de crescimento robusto. A leitura mais honesta é que estamos diante de um período que exigirá equilíbrio, planejamento e, acima de tudo, prudência.

O principal fator de preocupação gira em torno de um possível desaquecimento do consumo, tendência que, se confirmada, terá impacto direto na arrecadação pública e no desempenho da economia, tanto em nível nacional quanto regional. Mato Grosso do Sul, que nos últimos anos apresentou avanços importantes, não está imune a essas pressões. O enfraquecimento da atividade comercial e do poder de compra das famílias tende a repercutir em toda a cadeia produtiva, exigindo respostas firmes e realistas.

Como destacamos nas reportagens desta semana, o Estado já ultraou o limite prudencial de gastos com pessoal – um alerta que não pode ser ignorado. A consequência imediata pode ser um contingenciamento orçamentário neste ano. Além disso, como mostramos na edição de hoje, a retração no consumo prevista para o segundo semestre pode prejudicar o crescimento econômico, limitando a capacidade de investimento e geração de emprego.

Em primeiro lugar, torcemos para que essas perspectivas não se confirmem. Nenhum de nós deseja que o Estado ou o País enfrente uma desaceleração que afete o bem-estar da população. Mas tão importante quanto torcer é estar preparado. E nesse sentido, a sociedade civil, os gestores públicos e o setor produtivo precisam agir de forma coordenada e responsável para mitigar eventuais efeitos negativos.

Se for necessário rever gastos e priorizar a eficiência na gestão pública, que isso seja feito com clareza, diálogo e foco em resultados. É fundamental que a resposta a um possível cenário adverso não seja simplesmente o aumento de impostos, especialmente em um momento de desaquecimento da economia, quando a população e as empresas já enfrentam dificuldades para manter seu equilíbrio financeiro.

A cautela, nesse momento, pode ser a principal aliada da estabilidade. Se todos os atores – governo, iniciativa privada e cidadãos – atuarem com responsabilidade e comprometimento, é possível atravessar o período de incerteza sem maiores sobressaltos. A prevenção sempre será menos custosa que a correção posterior de erros por negligência ou excesso de otimismo.

Dificuldades podem surgir sim, mas elas não precisam ser sinônimo de colapso. Com planejamento e racionalidade, temos todas as condições para manter o desenvolvimento do Estado e do País em uma trajetória sustentável – ainda que mais moderada. Afinal, o Brasil já enfrentou desafios maiores e os superou. O segredo está em reconhecer os sinais do presente e agir com lucidez antes que eles se tornem problemas irreversíveis.

CLÁUDIO HUMBERTO

"Facção tem que ser criminalizada, não exaltada!"

Senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), após o Psol tentar blindar funkeiros ligados ao crime

07/06/2025 07h00

Cláudio Humberto

Cláudio Humberto

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Denúncia na PGR vê conluio na interferência de Lula

Virou alvo de denúncia à Procuradoria-Geral da República (PGR) a confissão do presidente Lula (PT) de que recomendou “muita cautela” à Polícia Federal e à Controladoria Geral da União (CGU) na investigação das entidades picaretas beneficiados pelo roubo aos aposentados do INSS. Segundo o autor da denúncia, deputado Evair de Melo (PP-ES), não é papel do chefe de Estado moldar o ritmo da Justiça: “[Lula] não pratica a virtude da prudência, mas o vício do conluio”, diz.

Interferência clara

“Não é cautela, é interferência. Não é estadismo, é subversão silenciosa do Estado de Direito”, afirma a denúncia contra o presidente.

Irmão é agravante

Para Evair, a conduta representa tentativa de obstrução institucional, agravada pela ligação do irmão de Lula Frei Chico a um dos sindicatos.

Objetivo foi blindar

O objetivo seria “preservar interesses de base aliada, sindicatos e entidades que orbitam politicamente o governo”, diz a denúncia.

PGR irá ‘analisar’

A PGR deve “analisar” as acusações contra Lula, como a de desvio de finalidade, por se utilizar do cargo para influenciar as investigações.

Renúncia fiscal beneficiou hotel de Lula em Paris

Longe de ar aperto, até pelas salgadas diárias que partem dos R$2,9 mil para sustentar o alto luxo, o grupo hoteleiro Intercontinental foi favorecido em mais de R$7,8 milhões em renúncias fiscais pelo governo brasileiro. A benevolência não comoveu e nem fez a menor diferença na hora de o Intercontinental Paris cobrar a milionária fatura de Lula, Janja e enorme comitiva que recebeu na capital sa. A estada brasileira custou mais de R$1,2 milhão aos brasileiros pagadores de impostos.

