Política

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André Mendonça vota para livrar big techs de responder por conteúdos de usuários

Apesar de considerar o dispositivo constitucional, o ministro propôs uma série de deveres que as empresas deverão seguir

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O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou para manter o artigo 19 do Marco Civil da Internet, que isenta as plataformas digitais de responder por conteúdos publicados pelos usuários. O voto é alinhado aos interesses das big techs (leia explicação mais adiante).

Apesar de considerar o dispositivo constitucional, o ministro propôs uma série de deveres que as empresas deverão seguir para garantir a "integridade no ambiente digital". "Não é possível responsabilizar plataformas sem prévia determinação judicial quando se está diante de manifestação de opinião ou de pensamento", afirmou.

Para o ministro, as plataformas só poderão responder a ações judiciais se descumprirem deveres procedimentais previstos em lei. Ao invés de remover as postagens que considerarem ilícitas, as empresas devem identificar o autor do conteúdo. Assim, só o autor deverá ser responsabilizado em ação judicial.

"Não se pretende defender a irresponsabilidade das plataformas. O que se busca é, em defesa da liberdade de expressão, condicionar essa responsabilização por discurso de terceiro apenas aos casos em que verificado o descumprimento de um dever procedimental, apto a demonstrar que não atuou com a devida diligência", ressaltou.

Mendonça também proibiu, em sua tese, a remoção ou suspensão de perfis de usuários, exceto quando comprovadamente falsos ou quando tenham sido criados com um objetivo ilícito (tráfico de drogas, por exemplo). Para ele, a remoção de perfis fora dessas hipóteses "caracteriza censura prévia".

O ministro ressaltou que cabe ao Congresso regular as redes sociais porque há um "desacordo moral razoável" sobre o tema. "Ninguém melhor do que os diretamente investidos da legitimidade democrática para estabelecer as regras de utilização da 'ágora' do nosso tempo, dispondo sobre os limites de uso do único instrumento verdadeiramente essencial a qualquer regime democrático: a garantia, em favor de todos, de se expressar livremente, pouco importando se o fazem online ou offline."

Entenda o voto

O voto do ministro André Mendonça é alinhado aos interesses das big techs. Apesar de considerar o dispositivo constitucional, o ministro propôs uma série de deveres que as empresas deverão seguir para garantir a "integridade no ambiente digital". Leia as determinações do ministro em oito itens:

1. Serviços de mensageria privada, como WhatsApp, não podem ser equiparados à mídia social. Portanto, as plataformas não têm dever de monitoramento ou autorregulação em relação a esses aplicativos.

2. É inconstitucional a remoção ou a suspensão de perfis de usuários, exceto quando comprovadamente falsos.

3. Todas as plataformas, inclusive mecanismos de busca e marketplaces, devem identificar o usuário violador de direito de terceiro. Assim, o próprio responsável pela conduta ofensiva é quem deve ser efetivamente responsabilizado via ação judicial.

4. Quando o conteúdo for removido sem ordem judicial (por expressa determinação legal ou conforme previsto nos Termos e Condições de Uso das plataformas), é preciso assegurar a observância de protocolos, como conceder o às motivações da decisão que determinou a exclusão, que essa exclusão seja feita preferencialmente por humano e que seja possível recorrer da decisão.

5. Com exceção dos casos expressamente autorizados em lei, as plataformas digitais não podem ser responsabilizadas pela ausência de remoção de conteúdo veiculado por terceiro, ainda que posteriormente qualificado como ofensivo pelo Poder Judiciário.

6. As plataformas só podem ser responsabilizadas se forem omissas ou descumprirem deveres procedimentais previstos em lei, como a obrigação de aplicação isonômica das regras de conduta estabelecidas pelos seus Termos e Condições de Uso e adoção de mecanismos de segurança digital para evitar que as plataformas sejam utilizadas para a prática de condutas ilícitas.

7. A decisão judicial que determinar a remoção de conteúdo deve apresentar fundamentação específica e, mesmo se for sigilosa, deve ser ível à plataforma responsável pelo seu cumprimento

8. O ministro faz um apelo ao Legislativo e Executivo para que, ao regular as redes, adotem o modelo da autorregulação regulada, com foco na imposição de obrigações "claras e específicas a serem exigidas das plataformas digitais, sob pena de sua responsabilização direta, em caso de descumprimento".

Mendonça foi o quarto ministro a votar. Até agora, todos apresentaram posições distintas entre si. Entre os ministros que já votaram, dois (Dias Toffoli e Luiz Fux) defenderam que o artigo 19 é inconstitucional e que as plataformas devem remover conteúdos ilícitos logo após a notificação do usuário. O presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, defendeu que o artigo 19 deve prevalecer em alguns casos, como postagens que se enquadram em crimes contra honra (calúnia, injúria e difamação) para preservar a liberdade de expressão.

