Apesar da queda de aprovação do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em Mato Grosso do Sul, uma ministra e uma ex-ministra do petista devem concorrer a vagas no Senado e na Câmara dos Deputados nas eleições gerais do próximo ano.
O Correio do Estado apurou que a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), disputará uma cadeira de senadora, enquanto a ex-ministra das Mulheres Cida Gonçalves (PT) brigará para ser mais uma deputada federal por Mato Grosso do Sul.
No caso de Simone Tebet, a ministra já declarou várias vezes para a imprensa que ainda é cedo para definir seu futuro político, porém, seus interlocutores garantem que ela sairá candidata ao Senado, cargo que ocupou de 2015 a 2022.
Entretanto, para enfrentar as urnas em 2026, Tebet terá de deixar o comando do Ministério do Planejamento e Orçamento até abril do próximo ano, porém, isso não parece ser um problema para ela, pois, desde o início deste ano, tem cumprido agendas oficiais no Estado.
Ao Correio do Estado, a ministra disse que as agendas no Estado não são para reforçar o próprio nome junto à população, mas parte de uma nova estratégia do presidente Lula para aumentar a aprovação dele, já de olho na reeleição em 2026.
Em entrevista à reportagem, Simone garantiu que Lula determinou que ela, quando estiver em visita ao Estado, ouça as demandas dos prefeitos eleitos no ano ado e também vistorie as obras do Novo Programa de Aceleração de Crescimento (Novo PAC) que estiverem em andamento nos municípios.
“O governo Lula tem consciência de que está pecando pela falta de comunicação, e isso acabou contribuindo para que ficasse suplantado por narrativas negativas. Então, uma determinada notícia ruim que era divulgada pela oposição terminava por suplantar os números extraordinários da economia, por exemplo”, disse a ministra.
Na época, a ministra do Planejamento e Orçamento completou que o presidente Lula sabe que precisa melhorar alguns indicadores econômicos, mas “não dá para menosprezar os números já alcançados pela atual istração federal”.
EX-MINISTRA
Já o caso da ex-ministra Cida Gonçalves é mais complicado, pois foi exonerada do cargo no início de maio deste ano, em meio ao acúmulo de desgastes políticos e críticas internas à sua atuação no governo, que apontavam pouca visibilidade do Ministério.
A demissão já era dada como certa há alguns meses, em função de falas incômodas sobre a relação com a primeira-dama, Janja da Silva, de quem a ministra é próxima, e ministros.
Ainda em fevereiro, a Cida revelou à Comissão de Ética da Presidência da República que costumava interromper a agenda para atender Janja.
Ainda nesse depoimento, a ex-ministra chegou a dizer que ignorava os chamados de dois ministros: Alexandre Padilha (à época, de Relações Institucionais) e Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência).
Na ocasião, ela respondia a um processo, posteriormente arquivado no órgão, por suspeita de ter cometido assédio moral.
A ministra teria sugerido apoio financeiro a uma servidora para que ela se candidatasse nas eleições em 2026, em troca de silêncio em uma denúncia sobre racismo.
Apesar disso, Cida Gonçalves é uma aposta do PT para ampliar o número de cadeiras na Câmara dos Deputados, já que o partido tem a deputada federal Camila Jara, que tentará a reeleição, e o deputado federal Vander Loubet, que pode ser candidato ao Senado, portanto, a ex-ministra pode ser a substituta na Casa de Leis.
Procurada pelo Correio do Estado, a ex-ministra negou que tenha a intenção de sair candidata a qualquer cargo eletivo em 2026.
“Não sou candidata a nada no próximo ano. Voltei para a área de consultoria em políticas públicas de gênero e violência contra a mulher”, disse.