Origem da benesse

Quase toda renúncia ocorreu via Perse, programa emergencial criado para socorrer o setor de eventos na pandemia do coronavírus.

Coisa de milhões

Em 2022, o Intercontinental conseguiu alívio de R$ 3,3 milhões com a alíquota do Imposto de Renda e do imposto sobre lucro líquido zerada.

Alô, Taxxad

Em 2023, o fisco foi ainda mais gentil com o grupo hoteleiro de luxo. A renúncia fiscal superou os R$4,5 milhões. Outra vez, usando o Perse.

Mandato medíocre

O PT anda tão em baixa em São Paulo que virou “projeto” convencer o deputado Guilherme Boulos (Psol) a desistir de qualquer candidatura em 2026, até pela atuação apagada na Câmara, para favorecer candidatos do PT. O pagamento seria um ministério. Qualquer um serve.

Problema baiano

Caciques baianos dão como certo que o senador Jaques Wagner (PT-BA) tentará renovar o mandato. O problema é que tem outros de olho na vaga: Rui Costa (PT) e o ainda aliado Ângelo Coronel (PSD-BA) .

Fácil imaginar

Osmar Terra (MDB-RS) lembra que a declaração do presidente do STF, Luis Roberto Barroso, de que a Corte é “órgão político” pode influenciar instâncias inferiores: “Imagine um juiz do interior dizer ‘não vou ser mais técnico, vou ser político’. Que segurança isso dá à população?”.

Silêncio na lacrolândia

Após mais uma piada de Lula contra uma mulher, o alvo da vez foi a ministra Marina Silva (Meio Ambiente), o vereador Rubinho Nunes (União-SP) estranhou, “Cadê as feministas do sovaco cabeludo?”.

Barraqueiro na fila

Deputados que apoiam Carla Zambelli (PL-SP) lembram que há mais gente na fila da cassação de mandato, até em posição menos favorável, como o barraqueiro Glauber Braga (Psol-RJ).

É o Senado

Lula garantiu Carlos Fávaro como ministro da Agricultura até 2026, quando ele deve sair do cargo para se candidatar. O petista não disse, mas Fávaro deve tentar se reeleger senador por Mato Grosso.

Mara deputada

A ex-tucana Mara Gabrilli (PSD-SP) decidiu que não tentará renovar seu mandato no Senado, em 2026. Não quer ser nem mesmo ser deputada federal: disputará mandato na Assembleia Legislativa (Alesp).

BYD bomba

Parece que os elétricos vieram para ficar: a chinesa BYD deixou a japonesa Toyota para trás: foi a quarta montadora que mais vendeu veículos leves no Brasil. As contas são da Fenabrave.

Pensando bem...

...“muita cautela” com piada não tem.

PODER SEM PUDOR

O Papa e o amigo senador

Paraibano de Pombal, Rui Carneiro era candidato a senador pelo PSD, em 1955, enfrentando a UDN. Reza a lenda da política local que após uma viagem à Europa, ele iniciou sua campanha vitoriosa contando uma história de impacto, num comício: “Paraibanos, estive em Roma com o Papa. Ele me disse: Rui, se destruírem meu trono aqui no Vaticano, sei que tenho um amigo lá na Paraíba. Vá, dê lembranças à comadre Alice e diga ao povo que estou com você.”

CLÁUDIO HUMBERTO

"Eu não tenho nada a ver com Carla Zambelli"

Jair Bolsonaro, após ser questionado pela PF sobre o exilio da deputada federal

06/06/2025 07h00

Cláudio Humberto

Cláudio Humberto

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Oposição pode processar Lula por ‘interferir’ na PF

Confissão de Lula (PT) antes de viajar à França chamou a atenção de parlamentares de oposição, que agora avaliam denunciar o petista por crime de responsabilidade. Isso abre o caminho para novo pedido de impeachment. Na entrevista, afirmou haver ordenado “muita cautela” à Policia Federal e à Controladoria Geral da União (CGU) na investigação de sindicatos e associações que se beneficiaram do roubo bilionário a aposentados do INSS, que pode ter vitimado 9 milhões de pessoas.

 

Nenhuma prisão

A oposição desconfia que a interferência de Lula, que cobriu entidades de elogios, explica o fato de não terem sido feitas prisões de suspeitos.

 

Cautela’ com Frei Chico?