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POLÍTICA

Câmara Municipal de Campo Grande destaca atuação da nova legislatura

Sob a presidência do vereador Epaminondas Neto, o Papy, a Câmara vive um momento de integração

06/06/2025 14h00

Câmara Municipal de Campo Grande destaca atuação da nova legislatura

Câmara Municipal de Campo Grande destaca atuação da nova legislatura FOTO: Divulgação

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Nesta sexta-feira (06), a Câmara Municipal de Campo Grande, divulgou um balanço dos primeiros seis meses da nova legislatura, destacando pluralidade política, experiência e renovação para enfrentar os desafios da cidade com responsabilidade.

A nova legislatura é composta por vereadores de diferentes vertentes ideológicas, e ainda sim, a Casa de Leis tem mantido o foco no bem comum, valorizando o diálogo e o respeito às diferenças. A convivência democrática, mesmo em meio a debates acalorados, fortalece a atuação parlamentar e garante decisões mais representativas.

Eleito como presidente da Câmara no início do ano, o vereador Epaminondas Neto, o Papy, afirmou que a Casa de Leis vive um momento de integração, no qual parlamentares experientes e novatos atuam lado a lado, somando forças em torno de ações concretas. "Um exemplo disso é o programa Pronto Pro Trabalho, que oferta 10 mil vagas de capacitação profissional gratuitas em parceria com o Senai-Fiems. O projeto é resultado direto da união entre diferentes mandatos e comprova que, quando há sintonia institucional, o discurso se transforma em prática", afirmou.

Durante toda esta semana, dezenas de pessoas de diferentes bairros participaram de cursos de panificação e confeitaria em carreta instalada no estacionamento da Casa de Leis. A ideia, agora, é levar esse e outras opções de cursos para todas as regiões da cidade.

“Essa parceria busca contribuir para reduzir o apagão de mão de obra. Muitas pessoas têm vontade de trabalhar, mas não estão aptas por falta de qualificação e acabam perdendo a vaga de emprego. Aí acabam no subemprego ou buscando a assistência social”, afirmou o presidente Papy, salientando a importância do Projeto Pronto Pro Trabalho. Cada vereador poderá indicar locais onde as pessoas vão participar dessas qualificações nos bairros. “É uma ferramenta para os 29 vereadores poderem contribuir com emprego e renda”, disse.

CÂMARA UNIDA

A pluralidade da Câmara, longe de ser um entrave, tem sido uma alavanca para avanços. “Tem gente de todo lado político dentro da Câmara. E isso é bom. Quando há respeito, há avanço”, resume o presidente Papy. Essa convivência entre diferentes ideias garante que mais vozes sejam ouvidas e que as decisões reflitam de forma fiel a diversidade da população campo-grandense. “Temos vereadores de direita, esquerda e de centro. Somos formados pela ideologia, mas nossa principal função na Câmara é o atendimento às pessoas e todos convergidos neste mesmo lugar e objetivo”, afirmou o presidente Papy, durante entrevista ao Povo na TV nesta sexta-feira, dia 6.

Outro ponto que marca a atual legislatura é o compromisso com a transparência. A instalação da I do Transporte Público, com todos os atos transmitidos e registrados, reforça que a Câmara entende que transparência é dever, não favor. O objetivo é ouvir a população, investigar com seriedade e propor soluções que melhorem um serviço essencial para milhares de pessoas que dependem diariamente dos ônibus na Capital.

O presidente Papy lembrou que a composição da I também mostra como parlamentares de diferentes partidos, de ideologias opostas, podem atuar pelo objetivo de melhorar a vida da população. A I  tem como integrantes os vereadores Dr Lívio (União Brasil), Ana Portela (PL), Júnior Coringa (MDB), Luiza Ribeiro (PT) e Maicon Nogueira (PP). Ele destacou a importância dessa investigação que, em outras legislaturas, não tinha sido aberta. “A I está indo no caminho do resultado, para melhorar a vida de quem pega ônibus. A I está debruçada nisso. Temos propostas para melhorar a qualidade, com ônibus novos, para melhorar a fiscalização pela prefeitura com algumas regras em legislações e também para criar normas para o Consórcio em relação à qualidade do serviço que oferece às pessoas”, disse.

Além das pautas locais, a Câmara também tem trabalhado de forma integrada com a bancada federal, que vai destinar R$ 112 milhões em investimentos para a mobilidade urbana de Campo Grande. O recurso será aplicado na construção de dois viadutos importantes: um na Via Park com a avenida Mato Grosso, e outro na Gury Marques com a Interlagos, próximo à Coca Cola. São obras que vão desafogar o trânsito e melhorar a qualidade de vida de quem circula pela cidade.

A atuação da Câmara Municipal de Campo Grande tem mostrado que é possível superar diferenças e trabalhar com maturidade política, responsabilidade e foco no cidadão. Com união e compromisso, o Legislativo municipal tem cumprido seu papel e deixado uma marca positiva nesta nova legislatura.

