Uma reviravolta na disputa pelas duas vagas de Mato Grosso do Sul no Senado nas eleições gerais do próximo ano pode embaralhar ainda mais a corrida pelo segundo cargo mais importante depois do de governador do Estado no pleito que se avizinha.
O Correio do Estado apurou que o ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro (PL) teria batido o pé para que o partido lance uma chapa pura ao Senado, tendo como primeiro nome o ex-governador Reinaldo Azambuja, que atualmente está no PSDB, mas deve ingressar no PL, e, como segundo nome, a vice-prefeita de Dourados, Gianni Nogueira (PL).
A exigência feita por Bolsonaro teria ocorrido durante a reunião realizada no dia 21 de maio, em Brasília (DF), entre ele, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, o governador Eduardo Riedel (PSDB), Azambuja e o senador Rogério Marinho (PL-RN).
Durante o encontro político, Riedel e Azambuja ainda tentaram fazer o ex-presidente mudar de ideia, para que o PL possa fazer uma aliança oferecendo a segunda vaga ao Senado para os partidos aliados, como PP, União Brasil, MDB e Republicanos.
Nesse caso, as duas lideranças tucanas propam que Gianni Nogueira seja a vice-governadora na chapa de reeleição de Riedel, com a promessa de que, seis meses antes das eleições de 2030, o atual governador renunciaria ao cargo para concorrer ao Senado, ando o comando para Gianni.
Porém, nem a possibilidade tentadora foi capaz de seduzir Bolsonaro, que prefere uma senadora com oito anos de mandato nas mãos do que uma governadora por apenas seis meses, pois a parlamentar ajudaria na aprovação de leis de interesse do ex-presidente da República.
Portanto, caso Azambuja realmente troque o PSDB pelo PL, algo dado como certo no meio político de Mato Grosso do Sul, já terá um abacaxi para descascar, afinal, ele é categoricamente contra uma chapa pura para disputar as duas vagas ao Senado. “Seria falta de visão política fazer uma coisa dessa”, frisou, no dia 6 de maio, em visita à Câmara dos Deputados.
“Precisamos fortalecer a chapa nas proporcionais, ou seja, para o Senado, a Câmara dos Deputados e a Assembleia Legislativa. Então, uma das vagas para senador será de um partido aliado e, para isso, vamos utilizar pesquisas qualitativas e quantitativas”, falou.
“Na política, se você tem um candidato de um partido, tem de abrir a possibilidade de uma outra candidatura para trazer o candidato de outra legenda. Eu acho muito difícil ter duas candidaturas do mesmo partido”, reforçou.
NEÓFITA
Neófita na política, ou seja, recém-iniciada na carreira já sendo eleita vice-prefeita de Dourados nas eleições municipais do ano ado, a advogada Gianni Nogueira tem 42 anos, é natural de Dourados e casada com o deputado federal Rodolfo Nogueira (PL), com quem tem três filhos.
Além de 18 anos atuando na advocacia, ela é pós-graduada em Processo Civil e tem MBA em Gestão Pública. Preside o PL Mulher de Dourados e atua na formação das mulheres de direita em todo Mato Grosso do Sul, sendo a escolhida por Bolsonaro para ser a pré-candidata ao Senado pelo partido no Estado.
“É uma honra e uma grande responsabilidade estar no radar do maior puxador de votos da história da política brasileira. Ser reconhecida pelo presidente Bolsonaro é mais do que um prestígio, é uma confirmação de que estamos no caminho certo”, disse ao Correio do Estado.
Para ela, Bolsonaro hoje não é apenas um nome, “representando toda a família brasileira, os valores cristãos, a liberdade, os conservadores e todos aqueles que não aceitam ver o Brasil dominado por um sistema corrompido”. “E é exatamente nisso que eu também acredito”, pontuou.
A vice-prefeita de Dourados reforçou que a indicação dela foi fruto de uma análise do seu comportamento ao longo do tempo. “Ele conhece minha história, conhece minha família desde 2014 e sabe que pode contar comigo. Como ele, nunca me curvei ao sistema. Me mantenho firme nos princípios em que acredito, com fé, coragem e coerência”, assegurou.
Gianni Nogueira ainda completou que defende um Senado forte, independente e que enfrente de verdade os abusos de poder. “O Brasil não precisa de políticos submissos, precisa de representantes que tenham coragem de lutar pelo povo, e não de se ajoelhar para o sistema”, argumentou.