Entre os beneficiados pelo roubo está o “Sindicato dos Aposentados e Idosos da Força”, cujo vice-presidente é Frei Chico, irmão de Lula.

 

A que mais faturou

Entidade de Trabalhadores na Agricultura (Contag), que faturou R$3,6 bilhões, é feudo do irmão do deputado Carlos Veras (PE) do PT de Lula.

 

Saindo de fininho

Outro sindicato, de sigla Sindinapi, controlado por Milton Cavalo, do PDT do ex e do atual ministro da Previdência, embolsou R$259 milhões.

 

Já na Itália, Zambelli pode estar a salvo de prisão

Com a chegada da deputada Carla Zambelli (SP) à Itália, a avaliação na Câmara é que agora ela estaria a salvo. A Itália não extradita seus nacionais, como a maioria dos países, e alegações de perseguição do STF e do governo brasileiro calam fundo no governo de direita chefiado por Giorgia Meloni. A situação de relativa ‘segurança’ da deputada tende a liberar deputados do PL de reação incisiva em sua defesa. Muitos culpam sua pistola em punho pela derrota de Jair Bolsonaro em 2022.

 

Como Chiquinho

A tendência é que Zambelli receba tratamento idêntico ao de Chiquinho Brazão, que levou mais de um ano entre prisão e perda do mandato.

 

Cronômetro

Regimento Interno da Câmara prevê até 120 dias por sessão legislativa de licença por motivos pessoais. O que daria um respiro a Zambelli.

 

Calculadora

A Câmara tem entre 90 e 100 sessões ordinárias por ano. O que “libera”, em média, 33 faltas sem justificativas até a cassação.

 

Lula e Janja no céu

As imagens do salão luxuoso, todo dourado, onde se deu o banquete ocorrido ontem no Palácio Eliseu, sede da presidência sa, foi o cenário mais adequado para Lula e Janja. Sentiram-se no Céu.

 

Imprensa barrada

Pela primeira vez, jornalistas que cobrem as visitas de Estado não foram convidados para o tradicional jantar em torno de uma visita oficial. Em seu discurso, Lula preferiu falar mal da imprensa. Por duas vezes.

 

Climão

Habituado a plantar lorotas como bem entende, Lula tomou um revés do amigão Emmanuel Macron ao igualar Rússia e Ucrânia. O presidente francês logo lembrou quem começou a guerra e recusou o cessar-fogo.

 

Vale tudo

Com pouco apoio do Congresso, Lula acabou chamando até Chico Rodrigues (PP-RR) para bater perna na França. O senador não era lembrado por poderosos desde que a PF o flagrou com grana na cueca.

 

Pedra cantada

Com zero surpresa, como a coluna adiantou ontem, PSDB e Podemos seguiram com a incorporação, aprovada em convenção. Definiram que haverá rodízio no comando, alternando a cada seis meses.

 

Balela de sempre

Com os ministros instruídos a não comentar pesquisas negativas sobre o governo, o vice Geraldo Alckmin falou sobre reprovação de Lula, com todos os panos quentes. “Criativo”, disse que é “fotografia do momento”.

 

Crianças salvas

O governo de Javier Milei na Argentina retirou 1,7 milhão de crianças da pobreza. Para desespero dos seus adversários, que levaram aquele país à bancarrota, a constatação tem aval de entidades como a Unicef.

 

Liturgia

A suspensão do salário de Carla Zambelli (PL-SP), ordem de Alexandre de Moraes (STF), não será cumprida automaticamente. O presidente da Câmara, Hugo Motta, vai levar a questão aos líderes da Casa.

 

Pensando bem...

...o órgão público que fará censura do conteúdo nas redes sociais será “técnico”.

 

PODER SEM PUDOR

Cláudio Humberto

Babá Sansão

O PT critica a possível sanção dos EUA a ministros do STF aliados de Lula, mas o partido é especialista nisso. Certa vez, a bancada do PT na Câmara discutia, em clima de STF, as sanções a serem aplicadas a petistas “rebeldes”. Lá pelas tantas, o líder do governo, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), ajeitou a própria juba e sugeriu: “Pra mim, é simples. A gente pede para uns cinco camaradas bem fortes segurarem o Babá (um dos deputados que acabaram fundando o Psol) e a a tesoura naquele cabelão. Ninguém mais vai reconhecê-lo na televisão e, assim, ele fica mais calminho”. Os deputados Babá (PA) e Heloísa Helena (AL) estavam entre os rebeldes, que, caçados pelo PT, viram-se obrigados a sair da legenda e fundar o Psol, para escapar do paredão petista.

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