“A Câmara está presente, transparente, sempre perto da população”, destacou o presidente na entrevista. Ele convida a população a acompanhar o trabalho na Câmara, no site, nas redes sociais e também nas transmissões ao vivo das sessões ordinárias e Audiências Públicas na TV Câmara, no canal 7.3 e no Youtube da Casa de Leis.

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CARAVANA PELO BRASIL

"Vamos virar o jogo", diz deputado federal do RJ em MS contra cassação

Glauber Braga (PSOL-RJ) corre o risco de perder o mandato após confusão com integrante do MBL

06/06/2025 11h00

Deputado Federal, Glauber Braga (PSOL-RJ) está em MS durante caravana pelo Brasil

Deputado Federal, Glauber Braga (PSOL-RJ) está em MS durante caravana pelo Brasil MARCELO VICTOR

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Deputado Federal do Rio de Janeiro, Glauber Braga (PSOL), está em Campo Grande (MS), nesta sexta-feira (6), em campanha contra a cassação de seu mandato, durante a caravana “Glauber Fica”.

O deputado vai ar por todos os estados brasileiros em luta pelo seu mandato.

Glauber já percorreu os estados de Minas Gerais (MG), Espírito Santo (ES), Paraná (PR), Bahia (BA), Paraíba (PB), Sergipe (SE), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP).

Nesta sexta-feira (6), está em Mato Grosso do Sul. Ainda vai percorrer Alagoas (AL), Pará (PA), Amapá (AP), Tocantins (TO), Goiás (GO), Mato Grosso (MT), Rio Grande do Sul (RS) e Santa Catarina (SC).

Glauber Braga está com o mandato ameaçado na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF). O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou, por 13 votos a 5, o pedido de cassação em 9 de abril de 2025. A previsão é que o plenário da Casa vai decidir, em 1º de julho, pela cassação ou não de seu mandato.

Ele corre o risco de perder o mandato porque se desentendeu com o integrante do Movimento Brasil Livre (MBL), Gabriel Costenaro, e, em seguida, o expulsou a empurrões e chutes do Congresso Nacional, em abril de 2024, após o direitista ofender o deputado e sua família com ataques pessoais.

A confusão e gritaria se estendeu do prédio até o estacionamento do Congresso. Vídeos mostram que Glauber teve que ser contido por um rapaz para que a briga acabasse. Costenaro não reagiu/revidou aos chutes do deputado em nenhum momento.

Os parlamentares que votaram a favor da cassação são:

  • Delegado Ramagem (PL-RJ)
  • Domingos Sávio (PL-MG)
  • Luciano Vieira (Republicanos-RJ)
  • Marcos Pollon (PL-MS)
  • Gutemberg Reis (MDB-RJ)
  • Ricardo Maia (MDB-BA)
  • João Leão (PP-BA)
  • Julio Arcoverde (PP-PI)
  • Albuquerque (Republicanos-RR)
  • Márcio Marinho (Republicanos-BA)
  • Rafael Simoes (UNIÃO-MG)
  • Junior Lourenço (PL-MA)
  • Bruno Ganem (Podemos-SP)
  • Leur Lomanto Jr. (União-BA), presidente do Conselho
  • Paulo Magalhães (PSD-BA), relator do caso

Os parlamentares que votaram contra a cassação são:

  • Jack Rocha (PT-ES)
  • Natália Bonavides (PT-RN)
  • Joseildo Ramos (PT-BA)
  • Josenildo (PDT-AP)
  • Chico Alencar (PSOL-RJ)

Glauber fez greve de fome por uma semana, que é um gravíssimo tipo de greve de protesto, usado em momentos críticos da história nacional, como na Ditadura Militar. Ele fez o protesto como uma forma de lutar pelo povo brasileiro e pelo seu mandato.

Ele afirmou que a caravana “Glauber Fica” pelo Brasil não tem motivos partidários, mas sim de defesa de seu mandato.

“Nossa caravana não tem um caráter eleitoral. É uma caravana de defesa do mandato. Como existe esse risco e essa tentativa de cassação do meu mandato como deputado federal, eu tô percorrendo os 26 estados do Brasil, mostrando os argumentos, conversando com a imprensa, mostrando o que está acontecendo, e participando de atos públicos de solidariedade”, explicou.

Ainda segundo o deputado, a insistência em cassar seu mandato é por ter denunciado o orçamento secreto e ter batido de frente com Arthur Lira (PP-AL) e não pela confusão com o integrante do MBL.

Ele está confiante que vai permanecer na Câmara dos Deputados e “virar o jogo”.

“Eu estou convicto e a minha expectativa é de que não vai se concretizar, que a gente vai virar esse jogo e que não vai ser aprovada a cassação. As pessoas têm que apoiar a minha reação, concordar com ela? Não. Não acho que ninguém precisa concordar com a minha reação. Mas as pessoas podem refletir sobre as circunstâncias a que isso se deu”, pontuou.

A previsão é que o plenário da Câmara vai decidir, em 1º de julho, pela cassação ou não do mandato do parlamentar.

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